Neste sábado (11/5) acontece o 6 º Prêmio Microinfluenciadores Digitais e, 13º Fórum Microinfluenciadoreseventos simultâneos on-line e gratuitos, promovidos pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataforma Negócios da Comunicação. As inscrições ainda podem ser feitas no site do evento, onde também tem a programação completa.
A 6ª edição do Prêmio Microinfluenciadores Digitais será, como nas edições anteriores, realizada em um sábado e terá um dia inteiro de duração. Serão entre 9 e 10 horas para vibrarmos com esses empreendedores e com os mais relevantes de 26 categorias. Os indicados, finalistas do Prêmio já foram divulgados. Confira matéria aqui o portal. O propósito da tradicional premiação — a primeira no Brasil para reconhecer esses talentos — e também no Fórum – sob o tema “Qual é a sua verdade?”, é dar visibilidade aos micro e nano creators e levar conteúdo de qualidade a todo o mercado de comunicação. São verdadeiros empreendedores.
O Prêmio Microinfluenciadores Digitais busca destacar esses profissionais que conseguem um engajamento genuíno com seus seguidores, exercendo influência sobre suas decisões e opiniões a respeito de produtos e serviços. Já o Fórum terá 7 painéis com a participação de gestores de marca, profissionais de agências e claro, influenciadores e microinfluenciadores digitais. Oportunidade única para um importante debate sobre negócios que envolvem as marcas, os creators e as agências.
Pesquisas mostram a força dos microinfluenciadores
Segundo estudo da BrandLovrs, as campanhas das marcas que utilizam nano e micro creators geram resultados superiores a outras utilizando grandes influencers. Entretanto, a categoria dos microinfluenciadores ainda não consegue o apoio que merece por parte das marcas, segundo os próprios creators.
A grande maioria das oportunidades de monetização dos influenciadores e criadores de conteúdo está concentrada em 1% – aqueles com mais de 100 mil seguidores. Enquanto, os outros 99% – que possuem poucas oportunidades de monetização – entregam consistentemente resultados muito superiores, de acordo com o Creator POV, levantamento da BrandLovrs.
Existem atualmente 13 milhões criadores de conteúdo no Brasil, sendo 99% nanos (até 10 mil seguidores) e micros (até 100 mil). Com o mundo dos grandes influenciadores e celebridades limitado e saturado, o panorama aponta a relevância de diversificar campanhas com nichos até aqui pouco explorados.
Ainda segundo o estudo, mais de 95% das marcas pretendem aumentar ou manter seus investimentos em Creator Marketing. No entanto, cerca de 50% delas enfrentam desafios significativos ao trabalhar com criadores de conteúdo. Os dados apontam que a maior dificuldade, enfrentada por 75% das empresas, é contratar os creators certos, que se alinhem genuinamente com os valores e a estética da marca. Em seguida, 38% das marcas apontam a qualidade do conteúdo como uma preocupação. A mensuração do retorno sobre o investimento (ROI) também é um ponto de atenção para 29% das empresas, sinalizando a necessidade de ferramentas e métricas mais precisas. Outros desafios incluem a gestão do relacionamento com os criadores e as burocracias jurídicas e financeiras, mencionadas por 15% e 13% das marcas, respectivamente.
Os dados da BrandLovrs relevaram que mais de 80% dos criadores de conteúdo com menos de 10 mil seguidores reportaram que o dinheiro advindo da produção de conteúdo representa menos de 50% da sua renda total. Em muitos casos esses perfis recebem produtos (as famosas “permutas”) ou acesso a eventos. Em outros casos buscam monetizar suas redes trabalhando campanhas de conversão (por exemplo, com cupons). Esse formato “comum” de atuação não condiz com o desejo da classe: 65% dos nano creators preferem receber incentivos recorrentes, por campanha ou em contratos de longo prazo.
Para a categoria de micro creators a realidade não é muito diferente: 78% dos criadores de conteúdo com número de seguidores entre 10 mil e 100 mil reportaram que o dinheiro advindo da produção de conteúdo representa menos de 50% da sua renda total. E 37% afirmam que preferem a monetização por pagamento fixo de postagem ou campanha, enquanto para 24% o desejo é por parcerias de longo prazo com benefícios contínuos.
Outro estudo, agora da Universidade LUISS Guido Carli, na Itália, publicado no “Journal of Marketing”, mostrou que os influenciadores com menos seguidores têm mais liberdade quando se trata da linguagem que usam para promover produtos. E com isso passam mais credibilidade e conseguem obter proporcionalmente mais engajamento ao promover um produto nas redes sociais do que os grandes influenciadores digitais.
“Por compartilharem seu dia a dia e se assemelharem a pessoas comuns, os microinfluenciadores criam uma conexão mais autêntica com seus seguidores, semelhante à amizade na vida real. Daí a importância deste evento em destacar e ampliar o reconhecimento dos profissionais que trabalham arduamente pela profissionalização desse setor”, comenta Marcio Cardial, publisher da Plataforma Negócios da Comunicação e diretor do Cecom.
Com a palavra, os creators…
Segundo Rafael Barros, um dos três vencedores na categoria tecnologia, os principais desafios para quem atua na área é “ter paciência, pois da noite pro dia um conteúdo viraliza e te joga pra cima, mas até esse dia chegar pode levar anos. Paciência, persistência e resiliência pra mim são chaves pra quem quer trabalhar na internet, é tudo instável, tudo muda o tempo todo, haja jogo de cintura”
Seu canal, Fala Rafa Tech! , em várias plataformas, tem um público majoritariamente jovem adulto, gamer e entusiastas de tecnologia, que buscam conhecer as novidades do mundo dos setups/tech e curtem analises completas sobre os produtos.
Para conseguir mais audiência, ele sugere: “Eu não gosto de seguir trends então acabo por perder algumas chances de hypar o canal, mas o que procuro fazer é ser sempre genuíno nas minhas analises, pontuando os pontos positivos e negativos sempre com bom humor e alto astral. Busco também um estilo para que a pessoa que assiste ao bater o olho saiba de onde vem o conteúdo, sempre faço alguma ‘mágica’ com edição e crio roteiros com foco em dinamismo para aumentar a retenção e uma edição com muitos takes para ilustrar. Como faço jus ao nome do canal, sou verborrágico então o pessoal brinca que todo vídeo meu é falado, naturalmente, em 2x pra caber no tempo das redes!”.
“Ao longo dessas décadas”, continua, “mesmo que como hobby antigamente, eu sofria por gostar de tudo e querer fazer tudo ao mesmo tempo. A falta de nicho, especialmente hoje em dia, é um tiro no pé, o que desmotiva e faz buscar outras coisas, assim nunca fidelizei público. Só quando planejei e foquei que as coisas começaram a andar, é mais fácil de trabalhar desta maneira. Algo que gosto de fazer também é participar de podcasts e livestreams, pois assim minha turma conhece outros criadores e vice-versa, esse intercâmbio é saudável e divertido. Interagir, genuinamente e sem esperar nada em troca, em conteúdo de colegas de profissão também é interessante, o apoio mútuo faz diferença!”.
Sobre a conquista do Prêmio, Rafael declara que “é um misto de felicidade e orgulho! Eu crio conteúdo desde a metade dos anos 90 e, recentemente, comecei a levar a sério. Comecei como streamer na twitch, fiquei assim por alguns anos (especialmente durante a pandemia) e migrei para o conteúdo de analises tech, um tema que sempre fui apaixonado. Ter esse reconhecimento por algo que faço com tanto carinho tem um significado imenso pra mim”
Gabriel Machadinho, gamer, criador de conteúdo e ex-atleta de bocha, também um dos três vencedores na categoria PCDs, recomenda, para quem deseja alcançar sucesso e notoriedade nesse mercado “buscar um lugar de destaque numa causa que lhe inspire”, no caso dele foi a causa PCD, e “se estabelecer no meio, trazer criatividade, e buscar a representatividade, como consegui no mundo dos Games PCDs”. Seu nicho é muito específico, fala sobe acessibilidade, e o universo PCD e está em diversas plataformas como Instagram, Twitch, Titter (“X”) e TikTok.
Machadinho declarou ainda ter ficado muito feliz com o Prêmio: “Fico muito feliz em ter realizado o meu sonho e estar onde estou hoje”.
Hananza Andrade, uma das três premiadas na categoria Movimento Negro, escolhida tanto pelo voto popular como o voto técnico, tem uma história de luta por uma causa e múltiplos talentos. Por isso, tem conteúdo e muita gente presta atenção no que ela fala: militante negra, cantora, escritora e formada em filosofia pela UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Conhecida no Instagram no canal @hananzaoficial. “Minha rede representa o que sou e a forma como penso, traços narrativas acerca de vários assuntos, explica. “A pauta racial é a minha grande missão, mas me disponibilizo a falar sobre temas como bem-estar, saúde mental, positividade.
Apesar de grande audiência, não está preocupada com monetização ou ganhar muito dinheiro com isso. A causa é o que importa: “Não penso a minha rede como um trabalho, porque na minha concepção eu não seria capaz de produzir conteúdos e reflexões a partir de uma obrigação com a audiência, não seria real pra mim. Precisa ser do coração e, portanto, vou fazendo esta comunicação por lá no meu tempo também, isso ajuda a manter a saúde mental em dia”. Por isso que ela diz não se sentir influencer, mas como ela mesmo declara, “me sinto confluente pois faço desta rede uma via de mão dupla e minha escuta é totalmente aberta aos meus seguidores”.
Oferecimento: