Por Amanda Ivanov
Durante muito tempo, falar sobre “autoridade” soava distante, quase como um título reservado a poucos. Hoje, esse conceito ganhou novas camadas e se tornou indispensável tanto para marcas quanto para profissionais. Na prática, autoridade nada mais é do que ser reconhecida pelo que você é e faz. Mas aqui está o ponto central: se você não falar sobre isso, se não se posicionar, ninguém vai saber.
Vivemos um tempo em que comprar não é apenas adquirir um produto ou serviço. A Geração Z, que já toma decisões importantes no mercado, exige mais: quer saber quem está por trás do negócio, quais são seus valores e como eles se refletem no dia a dia. O CNPJ importa, mas o CPF que dá vida à marca importa ainda mais.
Essa transformação passa a incentivar empreendedores e profissionais a se exporem, a mostrarem a cara, a assumirem posicionamentos. Já não basta entregar qualidade, é preciso também revelar humanidade e aproximação com o seu público.
A coragem de ser autêntica
Ser você mesma continua sendo um ato revolucionário. O conteúdo autoral, que reflete know-how e crenças pessoais, é o que cria conexão real. Copiar fórmulas prontas pode até gerar alcance, mas nunca gera impacto profundo. Autoridade nasce da autenticidade, da coragem de colocar a própria voz no centro.
No entanto, não é simples. Nós, mulheres, por muitos anos, ocupamos os bastidores. Hoje, conquistamos espaço como protagonistas, mas ainda lidamos com comparações, inseguranças e o medo de “aparecer demais”. A verdade é que, ao se expor, você inevitavelmente vai enfrentar críticas. E tudo bem. Porque, ao mesmo tempo, encontrará quem se inspire na sua trajetória.
Mais do que status, autoridade é também sobre legado. Pelo que você quer ser lembrada? A resposta a essa pergunta define o caminho. Autenticidade e constância são peças-chave nessa jornada.
Falo com propriedade: passei 14 anos como assessora de imprensa, ajudando outras pessoas e marcas a brilharem, enquanto a minha própria autoridade permanecia escondida. Só quando comecei a compartilhar análises, artigos e bastidores no LinkedIn e na mídia é que percebi a força de me posicionar. E tudo mudou.
O erro mais comum é esperar a estrutura perfeita: o tempo ideal, o suporte de conteúdo, a estratégia milimetricamente calculada. Mas autoridade não nasce da espera — nasce da ação. Hoje, temos ferramentas acessíveis, como a inteligência artificial, que ajudam a criar conteúdos. Mas é o seu olhar, sua vivência e sua marca pessoal que fazem a diferença.
Enquanto você se questiona se vale a pena, outros já estão se destacando, muitas vezes sem ter 1% da sua bagagem.
Referências que nos inspiram
O avanço feminino nos negócios prova que esse movimento não é tendência, é realidade. De Bianca Andrade (Boca Rosa) a Karla Felmanas (Cimed) e Luiza Trajano (Magazine Luiza, vemos mulheres ocupando espaços antes inacessíveis e mostrando que podem ser e chegar onde quiserem. Essas trajetórias reforçam que a autoridade se constrói na prática, com voz ativa, coragem e presença constante.
Construir autoridade não é sobre ego, é sobre relevância. É uma decisão diária de assumir quem você é, dividir o que sabe e deixar sua marca. Não se trata de agradar a todos, mas de marcar positivamente aqueles que cruzam o seu caminho.
Afinal, se você não falar por si, outros falarão. E talvez não contem a história que você gostaria de contar.
Amanda Ivanov, jornalista e fundadora da Imersão Agência