Quando analisamos friamente o termo “Employer Branding”, ou Gestão de Marca Empregadora em uma tradução literal para nós aqui no Brasil, podemos ter a impressão que o próprio nome da área reflete seu objetivo máximo: posicionar de forma positiva marcas enquanto empregadoras para o mercado, certo? Talvez não totalmente.
Quando falamos sobre Gestão de Marca Empregadora, não podemos nos esquecer que essa área apresenta uma característica ímpar, a capacidade de conectar-se simultaneamente com seus candidatos, quanto com seus colaboradores. Obviamente, é mais fácil a partir de uma visão externa de uma organização pensar que as ações de Employer Branding são direcionadas apenas para candidatos interessados em organizações. Esse fato se deve pela alta exposição de conteúdo que é compartilhado em redes sociais. Notícias sobre empresas, certificações, depoimentos de colaboradores e eventos são apenas alguns exemplos de conteúdos facilmente compartilhados em redes sociais e que geram maior atratividade e visibilidade para organizações e suas vagas.
Mas, ao mesmo tempo, não podemos esquecer que um desbalanceamento entre o externo e interno pode ser um fator crucial para o não insucesso de ações de Marca Empregadora. Basta pensarmos na seguinte analogia: ao irmos ao supermercado, nos lembramos de pegar tudo que é preciso para um churrasco com amigos na semana seguinte. Pegamos as carnes, o pãozinho de alho, a farofa, o carvão, os refrigerantes e aquela cervejinha. Mas você fica tão concentrado em comprar os itens para aquele churrasco com os amigos que se esquece de comprar aquilo que precisa para passar a semana na sua casa. Esquece de pegar o seu arroz e feijão, seus ovos para o café da manhã e os itens para o seu jantar.
Em Employer Branding é a mesma coisa: não podemos pensar somente nas ações que serão atrativas para quem está do lado de fora da nossa organização e deseja entrar, também devemos pensar em quem mora conosco e compartilha não apenas ações, mas o pão de cada dia.
Afinal, como garantimos a conexão entre interno x externo em Employer Branding?
A resposta para essa ligação está conectada com uma grande aliada da Gestão de Marca Empregadora: a Comunicação Interna. A Comunicação Interna é o elo de passagem entre quem está entrando e quem já entrou. A garantia de uma boa experiência enquanto uma marca empregadora deve ser idealizada e produzida do início ao fim de uma jornada, desde o momento em que uma pessoa pensa em se tornar uma colaboradora até o momento em que há a despedida entre as duas partes, sendo nesse ponto em que a Comunicação Interna pode ser integrada.
Se as Comunicações Externas são o topo do Iceberg podemos dizer que a Comunicação Interna é o seu recheio, já que ambas as comunicações são ao mesmo tempo consequência e complemento da outra. Aqui também devemos manter em mente um outro fator: o colaborador deve estar ao centro de tudo. Através da Comunicação Interna temos a chance única de estreitar o relacionamento entre marca e colaborador, pela propagação dos valores, missão, visão e EVP – Employer Value Proposition (Propostas de Valor do Empregador).
Outro ponto que também devemos ter em mente quando falamos sobre Comunicação Interna é que os colaboradores são mais do que receptores de informações, eles são coautores de histórias, tanto por serem protagonistas de ações, quanto por poderem avaliar organizações através de seu filtro de experiências.
A Comunicação Interna auxilia as estratégias de Employer Branding, por poder ir além de informar sobre mudanças organizacionais ou sobre aquela alteração do nosso vínculo trabalhista. Ela engajar e instruir a ser protagonista quem está dentro de uma organização, pela sua capacidade colocar em contato pessoas completamente diferentes e facilitar a criação de relacionamentos.