Por João Marcos Rainho
No inicio tudo era trevas, mas logo se fez luz. Poucos microinfluenciadores entraram no negócio com planejamento ortodoxo e sabendo exatamente do ponto que estavam e os caminhos para o crescimento sustentável e rentável. Ao contrário, como revelaram os creators selecionados no 5º Prêmio Microinfluenciadores Digitais (PMID) durante a homenagem deste sábado (25), em evento online, as coisas foram acontecendo naturalmente não ao acaso, mas por estarem no lugar certo na hora certa. Ou melhor, por promoverem um conteúdo que já tinha um público definido ou ávido por aquilo que eles iriam produzir. Nesse ingrediente colocaram a mão na massa, ou melhor, no celular, para gravar e postar coisas que realmente faziam por prazer. Deu certo, ganharam seguidores e a maioria já está vivendo economicamente disso.
O evento, paralelo ao 12º Fórum sobre Marketing de Influência, é um motivo de orgulho para toda a equipe do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação, e da Plataforma Negócios da Comunicação, que criaram o Prêmio, não apenas para reconhecer os talentos escolhidos pelo próprio publico, em votação democrática, mas também, e principalmente, para inspirar outras pessoas e mostrar que um novo mundo é possível. Um mundo da meritocracia pelo talento individual, onde os empreendedores digitais são reconhecidos pelos seguidores, apoiado por marcas e tem o prazer de divulgar aquilo que realmente sabem e que gostam. Os resultados econômicos são uma consequência do esforço e da criatividade.
Emocionado em muitos depoimentos onde capitaneou a entrega de prêmio digital, Márcio Cardial, diretor do Cecom e publisher das Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH, confirma que criou o Prêmio para multiplicar a motivação e a influência positiva para outros creators, revelando histórias vencedoras de superação pessoal e relevância de conteúdo. “Não é nada fácil, sabemos que o microinfluenciador tem que ralar muito para gerar conteúdo até emplacar e até depois disso. Nós estamos aqui proporcionando visibilidade para os microinfluenciadores mais relevantes”, destacou.
Dados da Adtech Inflr já apontam que 75% dos jovens brasileiros desejam se tornar creators, que já é reconhecida oficialmente como uma profissão. E um mercado avaliado em 104 bilhões de dólares, de acordo com a NeoReach. E atraindo o investimento de muitas marcas
As premiações abrangeram 25 categorias: Agro; Arquitetura e Decoração; Automobilismo; Beleza – Cabelo; Beleza – Make; Body Positive; Educação; Educação Financeira; Empreendedorismo; Entretenimento; Esporte; Família; Fitness; Games; Gastronomia; LGBTQIAPN+; Literatura; Meio Ambiente; Moda; Movimento Negro; PCD; Pets; Saúde; Startups; Tecnologia e Viagens e Turismo. As premiações acontecem intercaladas com os painéis do Fórum.
Conheça os homenageados neste sábado, os quais compartilharam suas experiências, por categoria:
AGRO
Fabiana, gerente de Comunicação Externa da Syngenta, que conduziu a entrega do prêmio digitalmente, lembrou que o pessoal do agro são muito importantes, “porque que coloca na mesa os produtos que consumimos”. Vanderley Lermen, do Empreendedores do Campo, revelou que, além de produtor de conteúdo, é também um Pequeno produtor rural, trabalha com leite, e faz assistência técnica e ainda possuiu uma empresa que comercializa cimentos. Começou o canal em 2010, voltado para a agricultura familiar, fornecendo ideias e dicas. Nascido e criado em pequena propriedade e na agricultura familiar no noroeste gaucho. “O pequeno tem mais dificuldade no acesso à informação”, disse. “Precisei ter motivação para trabalhar o conteúdo. No início eu era jovem e tinha vergonha de mostrar meu conteúdo nas redes sociais; hoje não, e não apenas eu, mas outros criadores gostam de ser reconhecidos como agricultores e mostrar o seu dia a dia”.
ARQUITETURA E DECORAÇÃO
Participaram dois premiados: Fabi e Renato, do Olha o Ap Deles, e Regina, da Pura Arquitetura. Fabi e Renato moram em um apartamento de 45 m2. Por isso “a decoração tem que ser cuidadosa”, segundo eles. “A decoração esta muito ligada ao dia a dia das pessoas, e vai funcionar para cada tipo de morador”. Já Regina, diz que foi uma surpresa maravilhosa ter sido premiada. “Tenho quase 250 projetos autorais e o Top 5 de visualização inclui uma uma casinha simples, que inspirou as pessoas, tem criatividade. E no outro extremos um ap de 750 m2, com elevador privativo de carga, uma excentricidade até para os mais ricos. São exemplos opostos, e neste ultimo o que chama a atenção do publico é a curiosidade. Sempre conto uma história do imóvel e da reforma, como foi feita e o que mudei inclusive na planta”.
BELEZA CABELO
Estiveram presentes os três premiados: Gessi Nadine, Thallita Cruz e Laíris Trindade. Gessi começou a gravar vídeos há dois anos, no período da pandemia. Experimentou vários modelos de postagens e gravações. Passou por dança, dublagem, “até que as pessoas pediram para eu falar do meu cabelo, e a partir daí recebi mais seguidores, e comecei a fazer penteados, a me diferenciar com isso”, revela.
Laíris Trindade, também começou há dois anos como algo profissional: “Sempre gostei de mostrar minha rotina e cuidado com meus cabelos, vi que pessoas de cabelo crespo tinham curiosidade em se tratar melhor”. E revela que também sofre ataque de haters: “Tem pessoas que ainda associa nossos cabelos a coisas ruim mas eu os ignoro, não perco tempo”.
Thalita começou em 2015: “Pesquisei videos, e comecei a gravar no Youtube; no começo só queria um espaço para conversar com as pessoas, um simples grupo de afinidades, e acabei me profissionalizando”. Sobre hateres, faz o mesmo que sua colega, mas separa cada critica, e dependendo da fala, alguns responde, outros não
BELEZA MAKE
Nesta categoria participou apenas a premiada Isabela Pierre. “Maquiagem é um complemento de miha personalidade”, disparou. “Eleva a autoestima. A maquiagem é uma grande ferramenta de nosso trabalho para ajudar as pessoas. Estou muito feliz em participar deste mercado, que é gigante. O seu canal ganhou destaque porque Isabella já era maquiadora profissinal. Começou ensinando o passo a passo da maquiagem, principalmente para pessoas de pele preta, algo com muito pouco informação na época em que começou, há dois anos. Ela fazia resenha de produtos para pela, no Youtube e depois no Instagram e agora em outras plataformas. “Traz um retorno muito bom, principalmente para minha autoestima e saber que meu trabalho inspira as pessoas”, repetiu ao ser perguntada sobre ganhos financeiros. “Fiquei muito feliz em ser premiada e divulguei isso em minas redes sociais”.
BODY POSITIVE
Nessa categoria esteve presente online a Heber Souza, da Hey Gabs. Ela tem várias plataformas para falar sobre Body Positive, e segundo diz, “ajudar as pessoas”. E complementa: “Essa revolução vem dentro da gente, porque não temos que seguir regrinhas para ser feliz e amar. Tem muita gente nisso e e outros chegando. o que me ajudou muito, no início, foi ver pessoas gordas na internet sendo felizes e tais depoimentos foram me contagiando…”. Foi o que deu um start ao seu trabalho nas redes sociais, e agora é ela aue inspira as pessoas a aceitar o seu corpo e fortalecer a autoestima.
EDUCAÇÃO
Para Liara Horie, este foi o segundo ano participando do premio, uma consagração. “A pandemia afetou muito a educação, meu irmão, por exemplo, estava em processo de alfabetização e sofreu muito por estar fora da escola presencialmente. Por isso estamos num período de retomada. O importante foi a gente continuar a estudar dentro de casa e ajudar nossos familiares. Comecei sem muita pretensão e fui crescendo….muito doido isso porque consigo ver nitidamente a desigualdade social no Brasil, vejo pessoas privilegiadas, como eu, com acesso a educação de qualidade, mas recebo mensagens de pessoas que são prejudicadas e tento ajudar. Educação é a base de tudo. É gratificante e meu trabalho se concretiza com esse prêmio. Para as coisas melhorarem, depende muito dos governo, agindo nas escolas publicas. Mas tenho fé que tudo vai melhorar e a tecnologia vai estar mais implementada na educação”.
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Fernanda Peretti, do canal Tá Sobrando Dinheiro, uma das ganhadoras e destaque da categoria, ensina as pessoas a usar o dinheiro, fazer o orçamento pessoal e, por fim, saber investir com o que sobra. Ela não é mão de vaca não, apenas ensina um melhor gerenciamento para melhorar a qualidade de vida. “Dinheiro foi feito para gastar, mas com planejamento. Trabalho com o conceito do minimalismo. Não é viver com pouco, e sim viver com o necessário”, filosofa. Educação Financeira parece que tá na moda, muita gente tem falado sobre isso, mas poucos com propriedade e de forma simples e fácil de ser entendida, num assunto que incomoda muitas famílias. Ouçam o que ela tem a falar e pare de reclamar que o orçamento tá curto.
ENTRETENIMENTO
Tabatha de Lacerda, estava indo para o Lollapalooza, em São Paulo, quando parou no caminho para falar ao vivo com a Plataforma Negócios da Comunicação e ser homenageada pelo Prêmio. … Ela conta das dificuldades nos últimos anos, principalmente no período da pandemia, que todo mundo ficou preso em casa e entretenimento só sentado no sofá. “O publico ficou em casa na pandemia e o lado bom, de certa forma, é que essa coisa da casa as pessoas ficaram muito ligadas em filmes e em série, via streaming, porque não podiam sair para ir ao cinema. E mais curtir filmes e séries do que música, por exemplo, também por não ter shows na rua. Mas aí muito artista bombou na pandemia. Muitas marcas e empresas tiveram que reaprender o marketing para ver como funcionaria esse mercado nessa condição. O Tiktok tabém bombou e o Instagram e o Youtube mudaram também. Hoje em dia continua tudo muito remoto, e muita gente virou empreendedor digital”. Sobre o que a inspira na produção de conteúdo diz: “Estou na internet há muito tempo, desde 2012, e busco inspiração no dia a dia… Amo falar com o público na internet. E uma segunda família. Eu virei a chave na pandemia e passei a tratar esse meu hobbie como negócio”.
ESPORTE
Do time de Esportes, dois atenderam a escalação para receber o prêmio virtual e falar um pouco com o público: Sidney Gabriel, o DPC, ou, o do canal Dois Por Cento; e Victão do Basquete pra Vida, Sidney começou há dois anos. Ele tem 1,67 de altura, não é um espigão como Victão e a maior parte dos atletas do esporte, mas atua no ramo. Em seu canal mostra o rachão de fim de semana, onde ele começou. “Falo de acessibilidade também, e falo de basquete, claro. Jogar basquete é mais complicado do que bater bola na rua no futebol. Então ensino como treinar basquete com coisas que temos em casa, sem cesta, por exemplo, e com qualquer coisa substituindo a bola. Nesse esporte eu comecei com um time de bairro, disputando campeonatos locais e regionais. Meu time começou no 3 contra 3, agora uma modaliade olímpica. Isso vem do basquete de rua. Em 2020, por causa da pandemia, todos os campeonatos pararam. Mas o NBA nos EUA continuou e todo mundo começou a prestar atenção nele, assistindo partidas na TV. O que falta é o Brasil chegar mais longe nas olimpíadas para crescermos nesse esporte e ter um efeito melhor nas competições.
Victão atuou nas quadras, profissionalmente, nos EUA. Ele também ensina a treinar. “Influenciamos em acessibilidade e motivação. Atuei nos EUA e, por isso, muitos fãs se inspiravam comigo, sonhavam em estar no NBA. E se eu consegui eles também podem. Por isso minha missão é incentivar as pessoas a treinar…Meu conteúdo é bem de ensinamento, democratizo o conhecimento. Além de disseminar conhecimento, mostro que é possível, incentivo a galera, e também mostro meu exemplo. Baquete vem num crescimento, em termos transmissão de eventos. Mas aqui no Brasil, falta estrutura. Time de base não acompanham e sem interesse de marcas não investem. Mas, teve um efeito cascata com o basquete mais assistido no streaming, e isso incentivou mais oe jogo nas quadras e os times, mas não é do dia para a noite. À partir de 2021 vi um crescimento maior, mas faço conteúdo há 6 anos. O maior cestinha do mundo é o Oscar, brasileiro, o nosso país tem talentos, falta mais investimento. Existem 17 mil times de basquete sub 17 nos EUA e no brasil não em 600 times. Esta é a base., Mas mesmo assim, com todas as dificuldades, ainda exportamos atletas para a Euroliga, na Europa e para o NBA, nos EUA”.
FAMÍLIA
Jéssica Ceron , premiada na categoria Familia, é terapeuta educacional e mãe de gêmeas que tem síndrome de down, e recentemente ganhou mais um bebê. “Comecei no meio digital, de forma orgânica, e elas (as gêmeas) nasceram na pandemia em 2020. Comecei pensando em familiares e amigos que não poderiam visitá-las devido a pandemia… e as coisas foram tomando uma proporção maior. Faço conteúdo só do que é relevante, não fico me expondo em toda nossa intimidade. Tenho 180 mil seguidores e recentemente iniciei numa visão comercial, porque ainda atuo na minha área de terapeuta. Assim, já estamos a fechar negócios com marcas. E uma agência me ajuda na parte comercial. O conteúdo sou somente eu que faço, junto com minha família, não temos uma equipe de fora na produção.
GAMES
Carol Costa tem apenas 18 anos, mas passa a perna de muito marmanjo no ramo dos games. Ela informa que 50% do publico em suas redes tem idade entre 25 e 35 anos, e a outra metade é mais variada, um púbico um pouco mais velho e um pouco mais novo. “O Interesse em meu canal é mais nichado, daqueles que gosta, de games. Também cubro cinema [Omelete], cultura nerd, que envolvem às vezes viagens. Então, ainda estou me adaptando na logística pós-pandemia… ainda fazendo muito remoto; acho que acontecerão mais eventos presenciais agora”.
Arnaldo DK Montagnoli diz que sua idade é revelada pela “minha barba branca, que entrega tudo, coisa de tiozão”. E o seu público é formado por “pessoas acima dos 30, gente, como eu, da época do Atari. Faço parte da comunidade Xbox, com toda aquela guerrinha dos consoles. O mercado de games está voltando ao que era antes da pandemia. O pessoal ficando mais em casa até foi bom para nós, e para os streamings, então, agora estão retornando os lançamentos”. Ele é taxista.
El Baramallo, do Fazendo Nerdice, admite também ter “a barba um pouco branca. E miro no conteúdo para uma galera como eu, publico entre 25 a 34 anos. Sempre fiz conteúdo para a galera de minha faixa etária. Tenho um emprego e também gosto de games. Na minha opinião estão acabando os jogos exclusivos para consoles, e isso é uma coisa boa. E, em termos do que eu publico, são videos curtos, sobre tendências… os conteúdos de 1 minuto estão se tornando tendência, tipo Tiktok, e isso irá mudar a maneira como fazemos conteúdos”.
GASTRONOMIA
Em Gastronomia, estiveram presentes Uiara Araújo e Cidinha Santiago. Uiara Araújo, é jornalista de gastronomia, e já começou a trabalhar com marcas em seus canais, principalmente no Instagram e no Youtube, “que é o meu carro-chefe e onde ja fiz algumas coisas com marcas. Tenho uma agência de influenciadores que me representa e que tenta trazer marcas. Até porque eu estou na França. Achei muito legal esse premio, pois vemos muitas premiações apenas para influenciadores maiores e esquecem de nós que estamos numa carreira em ascensão. Já Cidinha Santiago, destaque da categoria, revela que “tenho alguma marcas e completei 60 anos de cozinha, 33 na tv. “Esse prêmio é um importante reconhecimento pois a escolha vem do publico, é muito gratificante”.
LGBTQI+
Jonas Maria, ganhou nessa categoria pelo segundo ano. Começou a produzir conteúdo no final de 2019 e inicio de 2020, “mas estava em contato com esse meio porque minha namorada ja atuava no ramo de creators. Tivemos um boom rápido nesse ramo, onde várias marcas começaram a procurar criadores nichados, mas não foi um movimento natural. As pessoas que apontaram a falta desse assunto na internet, e falta dessas pessoas para falar disso. E a partir dessa critica feita por nós, do ramo LGBTQI+, as marcas se moveram e passaram a incluir esses corpos que antes eram em quantidade minúscula em suas campanhas. E aí um grande número de pessoas conseguiu trabalho. Mas são poucas as marcas que intencionalmente tem feito trabalho com pessoas negras fora da data da consciência negra, e temos que vigiar e cobrar o tempo todo. O mesmo caso acontece na época da parada Gay com em relação às marcas. Mas é um processo que não foi dado e sim conquistado. E os criadores de conteúdo tem uma responsabilidade nesse processo”.
Gay Nerd : “Temos que ter maturidade para lidar com as empresas, não é uma decisão corporativa por solidariedade, apoio, tem interesses comerciais por trás, e esse interesse calibrado pelo interesse do público. As marcas costumas só lembrar de nós em junho, mês consciência LGBT, e acaba após isso. No meu canal falo de conteúdo nerd também, jogos, comunidade LGBT é uma relação mais utilitária por parte das empresas. O mercado nerd tem um núcleo duro bem preconceituoso também. Existem grandes empresas trabalhando com a questão de gênero, que sobressaem mais em junho, e colocam o arco-iris em seus logos. Interessante que essas mesmas empresas, grandes companhias, não tem preocupação com nosso público em outros países como no Oriente Médio e na Rússia, onde o preconceito é maior. Lá elas não tingem os seus logotipos com as cores do arco-íris nas datas comemorativas da comunidade LGBT”.
LITERATURA
Beatriz Paludetto cria conteúdo há uns oito anos. Começou no Youtube e agora já está “em todas as redes possíveis”, como costuma dizer. “Falo de literatura, falo do que eu gosto, do que eu leio, e busco influenciar pessoas a ler o que gostam e ter o hábito de leitura como um hobbie que engradece”. Em termo de patrocínios de marca, ela lamenta um pouco e informa que “o meio literário é um pouco atrasado em comparação a outros setores. Há pouco tempo que integralmente com isso. Há cerca de 3, 4 anos. Mas existe, uma resistência por parte de muitas editoras. Por isso não é um nicho que tem muito dinheiro rolando. Algumas editoras trabalham com a gente, e somos responsáveis por vendas de livros, e algumas editoras mais tradicionais tem receio Mas eu só faço publi do que gosto, amo. Entre as editoras que trabalham comigo cito a Intrínseca e a Editora Tama, esta última focada em livros de suspense e é um selo da Ediouro, estando comigo desde o começo. E tem a Peglivros, que não é bem uma editora, tem assinantes, fazem muitas ações com pensadores literários. Fiz ações legais com eles, Frequento livrarias aqui em Londrina, sinto falta disso, de pegar livro, ver os projetos gráficos, sentir o cheiro de livros”.
MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Nessa live estiveram as três premiadas: Vivi Ser Sustentável, Nicole Casa Sem Lixo e Carol Carvalho da Plantação de Lavanda.
Viviane Eunice, a Vivi do canal Ser Sustentável explica que “meu canal vem da busca de viver uma vida mais sustentável. Muita gente se interessa pelo tema, mas vejo pouca transformação na vida cotidiana. Ainda tem muito que avançar. existem muitas dúvidas a respeito de meio ambiente e sustentabilidade, e meu papel é esclarecer, com uma troca constante. E inspirar pessoas para começar a fazer coisas simples, como compostagem de orgânicos, horta caseiras, etc”.
Nicole, da Casa Sem lixo: Eu ja era uma ativista ambiental sem saber fazendo mudanças na minha casa. Claro que minha casa não é totalmen te sem lixo mas procuramos viver uma vida sustentável. Temos que ter um estilo de vida coerente com a realidade que temos h oje . Emergência climática é algo concreto.
Plantação de lavanda, canal da Carolina (Carol) Carvalho, design de moda sustentável: “Atuo com moda., moda consciente, moda sustentável. Sempre customizei minhas roupas, roupas de bazar, Aí comecei a ver e estudar a importância da sustentabilidade. E vi que meu trabalho vai muito além das tendências, muto além da venda. Tento trazer para as pessoas o conceito da minha realidade, transformando roupas. Vejo que muita gente não entende ainda a importância do meio ambiente e da sustentabilidade, e só acompanha isso como uma tendencia. A indústria têxtil é muito poluidora. Mas tem muita gente querendo mudar, fazendo trocas, bazar, reciclando roupas”.
MOVIMENTO NEGRO
Thalita Cruz, ganhou em duas categorias (também em Beleza-Cabelo). “Meu canal é muito voltado ao cuidado com cabelos cacheados, a beleza do homem e da mulher de cabelo crespo, de cabelo cacheado. Importante é a gente fazer parte sim desse movimento negro, mesmo de forma indireta, sem discurso politico, direto com as causas. E eu falo isso no meu canal, trazendo mais a autoestima das mulheres negras, como reconhecimento de sua beleza. E atraiu negócios sim, marcas se preocupam a trazer produtos para meu tipo de cabelo. Isso agora, porque antes não tinha tantas empresas interessadas nesse segmento”.
PCD
Sophia Mendonça, do canal Mundo Autista, é jornalista, desenvolvedora de softwares, escritora, mestre em comunicação.. e també autista! “Faço esse canal desde, com 18 anos. Criei o canal para que as famílias não se sentissem sós como eu me senti um dia. Um Canal protagonizado por uma autista mais antigo no Youtube. O autista sofre um certo desamparo social, temos muito mais a contribuir e produzir do que sociedade pensava, e esse Prêmio simboliza isso. Demos um primeiro passo para mostrar a deficiência visível e valoriza-la, mesmo que não consigamos produzir o que a sociedade espera de nós. E deficiência perpassa tudo, a questão de gênero, raça, etc. Dedico esse Prêmio a toda essa comunidade, são 70 mil pessoas em meu Canal. O inverno nunca falha em se tornar primavera, costumaos dizer. E dedico também às mulheres que não se enquadram no que pensam que é ser mulher, as autistas, que independentemente dos desafios seguem em frente, e as mães que estão sempre se desafiando com os filhos e pelos filhos.
Selma Sueli Silva mãe de Sophia, e cocriadora do Mundo Autista, e que tem um outro canal próprio (Sophia e Selma, entretanto, ganharam juntas pelo canal Mundo Autista). Selma, que também é autista, diz que a questão da inclusão é um caminho sem volta para as empresas. “As áreas de RH tem que considerar a pluralidade das pessoas. O autista evidentemente não vai passar, nos processos seletivos, em vários quesitos, como ter firmeza no olhar, ou que por não se mexer muito… Critérios que deveriam ser rediscutidos. A inclusão é necessária até por inteligência. Quando você oferece espaço para o diverso, o neuro divergente, você vai passar a pensar alternativas, pensar diferente nas opções no trabalho, na escola, e olhando as diferenças ficamos mais criativos. Recebi meu diagnostico de autista com 53 anos, após uma carreira no jornalismo, 20 anos no rádio, e hoje sou influenciadora de conteúdo. Aberta para o mundo e disposta a abraçar a causa da diversidade”.
O Menor casal do mundo, Katy e Paulo Gabriel começaram há cinco anos. “Naquela época a comunidade não é a mesma de hoje, as pessoas viam nosso trabalho com o rótulo do preconceito, do coitadinho. Agora, com as leis de inclusão e abertura de marcas que incluem pessoas com deficiências, percebemos que a visão é outra. Não é 100% ainda. Em nossa comunidade, tem gente que faz bullying, ainda tem preconceito mesmo. Mas tem outro grande leque de pessoas que consomem nossa informação, e nos proporciona feedbacks maravilhosos. Evoluiu muito. Já fizemos várias campanhas para várias marcas. E hoje as marcas respeitam nosso conteúdo, dão liberdade para cocriar com eles”.
PETS
Rosiméri Gerlach, da Trigatos (destaque da categoria), tem três gatos e começou produzindo conteúdo sobre eles, os cuidados e como fazem parte de sua família, e ainda “o quanto podem ser seres inteligente e incríveis”. E as coisas foram acontecendo e tomaram proporções que nem imaginava. “Comecei no Instagram para guardar as fotos deles e conhecer outras pessoas que gostavam do assunto. Tem um monte de gateiro apaixonado por gatos como eu. Também atuou com uma empresa de marketing digital e hoje esta é minha profissão”. Médica, formada em 2019, atuou por um tempo na área da saúde, mas quando viu que gostava de estudar o comportamento dos gatos, viu que esta era a sua vocação, ganhando dinheiro ou não. Em todas as redes sociais tem mais de 600 mil seguidores. No Tiktok são 350 mil e no Instagram 17 mil. Principal forma de gerar renda é com publicidade na monetização do Instagram. “E só divulgo produtos que realmente uso e gosto”.
Simone, da Familia Pinschers & Cia: “Comecei de improviso, com meus três cachorros, essa é a minha família, . Não entendo quase nada de internet e essas tecnologias avançadas de hoje . Publiquei um video por acidente na internet, e as pessoas quiseram ver os cachorros. Foi quando percebi que era uma maneira de me comunicar com as pessoas e mostrar como lidamos com os animais, respeitando a personalidade de cada um. Não tem roteiro, é tudo real, de improviso. quando eles fazem algo e estou com a câmara perto eu filmo e posto. Tento influenciar pessoas a tratar bem os seus animais de estimação, com carinho e respeito. Tenho quase 900 videos. mas tem sempre uma coisa nova .Pego no flagra e mostro. Não tenho faturamento, é só um hobbie com entretenimento saudável. Minha intenção é levar conteúdo que qualquer pessoa possa assisistir. Sou dona de casa, crio pinscher há 10 anos, e tenho também, três gatos, Já foram mais, sou voluntaria de uma entidade de proteção de animais em minha cidade”.
SAÚDE
Carolina Pinhol, da Carol Pinhol Ser Íntimo. Ela é biomédica, especialista em reprodução assistida, com mestrado em biologia celular e cursando doutorado em biologia celular. Foca em reprodução humana. Criou a pagina no final de 2019 no Instagram, Ser Intimo fala sobre casais homossexuais, saúde intima e temas correlatos. “Quis falar disso de forma mais simples. Nosso principal compromisso é repassar informações corretas. Tem muita desinformação. sensacionalismo. Tento desmistificar essas questões, acabar com a educação sexual baseada no medo, que vem desde a infância, em casa, e se perpetua na escola. Atuo com ética, responsabilidade, trazendo informações, além de empatia no entendimento das pessoas, recebendo informação delas também. Nao são só números, lives, são pessoas.
Guilherme Neif. Destaque da categoria. Médico, cardiologista, vem de uma família de médicos — pai e irmão — e coordena sua empresa fundada pelo pai, de ensino médico. “Fomos bombardeados por fake news na pandemia. Agora cabe a nós, profissionais de saúde, passar o conhecimento médico, científico. Com a pandemia a fake news politizou a questão da vacina. Isso afetou todo o processo de vacinação, até para crianças. Só 20% delas estão sendo vacinadas contra a poliomielite. As fakes do coronarírus afetaram todos os tipos de vacinação. Veja o exemplo presidente americano Roosevelt, que teve problemas de paralisia porque não existia vacina na sua época. Trago conhecimento com humor e bato de frente com a desinformação na internet”.
STARTUPS
Carlos Roberto Menchuk, da Ser Logístico. Nunca imaginou que iria ser um microinfluenciador. Atua na área de logística há 21 anos e há pouco mais de três anos, em setembro de 2019 começou seu Canal no YouTube. “Procuro ensinar, elevo o patamar da logística no Brasil, buscando informações de tecnologia. O futuro dessa profissão está ligado à inovação. Estou agora nos EUA participando de uma feira setorial em Chicago, e percebemos aqui como os EUA são avançados em fomentar startups. É mais fácil empreender com startups, mas não é todo mundo que tem condições de ser empreendedor. Startups é como um funil, todo mundo quer entrar mas poucos terão produtos validados. Startups tem passos já bem conhecidos para serem seguidos. Existem livros de startups que ensinam o tempo de maturação, como proceder, metodologias que ajudam os jovens a se preparar”. Quanto ao Prêmio, ele declara que foi uma surpresa ao longo do caminho. Tenho empresa há 22 anos, e o Canal foi criado para trazer clientes para os meus negócios e, com o tempo, se tornou muito maior. Tenho patrocinadores. Estou aqui nos EUA porque tenho apoiadores que bancaram a viagem. Se tornou o maior Canal do mundo no segmento. A gente acha que tem que ter muita estrutura para começar. Mas eu comecei sozinho com meu celular, gravando conteúdo. Minha recomendação para quem deseja empreender no digital é: comece. Não se preocupe com a perfeição, vai se acostumando com o tempo, criando desenvoltura em frente das câmeras. E o mais importante: quanto mais você dividir o conhecimento mais vai multiplicar seus negócios”.
TECNOLOGIA
Adriana Saty: “Eu consumo tecnologia e aprendo de varias maneiras, para me atualizar e passar informações novas. Uma das motivação de aprender é ter algo interessante para passar para as pessoas. Acompanho a galera do Linkedin, leio livros, assino newsletters. Também envio mensagens para pessoas, converso elas em eventos. Falar com amigos é uma forma de me atualizar, ajuda a ter insights. Gosto de falar com o pessoal que me manda mensagem inbox, é uma boa métrica para saber o que divulgar. Também gostam de me ver fazendo esportes e compartilho isso e coisas que eu acho interessante. Às vezes fujo do nicho de tecnologia, assuntos que eu gostaria que também dissessem para mim. Comecei no Instagram no período da pandemia, louca por ficar dentro de casa, e comecei a fazer conteúdo. Sempre trabalhei e aí, além de meu trabalho formal, tinha que trabalhar ainda mais publicando conteúdos. Não podia parar. Foram seis meses sem finais de semana para gravar videos, até emplacar. Agora aproveito mais o tempo. Meu desafio foi esse, compartilhar informação e ao mesmo tempo levar uma vida mais leve”.
Rafaella Ballerini. “Como criadora de conteúdo [Canal Rafa Ballerini], já estamos no ramo da educação de alguma forma. Não na parte acadêmica, mas, influenciando pessoas, falando de tecnologia, o que está rolando no mercado. Temos que ser um pouco aluna também, fazendo cursos e consumindo conteúdo. Influenciamos e somos influenciados. Consumir conteúdo antes de produzir para se atualizar através de newsletters, artigos acadêmicos, e com outros criadores, Tem que entender quem é o nosso publico, temos juniores e seniores, O conteúdo nunca é o mesmo. Nichando mais ainda o conteúdo de tecnologia, que já nichado, ajuda a engajar com linguagem didática, para ser melhor compreendido e trazer coisas úteis para o dia a dia.
Vitor Modesto, do PagDicas, Canal que tem o objetivo de simplificar a forma de pagar e receber: “Eu empreendo fisicamente, tenho um negócio. E em meu Canal falo sobre dicas para empreendedores. No balcão da minha loja busco tecnologia para melhorar o atendimento, e oque vejo na pratica trago para o Canal. Microermependedores têm dificuldades para inserir tecnologia no seu trabalho. A dificuldade do mercado faz com que eu consiga esse retorno de público. Trago paro o mundo físico primeiro, na loja, e depois para o digital. Eu trabalhava com automatização, com máquinas. Quando era lançada uma máquina nova eu me debruçava com conhecimento sobre elas, mas o público pedia mais informações sobre elas. As mais atigas, principalmente, e eu tinha até que refazer videos antigos, publicando algo diferente”.
VIAGEM E TURISMO
Do Norte ao Norte, e Elka e Luis, trabalhando e viajando: “Estamos criando conteúdo há quase sete anos, em passos pequenos, porque tem muita gente grande, muita gente no segmento e por isso ficamos lisonjeados com o Prêmio. Começamos em 2016, e era para ser apenas um ano de viagem desde Manaus, com um Fiat Doblô. Somos do Norte, agora estamos ao vivo em Medelin na Colômbia, num posto de gasolina. Começamos como um simples registro de viagem em nossa motorhome. E as coisas foram tomando outras proporções. Nosso critério é meio aleatório, nossa viagem começou em Manaus e queríamos ir até o sul do Brasil, via litoral. Nossa fonte de renda não vem das redes sociais. Temos outro trabalho, como designs gráficos, que executamos a distância e temos clientes fixos em Manaus, que nos pagam mensalmente. Aí pensamos em finalizar na América do Sul, fazendo pequenas metas. Depois colocamos outros desafios…fomos até a Argentina, Chile, e Colômbia, Queremos ir pelo Caribe e Venezuela, depois, retornar ao Brasil. Para sair de Manaus tivemos que viajar cinco dias de barco com o carro encima.
Rapha Brazilicans (Destaque da categoria). Rapha é a mamãe brasileira e Aaron o papai americano, que vivem atualmente nos EUA com seus três pequenos filhos. Ela conta:”Este é o primeiro prêmio da minha vida, nunca ganhei nada (risos). Começamos a criar conteúdo de viagem há seis anos. Meu filho vai fazer oito anos, quando ele tinha 1 ano comecei a gravar, pensando numa vida nova, morando cada mêss num país diferente, e quis compartilhar isso no YouTube. Encaro isso até hoje como um diário da minha família. Adoro assistir meus vídeos de dois, três anos atrás, com meus filhos pequenos. Também o planejamento foi meio aleatório. Procuramos destinos sempre mais baratos, partindo de onde estávamos. Foi aí que estivemos quatro anos como nômades. Publicamos nossa rotina, como é viajar com um filho…depos teve a pandemia, e veio a segunda filha, depois a terceira…moramos em Portugal, depois, EUA. Temos uma base fixa agora, uma casa. Ficamos sete anos casados sem ter uma casa, só viajando. Eu fazia homeschooling, ensinamos o filho a ler em casa. É também uma fonte de renda para meu marido. que trabalha com marketing digital, e é bem envolvido com produção de conteúdo. Ele trabalha de segunda à sexta na rotina dele, mas eu também ganho um dinheirinho nas redes sociais. E dá trabalho, o que eu ganho às vezes nem dá para pagar um editor de video, e não consigo focar numa só plataforma”.
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