As iniciativas de ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou !Ambiental, Social e Governança), estão no radar das mudanças promovidas pelas organizações. Diversas pesquisas tem comprovado o interesse pelo tema, mas ainda existe um caminho grande para as ações fazerem efeitos significativos no mercado. Existem ainda, infelizmente, pressões negativas, no sentido contrário, por grupos empresariais isolados que não aceitam o ESG por motivos, principalmente de aumento de custos, mas, muitas vezes, escondendo vieses preconceituosos.
A última pesquisa da Ancham – Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, tem números otimistas: 71% das empresas pesquisadas tem práticas de ESG, o que representa um crescimento de 24 pontos em relação ao ano anterior. A maioria, 77%, confirma que a liderança deve estar nas mãos do líder principal, ou o CEO. Os fatores mais críticos apontados foram: capacitação e treinamento e lideranças e equipes (56%) seguido da dificuldade de integrar a prática dentro das estratégias de negócios (48%) e previsão orçamentária (47%).
Riscos e oportunidades
Outro levantamento, da Grant Thornton, mostra a importância, os riscos e as oportunidades que o meio empresarial percebe com o ESG: 86% dos pesquisados concordaram que poderão sofrer impacto negativo no futuro caso não adotem uma questão que considere ESG. E 75% consideram o ESG uma prioridade. Mas quando essas empresas são de finanças, o número aumenta para 100% considerando prioridade. E na organização interna, 59% tem uma área específica para ESG e 49% disseram que o CFO tem envolvimento direto com o tema.
Numa outra pesquisas sobre hábitos sustentáveis dos brasileiros, a Condex apurou que para 67% dos entrevistados o ESG está longe ainda de ser uma realidade, mas por outro lado, a pesquisa revelou que 87% das instituições reconhecem que nos últimos 12 meses, o processo tem encontrado relevância no mercado. E cerca de 90%, quase a unanimidade dos entrevistados tem a certeza de que no próximo ano o ESG vai ser ainda mais importante para os negócios.
Os CEOs de empresas com ações na Bolsa estão mais antenados no assunto segundo pesquisa Mapa ESG Brasil, encomendada pela Plano em parceria com a Mynd e realizada pela Ilumeo: 69% dos CEOs afirmam incorporar totalmente práticas de governança ambiental, social e corporativa em seus negócios. Atualmente, 7 em cada 10 empresas listadas na B3 divulgam esse tipo de informação e 57% delas contam com auditoria ou revisão por entidade independente.
De acordo com o estudo, 70 empresas realizavam ações ligadas ao ESG em 2023 — ante 47 em 2022 —, sendo que as políticas mais estruturadas ocorrem nas empresas presentes na bolsa.
Também em 2024, 22% dos funcionários avaliam desempenho geral da sua empresa em práticas ambientais, sociais e de governança como “muito bom” ou “excelente”, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria de inovação TEC Institute. Entre as conclusões, descobriu que 75% das organizações não possuem nenhuma certificação de sustentabilidade ou ESG.
Do ponto de vista do consumidor e como estes percebem empresas que praticam ESG, pesquisa encomendada pelo Google à MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, mostrou que quatro em cada cinco (83%) entrevistados valorizam empresas e marcas ligadas à agenda ESG. mais de quatro em cada cinco (83%) entrevistados valorizam empresas e marcas ligadas à agenda ESG, considerando importante que elas atuem para minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e para construir um mundo mais justo e responsável para a sociedade. Mesmo entre quem desconhece a sigla, o índice é alto: 80% de quem não sabe o que é ESG concorda que as empresas deveriam agir em causas ligadas ao tema.
Pequenas e médias empresas
Nas pequenas empresas o tema o assunto ainda é controverso nesse nicho. Estudo realizado pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade abordou o engajamento de empresários em práticas ESG ano passado. Das micro e pequenas empresas, 86% dizem ter “pouco” ou “nenhum conhecimento” sobre a sigla ESG (Environmental, Social and Governance), que em tradução livre significa ambiental, social e governança. apenas 14% das empresas conheçam a sigla ESG, quase 70% dos entrevistados afirmar já terem implementado políticas de sustentabilidade em seus negócios.
De qualquer forma, o grande número de estudos e pesquisas realizados nos últimos dois anos comprovam que o setor empresarial está correndo atrás de se adaptar aos novos momentos e buscam soluções para implementação.
