Por Bruno Zani
Em um contexto em que a comunicação é mais dinâmica e interconectada do que nunca, o papel do jornalismo para as organizações se torna cada vez mais crucial. Manter uma relação próxima com a imprensa não é apenas uma necessidade, mas uma estratégia fundamental para o sucesso no mercado. No setor da saúde, especialmente na indústria farmacêutica, essa conexão assume uma importância ainda maior. Aqui, a comunicação necessita ser precisa, ética e responsável, refletindo o impacto crítico que as informações têm sobre a vida das pessoas.
A era da informação digital trouxe desafios únicos para as organizações. Com o crescimento das redes sociais e a disseminação rápida de conteúdo online, a relação com a imprensa tornou-se ainda mais relevante no combate à desinformação. Para empresas farmacêuticas, que lidam diretamente com a saúde e a vida das pessoas, o jornalismo é fundamental não apenas para construir reputação, mas também para proteger a sociedade dos riscos associados às fake news.
De acordo com o Reuters Institute Digital News Report 2023, o uso de redes sociais para consumo de notícias continua crescendo, especialmente entre os mais jovens, embora a confiança nas informações obtidas nesses canais seja significativamente menor. Enquanto plataformas como Instagram, TikTok e YouTube figuram entre as principais fontes de notícias para pessoas de 18 a 24 anos, a confiança geral nas notícias caiu para uma média global de 40%, refletindo um ceticismo crescente em relação ao conteúdo compartilhado online.
No setor da saúde, onde decisões baseadas em disseminação de dados enganosos podem ter consequências irreversíveis, o jornalismo precisa se manter forte como um pilar essencial de segurança e transparência.
O impacto das fake news na saúde tornou-se evidente durante a pandemia de COVID-19, quando informações falsas sobre vacinas, tratamentos e prevenção se espalharam globalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que a infodemia — o excesso de informações, muitas vezes falsas — foi um dos maiores desafios enfrentados na comunicação de saúde pública. Esse fenômeno reforça a necessidade de empresas farmacêuticas trabalharem de forma próxima com jornalistas e veículos de mídia para disseminar informações precisas e cientificamente fundamentadas.
A comunicação empresarial eficaz não pode acontecer em um vácuo. Requer colaboração com jornalistas éticos, dispostos a investigar e reportar informações de forma precisa. Como apontado pelo Edelman Trust Barometer
2023, 62% das pessoas esperam que empresas contribuam ativamente no combate à desinformação. Esse dado enfatiza a responsabilidade das organizações em adotar uma postura proativa para garantir que dados corretos
e verificáveis cheguem ao público.
O jornalismo responsável, que oferece contexto, esclarece nuances e permite decisões baseadas em fatos, é a antítese da desinformação. No setor de saúde, especialmente, a necessidade de fontes confiáveis é fundamental, pois o jornalismo de saúde confiável é amplamente buscado pelos consumidores, mas também um dos mais vulneráveis à propagação de fake news. Iniciativas de checagem de fatos, como as lideradas pela International Fact-Checking Network (IFCN), desempenham um papel essencial nesse processo, garantindo a credibilidade das informações.
Esse cenário destaca a importância da comunicação estratégica com a mídia, considerada uma das ferramentas mais eficazes para aumentar a confiança e a transparência das empresas, fatores essenciais na construção de uma reputação sólida. No setor farmacêutico, essa transparência é ainda mais vital, pois envolve questões que afetam diretamente a saúde das pessoas. Ser capaz de contar uma história autêntica e transparente se torna um diferencial competitivo, especialmente em tempos de propagação de informações falsas.
Empresas do setor farmacêutico, como a Boehringer Ingelheim, têm um papel crucial em promover uma comunicação transparente, especialmente no que diz respeito à inovação, segurança de medicamentos e os impactos das terapias.
Essa abordagem não é apenas uma questão ética, mas uma estratégia essencial para fortalecer a confiança pública, fundamental em um cenário de crescente desinformação. A Boehringer Ingelheim, comprometida com a qualidade da informação e a responsabilidade social, busca ativamente contribuir para um ecossistema de comunicação mais seguro e confiável, com o objetivo de proteger a saúde e o bem-estar da sociedade.
Por Bruno Zani, gerente de Comunicação Corporativa da Boehringer Ingelheim no Brasil