Empresas precisam deixar legado ao adotar agenda ESG, afirmam especialistas

Lideranças afirmam que empresas devem unir comunidade interna e externa em prol das boas práticas da agenda ESG

Nos últimos anos, discussões sociais, ambientais e de governança têm ganhado cada vez mais atenção. A popularização do conceito, acarretado pela pandemia da Covid-19, fez as práticas do ESG (traduzido do inglês como Ambiental, Social e Governança) serem o centro das atenções de muitas empresas. Para que esse movimento continue ocorrendo é preciso compromisso e a responsabilidade das empresas e a consciência dos clientes. 

Esteban Blanco Ziegler, Patricia Torres e Fábio Trimarco debatem como a agenda ESG tem impactado na reputação e principalmente no que compete a atração e retenção de talentos

Esse assunto foi discutido no painel “Valores na balança”, no Fórum Melhor RH ESG e Comunicação promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação. Participaram do painel os speakers: Esteban Blanco Ziegler, diretor de Recursos Humanos da Boehringer Ingelheim; Patricia Torres, sócia e diretora de Projetos da Tônica Consulting e Fábio Trimarco, Diretor de Compliance e Qualidade da Ascenty Data Centers.

ESG: propósito e legado

Os painelistas debateram o legado que estão deixando para suas empresas e para a sociedade ao incluírem o ESG como uma estratégia de negócio e não apenas uma sigla. Esteban Blanco, lembra que ESG é bem mais que uma sigla e precisa da união de toda a companhia. O diretor de Recursos Humanos, ressalta ainda que as pautas ESG nas empresas estão conectadas ao legado que elas querem deixar para as próximas gerações.

“Todos os temas da ESG tem a ver com o futuro que queremos criar para nossos filhos e as gerações futuras. Como ator necessário no cenário de saúde, queremos criar um legado amparado em premissas, como o respeito ao meio ambiente e o impacto positivo na sociedade. Dentro desse contexto, um pilar importante é a diversidade e Inclusão, pois um  ambiente aberto e colaborativo fomenta a profusão de novas ideias”. 

Patrícia Torres diz, que é preciso que a companhia tenha em sua direção alguém disposto a mudar e que compreenda a necessidade de uma cultura sustentável. Segundo a diretora, o tema ESG precisa ser trabalhado nas empresas e unir todos que atuam nela, porque a falta de prioridade e comprometimento ficam evidentes para o público externo.

“Quando o tema é parte da agenda executiva, tratado como imprescindível e inegociável, toda estratégia da empresa  aponta para essa prática. Essa filosofia corporativa contagia e inspira todas as pessoas. Fica claro a importância da alta liderança envolvendo toda a equipe neste movimento, e assim os resultados vão se materializando a todo momento. O importante, a primeira coisa, é a consciência das pessoas que compõem a companhia”, pontua Patrícia.

Quando a empresa pratica, ela comunica 

Patrícia afirma ainda que as empresas precisam adotar medidas reais divulgando ações  ao público externo e unindo o público interno na temática, para que as boas práticas da agenda ESG façam parte da política das companhias.

 “Eu estava pesquisando uma empresa de Santa Catarina, que tem a sustentabilidade por princípio, e é uma empresa que produz revestimento a partir de lixo e de materiais recicláveis. Quando o público externo começa a entender o que a empresa faz, quando ela tem uma assinatura de marca, começamos a perceber que existe clareza e coerência no discurso e, na prática. Assim o público começa a criar admiração e isso fortalece a reputação das companhias.

“A coerência entre discurso e prática é muito importante para a prática do ESG e para a confiança na empresa, principalmente a confiança da porta para dentro, considerando que nosso colaborador é um dos principais representantes da nossa marca. Assim nós percebemos que se forma um círculo virtuoso, cria encantamento internamente, e tudo isso vai construindo credibilidade e, a partir do momento que existe consistência entre essas práticas, isso acaba sendo percebido por ações e posturas genuínas da organização e dos profissionais. Assim a reputação se constrói”, afirma a diretora. 

O painelista Fábio Trimarco foi um dos implementadores da pauta ESG na empresa Ascenty Data Center. O diretor de compliance conta que a demanda surgiu a partir da ISO (International Organization for Standardization) 14001, que permite às empresas demonstrar os compromissos assumidos com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade através do gerenciamento dos riscos ambientais associados à atividade desenvolvida.

“Em 2013 assumi a tarefa de fazer com que a empresa fosse um ambiente agradável, sustentável e também com uma governança aplicada, que é o ESG. Começamos a aplicar essa fórmula,  adotando as melhores práticas de mercado que eram uma certificação da ISO 14001 na gestão ambiental. Ela nos impulsionou para uma série de novidades de sustentabilidade e de governança que hoje temos implantados. Com a ISO surgiram programas como o que incentiva os colaboradores a respeito da importância da reciclagem, e depois surgiram outros passos ESG”, lembra Fábio.

 Um desses passos criados pela empresa tem surtido efeito e engajando colaboradores e clientes. Fábio cita o projeto de carbono zero, que tem sido levado muito a sério dentro da Ascenty Data Centers.

“Todos esses passos em prol da sustentabilidade tanto nos enobrece, como os nossos clientes que brilham os olhos quando falamos que criamos programas como o de Carbono Zero, que mapeamos tudo que pode produzir gás do efeito estufa e afetam o nosso ecossistema. Foi um planejamento tão bem executado que quando o colaborador liga o carro dele e vem até a empresa é calculado pelo consumo de combustível o quanto ele poluiu o meio ambiente, e a empresa paga, para ser carbono zero. Quando a pessoa sabe que a empresa tem um viés de governança é muito gratificante”.

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