O 11º Prêmio Especialistas revelou os jornalistas reconhecidos pelo mercado como os melhores em 26 categorias, e escolhidos em votação democrática por profissionais do setor. Os prêmios foram entregues em cerimônia presencial, no Teatro CIEE, em São Paulo, no dia 23 de setembro de 2025. O evento ocorreu junto com a 15ª Pesquisa Empresas que Melhor se Comunicam com Jornalistas.
Alguns desses premiados falaram da profissão, do futuro da área e de como se destacar e ser relevante na cobertura segmentada:
Arnaldo Lorençato, editor-executivo da Veja São Paulo
“Fico muito feliz de ser reconhecido pela revista Negócios da Comunicação e pelos colegas de profissão que votaram em mim pela relevância do trabalho que desenvolvo há mais de três décadas. O jornalismo especializado é fundamental, porque cobre de maneira detalhada e profunda um segmento específico, no meu caso, a gastronomia. Como sou editor- executivo de uma revista semanal de informação que se multiplica no ambiente digital, nas redes sociais e em múltiplos eventos, é preciso que os textos tenham clareza e não sejam escritos em “gastronomês” para atingir um número maior de pessoas. São mais de três décadas dedicadas a uma única área de cobertura. Isso me torna um dos raros especialistas no mundo a se dedicar tanto tempo à gastronomia em um único veículo, em especial à crítica de restaurantes, exercida sempre com rigor e seriedade. Para me diferenciar no segmento que teve uma explosão de publicações com o boom digital e das redes sociais, é preciso ofertar ao leitor/seguidor informações relevantes, seguras e escritas com precisão. Também é essencial antecipar tendências, ser um eterno curioso, estar em busca do furo, das notícias exclusivas.”
Claudia Collucci, repórter da Folha de S. Paulo
“O jornalismo de saúde sempre foi muito importante e atuante, mas, depois da pandemia de Covid-19, ganhou ainda maior relevância e visibilidade. Por isso é muito importante que os jornalistas se especializem na área, façam bons cursos e se mantenham atualizados, lendo artigos científicos e acompanhando as políticas públicas de saúde. É uma área muito abrangente, que envolve saúde pública, saúde suplementar e todo o mercado da saúde, como o farmacêutico e o de planos de saúde. São áreas complexas, com muitos conflitos de interesse, e o jornalista precisa ter conhecimentos suficientes para poder navegar nesses territórios. Eu atuo trabalhando muito e tentando estar sempre atualizada sobre o que está acontecendo no setor e quais ângulos merecem ser reportados e trazidos ao meu público. Todos os dias, recebemos centenas de sugestões de área e é preciso ser bem criterioso para escolher as mais relevantes. O prêmio funciona como um grande incentivador. É sempre muito gratificante sabermos que o nosso trabalho é valorizado, citado e lembrado, ainda mais em um ambiente com muitos colegas que igualmente desenvolvem excelentes trabalhos. Então, todos os anos, quando eu sou informada de que meu nome está entre os três vencedores, é sempre muito gratificante. Sinto-me agradecida e estimulada a continuar buscando boas histórias para compartilhar com o público.”
Denise Bueno, jornalista da Isto É Dinheiro
“O jornalismo especializado tem papel fundamental em traduzir temas complexos para o público, sem perder a precisão técnica. No caso do setor de seguros, isso significa aproximar um universo altamente regulado e técnico das pessoas e dos negócios, mostrando como o seguro impacta a economia, a vida das famílias e a sustentabilidade das empresas. O jornalismo especializado ajuda a formar opinião qualificada, contribui para a educação financeira e amplia o debate sobre proteção, previdência e gestão de riscos — temas essenciais, mas ainda pouco compreendidos. Ele também atua como ponte entre o mercado, os reguladores e a sociedade, promovendo transparência e amadurecimento institucional. A diferenciação vem da combinação de experiência, relacionamento e visão crítica. Ao longo de três décadas cobrindo o setor, desenvolvi uma escuta ativa e próxima das fontes — de executivos a reguladores, corretores e especialistas — o que me permite contextualizar informações e identificar tendências antes que elas se tornem evidentes. Busco sempre ir além do factual, mostrando o que está por trás das decisões e das estratégias das companhias, e como isso afeta o consumidor e o mercado como um todo. Outro diferencial é a linguagem: mantenho o rigor técnico, mas comunico de forma acessível e humana, valorizando histórias e aprendizados. Essa abordagem ajuda a ampliar o alcance da informação e a fortalecer a credibilidade do jornalismo no setor de seguros.”
“O papel da imprensa é fundamental, inclusive de desmentir muita fake news. Porque existem pessoas hoje que desconfiam do jornalismo, acham que o jornalismo não é imparcial. Estamos num momento muito conturbado, não apenas de desinformação, mas de informações que muitas vezes exigem maior aprofundamento, mostrando a importância e a relevância para o cidadão. Na minha área, finanças e economia, explicar o quanto se pode atingir nas finanças das empresas e as pessoais. E a própria evolução da economia do país. O papel do jornalista é fundamental, por preservar a ética, ter uma informação de qualidade e uma informação acessível a todos. Para que todos possam entender o contexto, não só brasileiro, mas também global.”
Eduardo Burckhardt, editor na UOL
“Num cenário de excesso de informação, esse olhar especializado garante rigor, credibilidade e relevância. Traz profundidade num tempo em que tudo parece mais superficial. No turismo, por exemplo, o jornalismo especializado tem um papel essencial em ir além da vitrine: mostrar contextos culturais, impactos sociais e transformações do setor. Ele conecta o leitor com o destino de forma crítica e inspiradora, ajudando a formar viajantes-leitores mais conscientes. Acho que a diferença da cobertura da imprensa especializada está na forma de contar. Buscar novas linguagens e formatos para aproximar o leitor das histórias. Seja com narrativas em primeira pessoa; storytellings que mesclam fotos, vídeos e textos; ou reportagens que misturam jornalismo de viagem, comportamento e cultura. O olhar especializado vem justamente daí: não é só falar de um destino, mas entender o que ele diz sobre o nosso tempo, sobre as pessoas e sobre a forma como viajamos, e o que podemos aprender além do cartão-postal.”
Guilherme de Beauharnais, editor de moda da Harper’s Bazaar
“Estar entre os escolhidos no 11º Prêmio Especialistas significa muito. Tenho 25 anos, faço parte de uma geração que acabou de entrar no mercado de trabalho, da geração Z, que é completamente encantada pelo mercado de moda. Por isso é um prazer imenso representar aqui a minha geração. Para enfrentar a desinformação, temos que atuar em vários papéis, um trabalho de todos os dias, encontrar pessoas dedicadas a contar a verdade. Pessoas que estão preocupadas e apaixonadas para falar o que realmente acontece. E ainda fazer muita curadoria, apuração. Essa é a verdadeira missão das empresas jornalísticas: encontrar profissionais apaixonados e dedicados à apuração, à curadoria, à pesquisa. E incentivar esses profissionais a ir atrás disso, porque o jornalismo é a indústria que menos pode ser preguiçosa hoje em dia. Cada vez mais a internet tem criado vozes, não apenas de jornalistas, de profissionais de imprensa especializada, formados, mas também de pessoas que querem se comunicar. Por isso a importância de as empresas valorizarem esses profissionais que buscam informação, que são dedicados a buscar a verdade.”
Hellen Souza, diretora de redação da Plástico Industrial
“O jornalismo especializado é uma importante ferramenta para a comunicação entre profissionais, empresas ou instituições de um mesmo segmento da economia ou da sociedade. Ele promove o bom fluxo de informações dentro de um ecossistema com necessidades e características muito particulares, que exigem um olhar atento a detalhes, aspectos técnicos, por vezes com bastante profundidade. Esse olhar é o que diferencia o jornalista especializado do generalista. O interesse pelo dia a dia das indústrias e a curiosidade em relação a “como as coisas são feitas”, somadas à paixão pela comunicação, me conduziram ao jornalismo especializado. Creio que gostar desse trabalho e procurar fazê-lo com rigor e atenção a detalhes técnicos são aspectos que me diferenciam profissionalmente.”
Maurício Godoi, subeditor do Canal Energia
“Eu acredito que o jornalismo especializado consegue traduzir de forma mais aprofundada os temas mais complexos de cada categoria a que se destina explicar. No meu caso, matriz energética, a complexidade dos temas de um segmento altamente regulado demanda mais entendimento, conhecimento de regras que não são fáceis de compreensão. Assim, esse segmento do jornalismo é essencial para que a mensagem seja transmitida de maneira assertiva. A diferenciação está ligada diretamente ao conhecimento sobre os assuntos que são tratados em cada segmento. Para se destacar, é necessário o conhecimento não apenas das regras, mas das fontes corretas para saber fazer as perguntas certas sobre um determinado tema. E, claro, escrever de forma clara, direta e isenta.”
Paulo Atzingen, jornalista do Diário do Turismo
“Eu, como já fui professor e trabalhei na área do magistério, sei que a educação passa pela comunicação. Portanto, o papel da comunicação e da imprensa nada mais é que não apenas informar, mas educar e capacitar o cidadão para a cidadania. Estar entre os premiados do 11º Prêmio Especialistas é gratificante, porque esta é minha terceira premiação neste evento. Por isso, agradeço à organização a oportunidade de participar deste evento.”
Rosana Jatobá, jornalista da CBN
“O jornalismo especializado é fundamental para a produção de informação qualificada, aprofundada e confiável, especialmente em temas complexos como ESG, sustentabilidade. Nesses tempos de informação veloz, o jornalismo especializado garante que temas essenciais sejam tratados com profundidade e responsabilidade. Ademais, ajuda a reduzir a desinformação e as fake news. Eu estudo e pesquiso bastante. Desde livros com a temática ESG de autores nacionais e estrangeiros; a periódicos e sites especializados. Também participo de inúmeros eventos corporativos para discutir temas atuais da agenda. E mantenho minha lista de fontes confiáveis e qualificadas. Sou fã do Prêmio Especialistas pela curadoria excelente de temas e profissionais. A premiação reconhece os talentos que, de fato, fazem a diferença no mercado. E este prestígio colabora para aprimorar o jornalismo no país.”
Virgina Alves, repórter EP Agro

“Acredito que a importância do jornalismo especializado está justamente na informação clara e transparente para a população. No caso da agricultura, temos a missão de unir campo e cidade com informações relevantes para os dois mundos que muitas vezes são opostos, apesar de conectados.”










