Os últimos anos foram intensos em relação a mudança do modelo de trabalho. Até 2019, raramente se ouvia sobre trabalho remoto e poucas empresas tinham flexibilidade nos horários. A pandemia mudou drasticamente isso movendo milhares de pessoas ao trabalho remoto. Porém em 2022, muitas empresas começaram a retomar o modelo presencial – muitas sem incluir flexibilidade de horário, o que gerou muitas polêmicas.
De acordo com uma pesquisa da HR Tech, 85% dos profissionais dizem que mudariam de emprego para trabalhar mais em casa. Segundo a McKinsey, 87% desejam trabalhar em um ambiente flexível que lhes permita trabalhar presencialmente e virtualmente. O novo modelo de trabalho precisa considerar flexibidade, já que os melhores profissionais já descobriram o poder da flexibilidade.
Antes de qualquer decisão, é preciso uma gestão humanizada para entender o lado do funcionário e também quais problemas queremos endereçar com novas dinâmicas de trabalho. Apesar de muitos ganhos, a falta de interação presencial afetou muito a cultura das empresas. Porém, apenas obrigar a volta ao escritório não resolve o problema de fortalecer valores e estimular a criatividade. Um motivo é que hoje as agendas estão sempre cheias de reuniões e essa é a realidade e não vai mudar no curto prazo e sem um movimento orquestrado.
Além disso, essa obrigatoriedade ainda pode resultar em uma perda de talento, é também uma questão de bem-estar: voltar ao escritório nas grandes cidades custa caro: 3 a 4 horas por dia no trânsito, mais estresse, menos flexibilidade, menos lazer e tempo para a família – impactando também na saúde mental; e representando mais gastos. Na Intel, nosso modelo estamos chamando de “Híbrido com Propósito”, o que significa que não é obrigatório que todos os funcionários estejam fisicamente e sim termos momentos como time.
E onde entra a comunicação interna?
A Comunicação Interna é uma das áreas mais importantes quando falamos em fortalecer a cultura, valores e engajar funcionários em prol do mesmo propósito. Por isso, comunicadores devem estar presentes nessas discussões, planejamento e também entender a nova realidade. Sabemos que a interação humana faz falta. O assunto na hora do café pode virar uma boa ideia, a capacidade de colaborar é melhor presencialmente e permite mais criatividade. Então qual modelo seguir?
Um ponto importante nesse momento é mudar a mentalidade. Precisamos tratar o escritório como uma ferramenta e não como um destino. Isso que vai ajudar a usar o espaço de forma produtiva para todos. A realidade é que precisamos ter mais rituais de cultura e menos reuniões de trabalho. Empresas são pessoas, não paredes: dentro ou fora do escritório, são elas que alimentam a cultura, compartilham os valores e dão vida à empresa. A dica é investir em rituais culturais que promovam o engajamento e proporcionem momentos de reflexão e colaboração para que as pessoas se conectem genuinamente.
Como comunicadores, nosso papel é fortalecer a criatividade, a colaboração e nossa cultura. Não existem fórmulas mágicas, mas trago aqui algumas dicas de como seguir:
- Plano de Comunicação Interna que seja integrado com plano de negócios e de RH com ações que contemplem Integração, Desenvolvimento e Reconhecimento.
- Criar uma agenda atraente que promova a colaboração da equipe, ideal com atividades que agregam valor.
- Manter a liderança próxima e presente no dia a dia dos funcionários para que todos tenham claro objetivos e planos.
- Plano de conteúdo focado nos canais de comunicação interna prioritários.
- Ouvir e medir: criar KPIs e métricas quali e quantitativas para ajustar o caminho e avançar na estratégia,
Embora saibamos que não temos todas as respostas sobre o que funcionará melhor a longo prazo, os dados mostram que muitos funcionários estão procurando maior flexibilidade no trabalho. À medida que olhamos para o futuro, é importante priorizar os funcionários em uma gestão humanizada e garantir que o futuro local de trabalho funcione para todos.