Com publicidade, plataformas de streamings se aproximam da TV

Para gerar renda num momento que perdem assinantes, os streamings imitam a TV e colocam anúncios em sua programação

As plataformas de streamings, que entregam filmes para assinantes mediante uma mensalidade, parecem agora imitar o que fizeram as TVs por assinaturas há várias décadas: prometeram aos assinantes uma programação superior à TV aberta, sem comerciais. Com o tempo, alguns canais de TV a cabo começaram a exibir mais anúncios que as próprias TVs abertas e, evidentemente, não baixaram os preços das mensalidades. Mas isso pode ser diferente em alguns detalhes com os streamings. Plataformas menores como a Pluto TV e Favela TV, já exigem publicidade há algum tempo. Depois a Disney+ entrou no esquema, e ainda a HBO e Hulu. E agora a Netflix, que anunciou parceria com a Microsoft para a venda de anúncios.

A perda de assinantes é uma das justificativas. A Netflix teve o primeiro resultado negativo este ano. No primeiro trimestre a empresa perdeu 200 mil assinantes. A suspensão das operações da empresa na Rússia após a guerra co a Ucrânia teve um impacto nesses números, onde perdeu 700 mil assinantes, mas não é o único fator. O setor de streaming como um todo vem registrando perda de assinantes. E essa insatisfação tem a ver com os constantes aumentos de mensalidade e queda na qualidade e diversidade das programações oferecidas. Cerca de 1/3 dos consumidores que assinam serviços de streaming estariam propensos a cancelar pelo menos uma dessas plataformas nos próximos meses, de acordo com um estudo global divulgado pela consultoria Simon-Kucher & Partners. Mas poderiam voltar atrás se os anúncios reduzissem os valores das mensalidades. Algumas plataforma já falam em serviço grátis em troca da exibição desses anúncios.

A Netflix fala em um novo plano mais barato com essas publicidades. Porém, é preciso que as marcas pensem no que vai engajar o consumidor neste formato de plataforma. Principalmente, se levarmos em consideração que cada rede social tem um tipo de perfil de consumo, é fundamental repensar na forma em como as marcas se comunicam com seu público, seja pelas redes sociais ou plataformas de streamings.

Camilo Barros, da VidMob na América Latina.

Para Camilo Barros, Head of Sales and Partnerships Latam da VidMob na América Latina, não há como separar as marcas que se comunicam nas redes sociais, nas TVs e nos streamings: “Estamos falando de ominicanalidade, temos que estar em todas as plataformas de forma eficiente, e aproveitando a jornada do consumidor”.

Atualmente, falando de redes sociais também, as marcas já devem se preocupar com a comunicação em cada uma das plataformas, segundo Barros, já que o que funciona para o Reels do Instagram não dá certo no TikTok ou no Youtube Shorts, por exemplo. Em cada uma das redes a comunicação deve ser personalizada pensando no que o público consome em cada uma delas.  Enquanto no TikTok os conteúdos necessariamente precisam passar uma informação de forma rápida e divertida, no Instagram, por outro lado, as empresas têm mais liberdade e tempo para serem mais informativas. O live commerce, ou vender através de streamings torna essa equação ainda mais complexa. O social commerce é para mim a definição mais correta para esse composto. Utilizar as redes sociais e o potencial do live commerce para atrair, converter e fidelizar clientes.

No streaming, as empresas aumentam a probabilidade de se comunicar com um novo público de maneira mais profunda e assertiva. Além, é claro, de abrir um leque infinito de possibilidades sobre como impactar esse público de maneira genuína com anúncios interativos e imersivos. Essa modalidade não é novidade, já é consolidada no oriente, e acelerada a sua chegada devido a pandemia e nossa vida em frente às telas. É mais um canal extremamente poderoso e que deve ser considerado pelas marcas.

A respeito da parceria entre duas gigantes, a Microsoft e a Netflix, Barros comenta que o consumidor mudou. E a necessidade de se adaptar a essas mudanças cabe às marcas e às plataformas de mídia. “O consumidor pede hoje esse imediatismo e a tecnologia pode proporcionar essa experiência. Quando dois players assim se unem para uma solução é natural o ganho e evolução. A Netflix hoje é responsável pelo consumo de conteúdo de uma parcela grande de uma população qualificada, vale reforçar que não é massiva, e necessita evoluir na experiência do consumidor da mesma forma que necessidade de novas receitas. Acredito que teremos bons frutos desta parceria”.

Obviamente, pondera Barros, “será mais um canal onde podemos ajudar marcas e profissionais de marketing a alcançar altas performances. Nós não escolhemos a plataforma na qual iremos trabalhar, ao contrário, desenvolvemos nossos processos para cada uma delas, com suas peculiaridades e necessidades específicas para que estejamos sempre adiantados às necessidades do mercado”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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