O mercado exige e empresas buscam cumprir. Ações concretas de ESG e relatórios de sustentabilidade que reflitam a realidade dos fatos, sem exageros e manipulações. As áreas de Comunicação ajudam na criação de relatórios para investidores, mas é fundamental o trabalho de base, com a equipe e, principalmente, a capacitação de lideranças.

As organizações têm o “desafio de atender ao regulatório”, destaca Sérgio Amad, CEO da Fiter. E fala do contexto de 212 milhões de habitantes no Brasil, com 100 milhões de trabalhadores ativos. Desse público, as empresas envolvem seus colaboradores e formalizam planos de ESG para apresentar aos acionistas e ao mercado. “O ESG nasce de exigências de investidores para olhar a perenidade dos negócios”.

O Grupo HDI tem a matriz na Alemanha e adota padrões avançados de sustentabilidade e ESG europeus. A legislação europeia exige vários indicadores; 293 deles devem ser apresentados pela unidade brasileira para a matriz. “Por aqui não tínhamos nenhum indicador e, por isso, tivemos que começar do zero”, lembra Ana Matta, gerente de Sustentabilidade no Grupo HDI. Ela afirma que o RH é a área de governança do ESG na HDI. “Indicadores permeiam as diversas áreas da companhia, então, todas as áreas e todos os funcionários são responsáveis por eles”.
““Indicadores permeiam as diversas áreas da companhia, então, todas as áreas e todos os funcionários são responsáveis por eles”

Dani Plesnik, educadora, palestrante e executiva de RH, revelou que o que mais observa no mercado é o contrário do que é discutido em fóruns setoriais, que é a ausência de responsabilidade a respeito do ESG. “Como o RH agrega todos os dados, parece que é a área dona do ESG. O termo para isso é accountability, que é a autorresponsabilidade, e falta um pouco esse senso de coletivo. Vejo muita briga entre áreas, silos dentro das empresas”. Outro aspecto apontado pela especialista é o do letramento, para as pessoas “entenderem do que estamos falando e o significado disso e o porquê está sendo solicitado. Não é má-fé, é ausência de conhecimento. E relatório bom não pode ter dados ruins”.
“Quando temos uma liderança engajada, temos aumento de produtividade e lucratividade”
Liderança sustentável

Para Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, o líder tem o papel de engajar, de unir o time. “E sabemos que, apesar de o ESG ter uma forte demanda, com as pessoas querendo formalizar estratégias de ESG, existe sempre o desafio de alinhar prática e discurso. Entendemos que, quando temos uma liderança engajada, temos aumento de produtividade e lucratividade”. E um dos desafios apontados por Fernanda é engajar essa nova liderança que está chegando no mercado, a cultura, as skills necessárias e como esse diálogo intergeracional acontece dentro das empresas. “O indivíduo não é apartado do que faz na rua e do que faz na empresa. E na história, nunca tivemos tantas gerações trabalhando ao mesmo tempo como hoje”

Elcio Trajano Jr., CHRO na Eldorado Brasil Celulose, acredita que “a liderança deve ter momentos para observar o que os outros têm a dizer, criar fóruns de aprendizagem de forma democrática, para que todos possam participar, e ter momentos para falar de pessoas, não apenas de negócios”. A questão geracional é importante para ele, porque afirma que hoje existem três, quatro gerações num mesmo ambiente. “Precisamos de pessoas jovens e de pessoas mais experientes, pois todos agregam valor. Temos aqui um alinhamento do fit cultural e nossos valores trabalhamos desde a entrada, seja um jovem aprendiz ou um profissional experiente. Os valores são sempre os mesmos. A valorização de pessoas e a sustentabilidade são indicadores importantes. Temos que saber se o líder está preparado para trabalhar com essa diversidade de gerações, porque as expectativas e estilos de vida são diferentes. Devemos adequar a linguagem e as ferramentas que usamos. Lidar com pessoas é algo complexo”.
“Precisamos de pessoas jovens e de pessoas mais experientes, pois todos agregam valor”

Claudia Meirelles, head de Pessoas & Cultura na Itaúsa, explicou que sua empresa é uma holding com 100 pessoas e “não temos um produto, temos capital intelectual”. No qual a liderança tem um papel fundamental. Formar essas lideranças é muito importante. “Nossa cultura passa a ser construída com um propósito claro, de como ela pode ajudar a empresa na criação de valores mais sustentáveis”. E a liderança é crucial nesse momento. “Para nós, deixa de ser uma liderança executora para ser uma liderança protagonista”. Até porque somos uma companhia de capital aberto e temos um rigoroso código de conduta. Fazemos que nossos líderes sejam os embaixadores de nossa cultura, de nossa ética. Nem tudo é perfeito, mas temos nossos mecanismos para monitorar e ter coerência entre discurso e prática”.
Esse assunto esteve presente durante o 4º´Fórum Melhor RH ESG e Comunicação
Assista aqui ao primeiro dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação
Assista aqui ao segundo dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação
Oferecimento:
.













