Nos últimos dois anos o TikTok tem sido uma máquina de lançar tendências. Os artistas mais seguidos, a música e o clipe mais escutado nas plataformas de streaming saíram dessa rede social. Apesar de novidade, o app chinês mostrou-se uma rede social mais rentável para os usuários pela dinâmica na troca de publicações e engajamento. A rede é utilizada por mais de 775 milhões de usuários, com 3 bilhões de downloads, e tornou-se point dos nascidos depois dos anos 2000 — a Geração Z.
O app nasceu em 2016 para publicar vídeos curtos, criou tendências e agora é moda nas redes, fazendo até mesmo o Instagram se adaptar a revolução que causada por ele nas mídias sociais.
O impacto da rede na vida dos usuários foi discutido no painel “Nos embalos do TikTok”, durante o 11º Fórum sobre Marketing de Influência, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e a Plataforma Negócios da Comunicação. Participaram Erijackson Sales, creator; Rodrigo Barbosa, head de Novos Negócios da Trope; e Mario Miguel, produtor de conteúdo
“O TikTok é muito mais que uma plataforma de vídeo, ele é quem está ditando qual é a música do momento e qual a dança que está em alta”, ressalta Rodrigo. A influência da rede social supera o campo digital. “Além de criador de conteúdo, como consumidor, eu percebo que onde nós vamos, toca as músicas do TikTok, que inclusive são conhecidas como música do TikTok. Inclusive vários artistas que eram antigos na indústria voltaram a ter sucesso. A rapper Doja Cat ressuscitou a carreira dela graças a plataforma”, lembra Erijackson Sales, influenciador da plataforma.
A música “viralizar” na plataforma de vídeos se tornou uma exigência do mercado fonográfico. Mas existem críticos. Artistas como Anitta e até mesmo cantoras internacionais como Halsey, Florence Welch e Ed Sheeran se posicionaram contra criar suas músicas pensando no aplicativo. Segundo esses artistas, as gravadoras só investem neles se suas músicas se tornarem um grande hit na plataforma. Para o influenciador Mario Miguel é um erro medir qualidade por visualização: “Se as pessoas engajaram no TikTok a música é considerada boa. Porém, não é necessariamente um parâmetro para definir se o trabalho é bom ou ruim; não quer dizer que é um trabalho mal feito. Se tiver uma música muito boa, mas não tem a qualidade de likes e comprometimento como fica?”
Rodrigo complementa: “Nao ter muitas visualizações não quer dizer que é ruim. Medir o que é feito na indústria musical pelo aplicativo é um pouco perigoso. O TikTok é atemporal, alguma coisa que não viralizou naquele momento pode surgir com destaque um tempo depois”.
TikTok – um meio de informação
A indústria da informação também precisou se adaptar às mudanças que as redes sociais exigiram das empresas. Para atrair um público mais jovens, jornais como Folha de S.Paulo e O Globo criaram perfis nas redes a fim de divulgar as mesmas informações do site, porém de maneira mais leve e dinâmica e com roupagem diferente das apresentadas em suas plataformas tradicionais. Ambos os veículos exploram mais vídeos e pouco texto para chamar atenção dos usuários.
Rodrigo Barbosa lembra que para atrair o público, os meios de comunicação tradicionais precisaram se adaptar às mudanças de público e de meio: “Foi preciso uma adaptação ao mercado e entender que não teria como atuar da mesma forma em todas as redes, é preciso entender o público. Precisa fazer de alguma informativas mais leve, tem que pegar as pessoas já no primeiro segundo, se não ela já passa para o próximo vídeo”.
Foi-se o tempo em que uma notícia era trazida apenas no jornal impresso, na TV ou no rádio. O consumo de informações hoje, entre os mais jovens, passa pelo TikTok e Instagram, opina Barbosa: “Muitos criadores que produzem conteúdo informativo trazem dados, e o bom da plataforma é que deixa mais visual e rápido, pois não precisa mais esperar o jornal para ficar por dentro das informações”.
Fake News nas redes
Por ser um veículo de massa, o TikTok é um terreno fértil para a proliferação de notícias falsas. O influenciador Mario Miguel lembra que é impossível não ser afetado pelas diversas informações que circulam no app, porém é possível buscar fontes para saber se a informação é verdadeira. “O TikTok é uma ferramenta de proliferação de informação, temos que saber o que estamos recebendo e o que estamos disseminando. É preciso consumir informação mas temos que saber de onde vem este conteúdo, quem de fato está por trás dele”, sugere Miguel, oferecendo uma dica válida para qualquer outro veículo de comunicação ou entretenimento.
Erijackson lembra que junto com as informações falsas surgiram as agências de checagem, que tem perfis nas redes e auxiliam os usuários a reconhecer uma fake news. “Ao mesmo tempo que temos informações muito mais rápidas”, diz “temos as agências de checagem para educar as pessoas na Internet para que elas busquem saber se aquilo é verdade, se o que ela está disseminando é realmente um fato. É preciso entender que há pessoas que nasceram no mundo sem Internet e precisam se reeducar”.
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