Por Simone Justinio
Por muitos anos, o marketing B2B foi visto como um suporte: uma área de materiais, apresentações, eventos e apoio à área comercial. Mas o mundo mudou e os negócios também. Hoje, quem atua em vendas complexas, consultorias de tecnologia e serviços estratégicos precisa de algo muito maior do que “apoio”. Precisa de visão, de contexto, de escuta ativa, de propósito. É por isso que acredito que o marketing B2B deixou de ser coadjuvante e deve provocar, personalizar e liderar com propósito.
Temos trabalhado intensamente para reposicionar a marca como referência em curadoria de jornadas digitais. Isso significa assumir um papel muito além da tecnologia pela tecnologia: somos parceiros na tradução do complexo em soluções aplicáveis, olhando para as dores reais dos nossos clientes e, mais do que isso, para os desafios dos clientes dos nossos clientes, em uma abordagem que chamamos de B2B2C.
Estamos falando de um marketing que ajuda a tomar decisões com impacto, porque entende o negócio, interpreta dados, antecipa movimentos e personaliza a jornada de cada cliente com inteligência e empatia.
Prioridades e metas focadas no negócio
De acordo com o levantamento “O status do marketing B2B na América Latina em 2025”, um panorama da área de marketing B2B, revela que aparecem duas necessidades ligadas ao negócio e: dar visibilidade aos produtos/serviços da empresa (57%), e posicionar a organização em um determinado mercado (51%).
Ou seja, um marketing que entende isso pode não apenas influenciar negócios, mas transformar o relacionamento entre marca e cliente de forma contínua e estratégica.
Esses dados apenas confirmam o caminho que já estamos trilhando: investir em um marketing que integra visão de negócio, posicionamento de marca e geração de valor real para o cliente. Entendemos que visibilidade e posicionamento não se constroem apenas com presença, mas com relevância, entregando conteúdo, experiências e soluções que reflitam nossa proposta de curadoria digital e fortaleçam nossa autoridade em temas como observabilidade, cibersegurança e inovação aplicada.
Diversidade para inovar
Atuamos no Marketing como um oráculo, uma fonte de interpretação conectada à experiência do cliente (CX), aos times comerciais, de produtos e serviços para ajudar nossos clientes a navegarem em um mercado cada vez mais desafiador e volátil. Essa abordagem só é possível com dados, sim, mas também com escuta real. E com diversidade. Porque quando há vozes plurais na construção de uma marca, há mais chances de enxergar o todo, de compreender problemas específicos e de inovar com consciência.
Faço parte da diversidade. E, como tantas outras profissionais com trajetórias semelhantes à minha, sei o quanto representatividade importa, não apenas como símbolo, mas como diferencial competitivo.
A diversidade de experiências, de olhares e de repertórios gera decisões mais maduras, mais criativas, mais relevantes. Por isso, o marketing que eu acredito, e que temos construído na empresa, também é um vetor de inclusão, de formação de talentos, de abertura de caminhos. De fato, criamos uma universidade corporativa para formar competências técnicas e comportamentais que sustentem a inovação na entrega de soluções estratégicas. Mas também, para formar líderes preparados para os desafios do futuro e para as adversidades.
B2B precisa de emoção e direção
Costumo dizer que o marketing B2B precisa de duas coisas fundamentais: emoção e direção. Emoção para não esquecer que, mesmo em grandes contratos e decisões corporativas, quem decide é sempre uma pessoa. E direção para que essa emoção seja canalizada em ações orientadas por dados, contexto de mercado e entendimento profundo do cliente.
Em 2025, só empresas preparadas para ouvir, interpretar e adaptar sua oferta, com propósito, consistência e estratégia, estarão prontas para esse novo ciclo no B2B. Estamos indo nesse caminho e fazendo essa virada. E queremos inspirar outras empresas, líderes e profissionais a fazerem também.
O marketing B2B que queremos é aquele que provoca perguntas difíceis, atua junto à estratégia de negócios, influencia decisões de alto impacto e, principalmente, que traz pessoas que enxergam o futuro com empatia, ousadia e conhecimento.
Protagonismo: da tecnologia à curadoria estratégica
Em um setor como o de tecnologia, onde o brilho costuma recair sobre os fabricantes de software ou sobre os grandes nomes dos clientes finais, encontrar protagonismo como consultoria exige mais do que competência técnica: exige uma narrativa própria e uma entrega de valor clara. Nós escolhemos ser protagonistas não pelo volume, mas pela profundidade. Nossa proposta de curadoria de jornadas digitais é, justamente, uma resposta madura à complexidade do mercado. Atuamos como ponte entre a multiplicidade de soluções disponíveis e as reais necessidades de cada negócio, ajudando nossos clientes a tomarem decisões mais assertivas, com base em inteligência, escuta e contexto.
Com uma abordagem consultiva e proativa, estruturamos projetos que vão muito além da venda de licenças de software. Nosso diferencial está na capacidade de transformar essas ferramentas em soluções aplicáveis e orientadas a resultados. Ao unir conhecimento técnico e visão de negócio, colocamos a inovação digital a serviço das pessoas, com sensibilidade, personalização e performance. Isso significa entregar jornadas que não apenas funcionam, mas que transformam processos mais seguros, experiências mais fluídas e decisões mais sustentáveis para os negócios.
Ser curadoria, para nós, é exercer um papel estratégico no ecossistema de inovação. É de entender a dor, a agilidade de responder com tecnologia e a inteligência de adaptar a solução à realidade de cada cliente. Acreditamos que é possível e necessário alinhar excelência técnica com uma escuta empática, e gerar valor com uma abordagem mais integrada e consciente. Mais do que fornecedores de tecnologia, somos parceiros de confiança para empresas que buscam escalar, inovar e crescer com previsibilidade, mesmo em ambientes altamente complexos e desafiadores.
A jornada é desafiadora. Mas, como toda boa jornada, vale cada passo.
(*) Simone Justinio é diretora de marketing da Delfia, curadoria de jornadas digitais.
