Sensacionalismo continua forte na imprensa brasileira

A opinião é de Samira de Castro, presidente da Fenaj, que discutirá o assunto com mais dois speakers no 5º Fórum de Jornalismo Especializado, Regional e Comunitário

O tom sensacionalista continua muito forte nas reportagens de cunho policial, sobretudo em programas televisivos. Nos sites e portais de notícias, principalmente os mais regionais e “alternativos”, a cobertura de segurança pública sempre é alvo de preocupação, tanto pela linguagem como pela utilização de vídeos e imagens de cenas de crimes sem cortes, ser preservação de identidades e até mesmo sem autorização dos envolvidos. A opinião é de Samira de Castro, presidente da Fenaj.

Ela discutirá esse tema com mais dois speakers (Carlos Ratton, repórter Especial do Diário do Litoral; e Maria Luiza Borges, diretora de Estratégias Digitais do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação),  durante o 5º Fórum de Jornalismo Especializado, Regional e Comunitário, que acontece na próxima semana, dias 24 e 25 de julho. Samira estará no painel “Mais responsabilidade, menos clickbait Os novos contornos da linguagem jornalística na cobertura de histórias sensíveis”, dia 27/7 das 18h30 às 19h10.

Samira de Castro

“O jornalismo investigativo se baseia em provas documentais, dados obtidos por meio de técnicas específicas e declarações em on, ou seja, com comprovação”, ressalta Samira, que detalha sua opinião: “Ele se diferencia do jornalismo ‘ policialesco’ porque não é apenas declaratório, mas algo em profundidade. Veja que eu uso o termo ‘policialesco’ e não ‘policial’, que foi um gênero já muito forte no Brasil, revelando grandes crimes e ajudando a prender pessoas foragidas da justiça, por exemplo”.

Um dos critérios que o repórter pode se basear para tratar de temas sensíveis está no Código de Ética do Jornalista Brasileiro, segundo a líder da Fenaj. O documento estabelece, eu seu artigo 9º que “a presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística” e isso é fundamental para quem cobre segurança pública. “Além disso”, continua, “o Código fala que é dever do jornalista não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha; respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão; defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias. O jornalista não pode: expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais; usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime; O jornalista não pode divulgar informações: de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes; obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração”.

Para Samira, um dos principais problemas na atualidade são os programas de TV com viés sensacionalista, os quais “não só ultrapassam os limites éticos como desrespeitam as leis brasileiras em vários aspectos”.

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O evento conta com uma ação beneficente de arrecadação de recursos em prol da Casa Hope, instituição de apoio biopsicossocial e educacional a crianças e adolescentes de baixa renda com câncer.

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