As maiores conquistas da humanidade começaram de dentro para fora. A chegada do homem à Lua, por exemplo: antes de conquistar o espaço, a NASA mostrou o poder de um sonho compartilhado. O discurso “we choose to go to the moon” unificou equipes, guiou decisões e deu sentido ao trabalho coletivo.
Já reparou que as maiores transformações da sua vida pessoal também começaram de dentro para fora? O cuidado com a saúde ilustra bem. O corpo muda quando a mente muda. A alimentação equilibrada, a prática de exercícios e a busca por terapia são efeitos de uma conscientização interna (“Preciso cuidar de mim”).
Marcas que inspiram de dentro para fora
Empresas que inspiram o mercado são aquelas que primeiro inspiram suas pessoas. Nenhuma marca conquista o público sem antes conquistar seu próprio time. Não que comunicar para fora seja um crime. Pelo contrário: quem não se posiciona é engolido pelo mercado. As marcas precisam ser vistas, ouvidas e lembradas – e isso é vital. Mas pouco adianta ter campanhas brilhantes se, por trás delas, os times não acreditam no que está sendo dito.
É comum ver empresas que brilham nas redes sociais e esquecem do time interno. Em uma companhia com 10 mil colaboradores, esperar o mesmo número de likes em um post corporativo seria natural, mas raramente é o que acontece.
Pertencer é se reconhecer na mensagem
Quando o colaborador fica sabendo de uma notícia importante pelas redes ou pela imprensa, o senso de pertencimento se rompe. Ele deixa de se sentir parte da história para se tornar um mero espectador. Agora, imagine se cada pessoa realmente se sentisse informada, envolvida e pertencente. A comunicação prepara o terreno para que cada colaborador se reconheça na mensagem e tenha vontade genuína de amplificá-la.
Na correria do dia a dia, em meio a prazos apertados e metas agressivas, acabamos por falar muito para fora – para clientes, mercado, acionistas – e esquecemos de falar para dentro.
O papel das lideranças comunicadoras
A urgência da competição faz com que a comunicação interna seja deixada de lado, como se fosse um acessório, e não um pilar. Uma pesquisa da ABERJE (2024) revela que 74% dos times de Comunicação Interna apontam que o maior desafio é engajar as lideranças como comunicadores.
Mas será que as lideranças sabem assumir esse papel? Liderança comunicadora não só comanda, mas se comunica com intenção, clareza e empatia. Entende que a comunicação não é “mais uma tarefa”, e sim a tarefa que alinha todas as outras. Abre sua área de forma transparente, pensando na sinergia que pode ter com as demais. Reserva em sua agenda um tempo para falar com o time, tratando isso como “sagrado”.
Vive nos corredores da empresa, nas reuniões, no Teams, no WhatsApp e, principalmente, nas conversas difíceis das quais ela não foge. Alimenta-se de escuta ativa, feedbacks sinceros, boas perguntas e muita colaboração. Reproduz-se pelo exemplo: quando uma liderança se comunica bem, outras pessoas começam a fazer o mesmo. E assim, nasce um time mais forte.
Do engajamento ao propósito compartilhado
A liderança comunicadora não apenas motiva, mas engaja. E há uma diferença enorme entre uma coisa e outra. Enquanto a motivação faz as pessoas quererem permanecer na empresa, o engajamento faz com que elas queiram contribuir com os objetivos do negócio. Esse engajamento nasce quando o propósito da empresa encontra o do colaborador, criando senso de pertencimento, orgulho de fazer parte e uma responsabilidade genuinamente compartilhada.
Comunicação Interna é mais do que troca de informações – é ferramenta de alinhamento e de geração de resultados.
O impacto de comunicar para dentro
Assim como a NASA precisou inspirar suas equipes antes de alcançar a Lua, empresas que transformam mercados são aquelas que primeiro cuidam dos seus times. A mudança começa de dentro para fora. Agora imagine: se você se comunicasse melhor com seu time, quantas entregas memoráveis a mais realizaria?







