Peter Drucker já dizia que a cultura come a estratégia no café da manhã. E não é exagero, muito embora essa frase mereça ser relida com mais cuidado. Não importa o tamanho do plano ou o volume do investimento — sem uma cultura forte e, por consequência, uma comunicação interna consistente (que vá além da narrativa pasteurizada), nada disso se sustenta. Aos olhos do colaborador, quanto maior for a distância entre o que a empresa diz ser e o que realmente é, menos orgulho ele terá de pertencer a ela. E é aí que a comunicação interna pode fazer toda a diferença ao escutar, reforçar o propósito e conectar pessoas. Nos projetos reconhecidos no 3° Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores (PEMCC), o que se viu foi justamente isso: uma comunicação interna profundamente conectada à cultura de grandes marcas, com a coerência desejada entre discurso e prática.
No meio corporativo, engajamento e pertencimento são palavras repetidas até a exaustão. Estão nas apresentações de liderança, nos e-mails e nas campanhas internas. Elas carregam um peso estratégico enorme para o futuro do negócio — e não à toa. Mas, para além do discurso, elas só ganham significado quando se materializam no cotidiano dos colaboradores.
Nesta matéria, a primeira de uma série especial com os destaques do PEMCC, reunimos cinco cases vencedores em categorias distintas, mas complementares — de diversidade a influenciadores internos —, que revelam o verdadeiro potencial de uma comunicação interna bem construída. E o que eles têm em comum? Em todos, ela aparece como elo entre o que se busca construir e o que realmente se vive. Seja ao engajar as lideranças ou dar voz a quem está na ponta, é a comunicação interna que confere sentido às estratégias. Retomando o mantra corporativo de Drucker, podemos dizer que ela é quem convida todos à mesa, com a cultura no centro da conversa.
Sebrae — diversidade vivida na prática
Sem dúvida nenhuma, uma das pautas mais potentes dentro do universo de RH é a da diversidade. Mas como comunicá-la bem, sem cair no lugar comum do cartaz colorido ou da frase de efeito? Vencedora na categoria Diversidade, Equidade e Inclusão do 3º PEMCC, a campanha DIEP do Sebrae responde a essa pergunta com uma comunicação interna ousada, que preferiu começar do começo: pela cultura, letrando e escutando. Em vez de promover grandes ações sob o risco de estarem desconectadas da realidade, o time do Sebrae Nacional mergulhou na rotina dos colaboradores para criar uma narrativa acessível. A diversidade, aqui, não entrou como tema, mas atravessou a cultura da organização como um movimento maior.
Astrid Guimarães, coordenadora do Núcleo Audiovisual do Sebrae, relembra que o projeto nasceu de uma constatação simples, mas decisiva: muitos colaboradores ainda não compreendiam, de fato, o real significado de diversidade, equidade e inclusão. Então, não bastava apenas comunicar a pauta, era preciso sensibilizá-los. E isso exigia proximidade, o que levou à decisão de trazer para o centro da narrativa os próprios colaboradores, com seus sotaques, rostos e vivências. “É muito mais fácil uma pessoa se engajar quando vê alguém com quem se identifica do que com alguém distante ou desconhecido”, afirma.

Essa identificação gerou curiosidade e um envolvimento genuíno com o assunto. E a comunicação interna, não por acaso, funcionou como espelho da cultura, dando visibilidade às histórias de quem vive a instituição no dia a dia. “Foi um conteúdo sobre DIEP feito com os atributos DIEP.”
Letramento e empatia em capítulos
A campanha foi dividida em duas temporadas complementares. A primeira, chamada “Dar a Letra”, tinha como foco o letramento sobre os pilares de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento. Já a segunda, “Histórias de Gente pra Gente”, traduziu esses conceitos em episódios baseados em vivências reais, conferindo a profundidade emocional necessária ao conteúdo. “A primeira era mais conceitual, voltada à explicação dos pilares da DIEP; e a outra mais narrativa, com histórias reais vividas pelos colaboradores com o intuito de gerar identificação e pertencimento nos grupos minorizados ou sub-representados”, explica Astrid. Na prática, essa combinação foi fundamental para promover empatia e entendimento.
Esse reconhecimento aparece também nas falas de quem participou do projeto. “Participar de uma campanha que valoriza e traz luz para uma política tão essencial como o DIEP me fez refletir sobre o quanto é importante fortalecer a pauta de D&I dentro da nossa instituição”, afirmou Carolina André, colaboradora do Sebrae e participante do “Dar a Letra”. Raquel Chaves, que atuou como apresentadora da campanha, complementa: “Percebi que os colegas gostam de ver uns aos outros. Isso gera mais curiosidade para assistir”.
Ao transformar relatos reais em ficção, a segunda temporada da campanha abriu espaço para a criação de Duda, uma personagem única e plural, profundamente conectada ao universo da organização. E o mais interessante é que, por ser construída a partir de múltiplas vivências, ela poderia ser qualquer pessoa. Segundo a coordenadora do Núcleo Audiovisual do Sebrae Nacional, isso foi fundamental para preservar o anonimato dos relatos, compartilhados com a garantia de que seus autores não seriam expostos. “As emoções, a verdade, como elas processaram aqueles acontecimentos na vida delas geraram insumos valiosos e uma empatia poderosa para a criação das narrativas ficcionais”, pontua. Além de ampliar o diálogo, Duda permitiu que o tema chegasse, também, a quem nunca passou por esse tipo de vivência.
Comunicação interna como espelho da cultura
Para que a iniciativa alcançasse o impacto desejado, o time de comunicação interna tratou cada etapa com muito cuidado. Os roteiros foram escritos com atenção redobrada — e não apenas para evitar estereótipos, mas para garantir que as histórias fossem tratadas com o respeito que mereciam. Dessa forma, quem participou da iniciativa foi acompanhado de perto e ouvido com atenção. E os feedbacks recebidos após o lançamento confirmaram esse cuidado. “As pessoas colaboradoras que se identificaram de alguma forma ou, de fato, se reconheceram nas histórias falaram sobre a felicidade, o orgulho com os vídeos e a vontade de compartilhar não apenas com colegas de trabalho, mas com a família e pessoas de fora da instituição.” Ao criar espaço para essas múltiplas vozes, a comunicação interna aproximou pessoas e reforçou uma cultura mais diversa, viva e acolhedora.
Mais de 1,9 mil pessoas foram sensibilizadas pela iniciativa — número expressivo, mas longe de ser o principal resultado. O maior impacto está na mudança de mindset, na apropriação coletiva do que significa DIEP e no quanto a cultura organizacional saiu fortalecida desse processo. No fim das contas, o que o Sebrae Nacional construiu não foi apenas um case vencedor, mas uma base simbólica sobre a qual será possível sustentar mudanças ainda mais profundas.
Grupo HDI — propósito conectado à realidade
Por mais bem-intencionada que seja, a comunicação interna de uma empresa só se torna potente quando passa com louvor pelo teste da realidade. É nesse momento que o colaborador observa se há coerência entre intenção e prática. Vencedor na categoria Propósito de Marca do 3º PEMCC, o Grupo HDI enfrentou essa prova em 2024, quando as enchentes no Rio Grande do Sul atingiram boa parte de seus clientes e colaboradores. Em vez de se limitar a um posicionamento meramente institucional, a empresa colocou seu propósito — “Aqui, a gente se importa pessoalmente” — em prática, com ações de apoio direto, escuta ativa e mobilização de recursos. E foi na comunicação interna que esse propósito ganhou corpo, reforçando uma cultura de cuidado que, em tempos críticos, não poderia ser terceirizada.
Com os valores e o propósito recém-unificados, a tragédia no Rio Grande do Sul se transformou em um momento-chave para colocar em prática tudo o que vinha sendo trabalhado internamente. Anderson Almeida, gerente de Comunicação Interna do Grupo HDI, destaca que a urgência da situação fez com que o time agisse com agilidade, priorizando a clareza da mensagem. “O primeiro passo foi ativar nossos voluntários e lideranças, para que juntos pudéssemos colocar um plano de ação em prática que abrangesse tanto nossas unidades de São Paulo quanto nossas unidades filiais em todo o Brasil”, relembra. Com o início das doações, os líderes executivos foram pessoalmente realizar as entregas, o que gerou engajamento pelo exemplo. Paralelamente, os canais internos também foram reorganizados para priorizar o tema, transmitindo as mensagens com empatia e coerência.

Uma questão de alinhamento
Desde o início da mobilização, a comunicação interna atuou como facilitadora de processos, coordenando as diferentes frentes do plano de resposta. O objetivo, segundo Anderson, era garantir que os colaboradores estivessem bem-informados e devidamente sensibilizados. “Durante todo o processo, agimos como um facilitador, pulverizando a informação para diferentes públicos e canais”, afirmou.
Isso envolveu desde o suporte a grupos de voluntários até o alinhamento com parceiros externos e a comunicação direta com quem estava na linha de frente. Também houve atenção à prestação de contas e ao alinhamento das mensagens. “Tudo isso foi feito para alinhar a comunicação com os demais stakeholders e garantir que todos estivessem consumindo o mesmo conteúdo”, observa.
Não à toa, a escuta também foi uma parte essencial da estratégia. Como lembra Anderson, foi em uma live com o CEO da organização que esse vínculo com os colaboradores se fortaleceu de forma ainda mais significativa, funcionando como gesto de acolhimento em meio à catástrofe. “Durante a pauta de doações, de maneira espontânea, ele trouxe seu vínculo pessoal com o acontecido, se apresentando de maneira vulnerável aos colaboradores, o que gerou segurança psicológica”, conta. Além disso, o Grupo HDI destinou verbas específicas para apoiar a reconstrução dos lares de colaboradores atingidos, ampliou os benefícios voltados à saúde mental e criou condições para que esse cuidado se traduzisse em apoio concreto.

Valores em construção
Mas o cuidado não terminou ali, com as doações. A comunicação interna teve um papel igualmente estratégico ao reforçar, com coerência e intenção, os valores da cultura em construção. Uma das escolhas foi valorizar quem se envolveu diretamente na causa. “Reconhecer publicamente esses colaboradores que pararam seus dias de trabalho para se dedicarem a ajudar foi um passo importante na solidificação da nossa cultura e propósito em prática. Considerando que estávamos em um momento de integração de pessoas e fusão de empresas, foi um avanço significativo no trabalho em equipe”, analisa Anderson Almeida. Esse reconhecimento não apenas fortaleceu vínculos, como também serviu como sinal claro de que cada atitude importa.
Após esse trabalho exemplar, a organização segue colhendo os frutos. O case gerou reflexões profundas que continuam em andamento por lá, com desdobramentos ligados à experiência do cliente, projetos sociais e incentivo à cultura e ao esporte. Nesse percurso, a comunicação interna se consolidou como ponte entre o propósito e a prática — mostrando que, quando está alinhada à cultura, ela fortalece vínculos e amplia a confiança. “Essas ações reverberam até hoje em demais campanhas que movimentam o âmbito social”, finaliza Anderson.
O papel de parceiros estratégicos

Essa visão de “colocar a mão na massa” e colaborar de forma prática também é compartilhada pela TalentComms, agência parceira no projeto. Para Thais Aguiar, CEO da empresa, o trabalho conjunto com o Grupo HDI permitiu alinhar três componentes indispensáveis: estratégia, propósito e ação. “Nosso papel vai além do suporte criativo. Atuamos como consultores, provocando reflexões e ajudando a traduzir propósito, estratégia e cultura em ações que engajam de verdade”, afirma.
A atuação integrada garantiu consistência na mensagem e agilidade nas respostas, mostrando como uma comunicação interna bem estruturada pode sustentar decisões difíceis com clareza e empatia. “Ver projetos como esse ganharem reconhecimento é a prova de que quando cliente e agência atuam como um só time, os resultados são ainda mais potentes”, finaliza Thais.
Grupo Marista — Liderança com propósito e transformação real
Na trilha que conecta diversidade, propósito e pertencimento, chega a hora de olhar para quem conduz esse caminho: a liderança. No Grupo Marista, esse papel ganhou contornos ainda mais simbólicos com o programa Liderança Profética e Servidora, vencedor na categoria Liderança Comunicadora do 3º PEMCC. A formação foi criada para moldar líderes inspirados nos valores essenciais da instituição, que tem em São Marcelino Champagnat sua grande referência, combinando espiritualidade, visão de futuro e serviço. Mais do que uma capacitação, a iniciativa representou uma jornada de reconexão com a cultura organizacional. E foi justamente pela comunicação interna — estruturante, sensível e alinhada à missão — que esse movimento ganhou força e se traduziu em prática no dia a dia.
Desde o início, a proposta foi muito clara: não se tratava apenas de capacitar, mas de tocar os mais de 400 líderes do grupo com uma formação profundamente conectada ao “carisma marista”. Para isso, os encontros foram realizados em espaços simbólicos, dentro e fora do país, como a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e o L’Hermitage, na França. Paralelamente, a comunicação interna costurou essa jornada com uma narrativa estratégica, repleta de simbologia e storytelling envolvente.
Legado e futuro
Segundo Anne Tsumori Maezuka, gerente de Comunicação da empresa, o objetivo era integrar os fundamentos da liderança contemporânea aos valores centenários da instituição. “A nossa proposta comunicacional integrou identidade visual própria, experiências presenciais, digitais e conteúdos inspiradores, assegurando engajamento genuíno e conexão emocional com o propósito institucional.”
Com a narrativa no tom certo, cada etapa do processo se transformou em uma experiência imersiva. Um dos exemplos mais marcantes foi a caixa-convite enviada aos participantes, que incluía um porta-livros em formato de ponte sobre o Rio Gier, na França — local emblemático para a história marista.
Esse simbolismo foi importante para evocar nos participantes o legado da instituição e, ao mesmo tempo, a ideia de que faziam parte de uma jornada evolutiva e inovadora. Para Anne, elementos como esse enriquecem a experiência, mas os efeitos vão além. “Amplia-se a compreensão do papel do líder como guardião e propagador da cultura organizacional, alinhando forma e conteúdo em uma mesma proposta de valor”, explica.

Líderes que comunicam cultura pela prática
Não à toa, a formação provocou uma mudança concreta — e profunda — na forma como os gestores se relacionam com suas equipes. Como destaca a gerente de Comunicação do Grupo Marista, o diálogo entre líderes e liderados passou a ser conduzido com mais clareza e empatia, refletindo a consciência de que discurso e comportamento precisam caminhar juntos. “Eles passaram a atuar como referências vivas da cultura, estimulando iniciativas espontâneas de cuidado, pertencimento e valorização das pessoas.
Esses reflexos são perceptíveis em indicadores de clima organizacional, engajamento e confiança”, reforça. E o mais importante: essa transformação foi feita em cadeia, com cada gestor ajustando a abordagem à realidade de sua equipe, o que fez esses ideais se espalharem de forma natural, sem imposições.
Ao longo dessa jornada, a comunicação interna atuou de forma transversal, transformando os líderes em verdadeiros multiplicadores da cultura. O trabalho foi feito em parceria com as áreas técnicas e incluiu o monitoramento constante das percepções dos participantes — tudo para garantir não apenas a consistência da narrativa, mas a coerência entre propósito, mensagem e experiência vivida. “Essa abordagem garantiu que o programa fosse percebido como um movimento contínuo de transformação cultural, e não apenas uma ação pontual”, finaliza Anne. Mais do que replicar valores, o programa deu espaço para que a liderança se tornasse um canal de escuta, inspiração e exemplo, com base na confiança mútua.
Amil — influência com propósito e conexão real
Falar sobre cultura e pertencimento é importante — mas fazer com que os valores organizacionais ecoem pelos corredores de uma empresa exige mais do que uma comunicação interna bem estruturada. Exige gente, e do tipo engajada, que acredita no que faz. No Grupo Amil, isso foi canalizado com o programa Pessoas Influenciadoras, vencedor na categoria Relacionamento com Influenciadores Internos do 3º PEMCC. A iniciativa unificou dois papéis importantes por lá: os Agentes de Comunicação e os Guardiões da Marca Empregadora. Com isso, as mensagens ganharam mais alcance e consistência, reforçando o vínculo entre os colaboradores e a cultura da empresa. E tudo isso com muito conteúdo, feedbacks constantes e um modelo pensado para inspirar, baseado no reconhecimento e na colaboração.
A decisão de unificar dois programas bem-sucedidos foi resultado de um movimento natural dentro da organização. Como muitas pessoas já participavam simultaneamente das duas iniciativas e a sinergia entre elas era evidente, a integração surgiu como um passo lógico. Segundo Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas e Segurança do Grupo Amil, essa evolução foi importante para fortalecer o engajamento e consolidar uma narrativa única, garantindo o protagonismo das pessoas e o alinhamento ao propósito da empresa.
Antes, os Agentes de Comunicação cuidavam da disseminação interna das mensagens e da unificação do tom de voz institucional, enquanto as Pessoas Guardiãs da Marca Empregadora atuavam no fortalecimento da presença da Amil no mercado, especialmente nas redes sociais. Mesmo com a sintonia entre eles já estabelecida, Ricardo ressalta que a mudança foi feita com muito zelo: “Nós fizemos essa transição com cuidado, valorizando a história e a contribuição de cada grupo, ao mesmo tempo em que apresentamos o novo programa como uma oportunidade de ampliar o impacto individual e coletivo”.

Autonomia com alinhamento estratégico
Feita a mudança, coube à comunicação interna preparar as Pessoas Influenciadoras para refletirem a cultura da empresa com o mesmo vigor de antes. A missão envolvia orientar esse grupo sobre o uso da plataforma de engajamento, canal onde são disponibilizadas as informações oficiais e os direcionamentos por tema. A escolha do que divulgar, no entanto, fica por conta de cada influenciador, que tem liberdade para selecionar os assuntos com os quais mais se identifica.
Ricardo Burgos explica que, a cada nova ação — chamada de desafio —, o grupo recebe orientações claras, mas com espaço para personalizar a abordagem. “Queremos que compartilhem suas percepções e experiências, gerando identificação com suas redes e ampliando o alcance das mensagens com autenticidade”, reforça. O resultado é uma comunicação genuína e, ao mesmo, alinhada aos objetivos de negócio.
Mais do que replicar conteúdo, os Amilfluencers, como são chamados os influenciadores, são estimulados a criar. E, ao produzirem seus próprios materiais, tornam os conteúdos mais vibrantes, com a autenticidade que só quem vive a organização no dia a dia poderia ter. “Sempre incentivamos que eles invistam em conteúdos autorais e tragam suas percepções pessoais e relatos reais que conectem o tema à sua rotina e vivência profissional”, conta Ricardo. Em paralelo, o time de comunicação interna oferece suporte constante, acompanhando as publicações e fornecendo feedbacks. “A personalização é essencial para manter a conexão entre as mensagens institucionais e o dia a dia das nossas equipes”, crava o VP de Pessoas e Segurança do Grupo Amil.
Engajamento sustentável, com escuta e recompensa
Com mais de 340 participantes ativos e novos nomes chegando, manter a coesão e o entusiasmo do grupo virou uma prioridade “urgentíssima”. Para isso, a Amil aposta em uma combinação potente, que oferece bons resultado: escuta ativa, capacitação constante e recompensas atrativas. “A cada desafio concluído, eles acumulam pontos que podem ser trocados por recompensas em experiências, como vouchers de streamings, descontos em restaurantes e ingressos para o cinema”, detalha Ricardo. A estratégia inclui ainda rankings trimestrais, workshops como o “Bastidores da Influência: Dominando a Criação de Conteúdo”, grupos ativos no WhatsApp e encontros regulares.
Mas o impacto vai muito além dos números. Na prática, o que se construiu foi uma comunidade viva, conectada à gestão e cada vez mais envolvida com a cultura da empresa. “O programa Pessoas Influenciadoras transforma nossos colaboradores em embaixadoras da cultura”, afirma Ricardo. Eles recebem pílulas de cultura, acompanham de perto os principais movimentos da organização e atuam como referência em suas equipes. “Reconhecer esses talentos como protagonistas e oferecer um espaço de visibilidade e desenvolvimento reforça a cultura de cuidado, pertencimento e inovação”, completa. Com mais de 812 mil pessoas alcançadas só no LinkedIn em 2024, o programa virou um dos principais canais da empresa, conectando comunicação interna e cultura com muita autenticidade e propósito.

Vale — cultura transmitida em tela cheia
Depois de dar voz à diversidade, ao propósito, à liderança e, sobretudo, às pessoas, é preciso garantir que a mensagem continue ecoando por todas as áreas da organização. E, para isso, a comunicação interna precisa ser acessível, prática e conectada com a cultura. Foi com esse desafio em mãos que a Vale criou seu veículo corporativo, a TV Vale, case vencedor no 3º PEMCC. Com mais de 68 mil empregados nas operações, muitos sem acesso a ferramentas digitais, a empresa apostou em uma solução tecnológica e dinâmica para garantir que ninguém ficasse de fora — nem das conversas estratégicas, nem das principais decisões.
Nas palavras de Luciene Cristina, gerente geral de Comunicação da Vale, a iniciativa nasceu com o objetivo claro de democratizar a informação. A audiência são os colaboradores operacionais — cerca de 30% dos empregados da organização — que não têm tempo, nem acesso facilitado, para consumir conteúdos longos ou complexos. Na outra ponta estavam as lideranças que, justamente por serem o canal mais direto com esse público, acabavam sobrecarregadas. Substituindo os antigos jornais murais, que por quase 20 anos foram o principal meio de comunicação offline, a TV Vale trouxe inovação e uma lógica editorial “inteligente”, que respeita as características de cada localidade sem perder de vista o global.

Como Luciene Cristina explica, um colaborador de Minas Gerais não está interessado nas notícias do Pará, mas precisa estar por dentro das decisões que impactam a empresa como um todo — como a assinatura de um novo acordo ou o lançamento de um projeto estratégico. Com 192 telas espalhadas pelo Brasil, a segmentação entre o conteúdo regional e o nacional é levada bem a sério. “A TV Vale leva aquilo que nossa audiência precisa saber, de forma transversal, ao mesmo tempo que segmenta a informação mais importante para cada unidade operacional ou escritório no Brasil”, pontua. O target é 40/60: ou seja, o foco principal está nas pautas regionais, sem deixar de lado o que acontece no todo.
Ferramenta de transformação cultural
Além de informar, a TV Vale foi pensada como uma ferramenta de transformação cultural, com foco em representatividade e participação ativa. A variedade de editorias — de benefícios a agenda cultural — garante que os conteúdos estejam alinhados aos interesses reais dos colaboradores. E, para reforçar ainda mais essa proximidade, profissionais de diferentes áreas foram mapeados e capacitados para alimentar as telas com notícias locais. Isso deu mais capilaridade à comunicação interna (e à cultura) e aproximou ainda mais o canal do dia a dia deles. A estratégia também abriu espaço para concursos, sorteios e campanhas temáticas em que os próprios empregados sugerem os conteúdos que querem ver circulando nas telas.
Em uma das transmissões da TV Vale, o CEO e os vice-presidentes aparecem diante de uma plateia formada por colaboradores para falar sobre cultura organizacional, resultados e futuro. O evento, transmitido ao vivo para todas as unidades, também abre espaço para perguntas e sugestões, promovendo um diálogo direto entre quem decide e quem executa. É esse tipo de conteúdo que ajuda a transformar a iniciativa em algo maior do que um simples canal de comunicação. “A TV Vale tem desempenhado um papel estratégico na consolidação da cultura organizacional ao dar visibilidade a iniciativas e exemplos práticos vivenciados nas operações, reforçando os valores da empresa de forma concreta e próxima da realidade dos empregados”, explica Luciene Cristina.
Ao colocar as pessoas no centro da narrativa, a TV Corporativa se torna um espelho da própria empresa, o que reforça ainda mais o sentimento de pertencimento. E quanto às lideranças, que antes carregavam sozinhas a responsabilidade de informar os times operacionais, elas agora contam com uma aliada estratégica.
Comunicação interna acessível
Segundo a gerente geral de Comunicação, a TV Vale passou a ocupar o Top 2 dos canais internos — atrás apenas da comunicação via líder. “Este suporte se traduz na garantia de que informações críticas e atualizadas cheguem a todos, antes ou durante a interação com o líder, reduzindo a sobrecarga da liderança como único ponto de contato”, complementa.
Na prática, o canal reforça visualmente as mensagens-chave e libera tempo para que as lideranças foquem no que mais importa: o diálogo aprofundado e o cuidado com as pessoas. Ao combinar tecnologia, estratégia e linguagem próxima, a Vale mostra como é possível fortalecer a cultura a partir de um canal de comunicação interna acessível e bem estruturado.
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