Escuta é remédio para a “dor da exclusão”, entendem executivos

3° Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão discute caminhos para a implantação de programas eficazes de Inclusão, a partir de escuta ativa e comitês de afinidade

No painel “A dor da exclusão – Como construir uma rede apoio e acolhimento interno“, neste primeiro dia do 3° Fórum Melhor RH Diversidade e InclusãoDouglas Almeida, diretor de Recursos Humanos e Aline Mariano, supervisora de de Conteúdos da Socioaprendizagem – Programa Jovem Aprendiz CIEE discutiram o apagamento das individualidades e identidades que muito tempo perdurou no universo corporativo (e que até hoje encontra redutos nas empresas).

O evento está acontecendo hoje, até o início da noite, e se estende nesta sexta-feira, a partir das 14h, de forma on-line e gratuita, promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação e pelo Centro de Estudos da Comunicação – CECOM.

“Como mulher preta já tive situações pessoais e profissionais em que precisei de rede de apoio. Mas ninguém me falou que isso era importante”, recordou Aline. A executiva lembrou que demonstrar vulnerabilidade sempre foi visto como ser uma pessoa fraca e como simplesmente negá-las causava dor e, em seu contexto de minorização, a exclusão.

“Era preciso fazer de conta que algumas situações não existiam”, comentou. “Hoje se fala de inclusão, assédio e vulnerabilidade, as empresas estão trazendo isso pra gente. Mas antes a gente tinha que se virar sozinho, ao falar com o gestor a gente ouviria que aquilo não tinha a ver com a empresa.”

Almeida, por sua vez, lembrou que é impossível separar as identidades: “Não existe um Douglas pessoal e um no trabalho”, destacou o executivo. “Se eu me deparo com alguma questão que me impacta o pessoal, impossível isso não impactar também o meu trabalho”.

Aline enfatizou que anos nesse modo de trabalhar e gerir abriram feridas enormes nas pessoas.
“Anos tentando colocar os códigos impostos para dentro causaram uma ‘fratura exposta’”, emociona-se. “E então tentamos tapar a fratura exposta com um bandaid“, disse a executiva, sobre metáfora ouvida de um colega acadêmico no campo da D&I, referente aos programas incompletos ou incipientes da área.

Hoje não consegue conceber esta realidade: “É muito importante trazer minha identidade para aquilo que eu faço”, enfatizou Aline.

Resposta à exclusão

“A gente é cobrado por resposta rápida, mas é preciso escutar”, menciona Almeida sobre o que considera o único caminho para incluir e eliminar a dor dos públicos minorizados. A escuta ativa seria o primeiro passo de todo e qualquer programa do setor, com o que Aline concordou. “Precisamos aprender a escutar sem julgamentos”, levantou a bandeira, por sua vez, a executiva.

A partir da escuta, os comitês de afinidade seriam outra etapa para programas bem sucedidos desta agenda, com capacidade para replicar as ações e estabelecer espaços seguros de acolhimento, destacou Almeida.
O executivo lembra que a gerência média é auxílio, influência mais próxima das equipes, na disseminação de conteúdos, conscientização, sensibilização e letramento para a inclusão. “Os comitês atuam com voluntários, mas alto escalão deve participar, como coordenador, patrocinador”, lembra, sobre a escalabilidade das ações, que depende das lideranças e de um direcionamento que demonstre o quanto a empresa leva a sério a questão.

Seja por meio de consultoria ou internamente, o importante é a dedicação da empresa à causa, lembra Aline. A executiva lembra que a atuação inconsistente sobre o tema perpetua as dores dos minorizados, recorrendo, mais uma vez, a metáforas. “É como a dor física. A gente toma um remédio, mas o que a causa continua lá.”

Reportagem: Plataforma Melhor RH


  • O 3° Fórum Melhor RH Diversidade pode ser visto no Youtube, no Facebook e no Linkedin (parcialmente, devido a limitações desta rede social).


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