Como as empresas podem trabalhar ESG e qual o papel da comunicação nesse cenário?

A comunicação é essencial tanto internamente, para alertar os colaboradores da importância do tema e explicar o porquê da empresa estar priorizando o ESG, como também externamente, para mostrar as ações ao mercado

Recentemente, a sigla “ESG” (Environmental, social, and corporate governance) tem ganhado mais força e reconhecimento no mercado. A cada ano vemos o surgimento de mais congressos, discussões e vagas em departamentos dedicados ao assunto e a Comunicação é uma importante ferramenta para que continuemos a falar sobre.

Carolina Prado, Head de comunicação da Intel para a América Latina

De acordo com dados do estudo Sustentabilidade na Agenda das Lideranças da América Latina, promovida pela SAP e reunindo entrevistas com 410 líderes regionais, 69% de altos executivos de médias e grandes empresas na Argentina, Brasil, Colômbia e México disseram já possuir uma estratégia de sustentabilidade em suas respectivas organizações. Esse número mostra um crescimento em relação aos 46% registrados em 2021.

E a tendência é aumentar. O mesmo estudo revelou que 30% dos entrevistados acrescentaram mais pilares relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU nos últimos 12 meses, e 40% esperam aumentar os investimentos em sustentabilidade em 2022 em relação a 2021.

As empresas precisam de ações e projetos internos e externos que ajudem a devolver para o meio ambiente. Foi com isso em mente que a Intel, por exemplo, criou as suas metas 2030, marcando uma nova era de responsabilidade corporativa compartilhada. Dentre os desafios abraçados pelo projeto, a empresa quer engajar indústrias, governos e comunidades para revolucionar a saúde e a segurança com tecnologia, alcançar computação neutra em carbono e enfrentar mudanças climáticas, além de tornar a tecnologia totalmente inclusiva e expandir a prontidão digital.

Ter uma boa área de comunicação dentro da empresa se tornou necessidade para qualquer organização e quando falamos de ESG, não é diferente. A comunicação é essencial tanto internamente para alertar os colaboradores da importância do tema e explicar o porquê a empresa está priorizando ESG, como também externamente, para mostrar às outras empresas e para as pessoas como sua companhia está preocupada com temas relacionados a sustentabilidade, diversidade e inclusão – além de, dessa forma, incentivar mais empresas a participarem. Ao juntar as nossas diferentes expertises, conseguimos atingir mais pessoas e causar um impacto maior para as pessoas e o planeta.

Na Intel, por exemplo, foi pensado e criado junto com a Circular Brain – empresa que desenvolve soluções para a economia circular, o projeto Recicla PC: uma plataforma de troca de PC que pretende aumentar a porcentagem de lixo eletrônico descartado corretamente. E junto disso, educar, tendo um retorno sustentável e oferecendo às pessoas um desconto na compra de um computador novo.

Os computadores enviados pelos consumidores são direcionados para os recicladores normatizados que são parceiros do projeto e conduzem o processo de recondicionamento, verificando as possibilidades para conserto e revenda da máquina depositada, bem como reaproveitamento de peças do PC ou reciclagem dos itens. Além de apresentar uma maneira prática de como descartar sua peça eletrônica de uma maneira correta para o meio ambiente – uma dúvida comum entre as pessoas que, muitas vezes, acabam guardando seu computador por não saber onde deve destinar seu PC em desuso. 

A meta é que o programa ajude a atingir um volume de 20 mil equipamentos enviados para descarte correto no primeiro ano do site, algo muito relevante tendo em vista que é o 5° maior país gerador de lixo eletrônico do mundo e o maior da América Latina.

Outro exemplo que podemos citar, é a parceria da Intel com a Dell Technologies e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), criaram o Solar Community Hub, na comunidade Boa Esperança, que fica a 345km de Manaus. O Solar Hub é movido totalmente por meio de energia solar, fornecendo acesso à internet, tecnologia e serviços que beneficiam os residentes da comunidade Boa Esperança, além de outras comunidades ribeirinhas e das etnias indígenas Mura, Tenharim e Apurinã.

O projeto engloba, também, atendimento de saúde por meio de telemedicina, monitoramento ambiental, acesso a habilidades de alfabetização digital e treinamento para jovens e adultos. Ou seja, são projetos assim que reforçam a nossa missão de criar tecnologias que melhorem a vida das pessoas no planeta.

Iniciativas como essas são como podemos construir um futuro melhor. Juntando as áreas para inovarem e investirem em ESG e a Comunicação para divulgar as histórias e incentivar outras empresas e as pessoas a aderirem cada vez mais ao tema.

Carolina Prado é Head of Communications da Intel


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