Cultura do reconhecimento leva ao bem-estar

Celebrar conquistas e promover lideranças positivas aumentam a produtividade e ampliam o grau de felicidade corporativa

O reconhecimento real do trabalho e esforços das equipes internas, sem o contraponto das punições e humilhações públicas e veladas; e a política de tolerância ao erro, que paradoxalmente estimula a criatividade; passam por mudanças culturais e um novo perfil de lideranças.

No painel “Mais com menos – Como driblar a pressão para alcançar resultados”, Danielle Arraes, vice-presidente de RH América Latina da Puratos; Cristiane Carvalho, diretora de Recursos Humanos da Microsoft, e Jonas Rogério Carvalho, coordenador de Vendas do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo também debatem o bem-estar sob a adversidade e com o atingimento das metas de produtividade.

Danielle levanta a questão do Burnout, que é um tema que está nos holofotes das corporações. Carvalho acredita que os gestores de vendas, principalmente em um momento pós pandemia, perceberam que só a pressão por resultados não adianta. “Os resultados são feitos pelas pessoas. Se você quer chegar perto dos resultados, precisa chegar perto das pessoas. Investir nas pessoas e a partir disso se tem os resultados”, avalia. Para ele, a área comercial deve se reinventar a fim de evitar o esgotamento, afinal, vendedores esgotados não vão produzir, não vão chegar a resultado nenhum, alerta Jonas.

Cristiane agrega ao debate sua visão sobre como a tecnologia fornece soluções para ajudar nos processos de forma sustentável para diminuir a pressão. Para ela, o recurso potencializa a flexibilidade, a otimização e a produtividade. Só que a Microsoft, como uma grande fornecedora de soluções para o ambiente corporativo, observou que quando a pandemia trouxe uma sobrecarga digital, o fato de a tecnologia ser o único meio de comunicação entre as pessoas em um contexto de isolamento social, e também de as pessoas estarem trabalhando de casa, alavancou esse esgotamento digital.

A executiva conta que essa observação se tornou um documento de informação chamado Índice de Tendências de Trabalho, que atualiza os dados anualmente. A pesquisa avaliou o paradoxo do formato de trabalho híbrido, também a paranoia da produtividade e o último relatório questiona se a Inteligência artificial vai ajudar com o desafio da produtividade, conta Cristiane.

“Segundo um dado do Brasil, mais de 62% dos entrevistados dizem que não tem tempo, nem energia para fazer todo o trabalho que tem à sua frente. E que nessa jornada acabam não priorizando planejamento, pensamento estratégico e criatividade”, completa a executiva. “A gente está nesse dilema, de como o trabalho vai continuar mudando, mas de forma sustentável”, alerta a Diretora de Recursos Humanos da Microsoft.

Danielle Arraes abre outro tema para a reflexão sobre a segurança psicológica. O quanto as empresas promovem, de fato, ambientes saudáveis na sua amplitude. Ela começa contando sobre as iniciativas da Puratos. “Iniciamos uma jornada há um ano que a gente lançou um programa global chamado Um Chamado para Cuidar, que trabalha vários aspectos. O primeiro deles é a liderança.”

A executiva avalia que esse é o primeiro pilar do programa, pois o líder é, sem dúvida, quem faz a diferença na jornada do colaborador. Foi lançada também uma academia de liderança em que um dos módulos é focado na saúde e bem-estar. Portanto, todos os líderes estão passando por esse treinamento e lembrando do impacto que isso traz.

“A gente está olhando toda essa iniciativa de saúde e bem-estar sob quatro aspectos: a saúde física, que passa pela integridade de sua saúde, saúde financeira, que é um pouco além, ou seja, não é a gente simplesmente pagar na lei, é a gente entender se isso dá condições dignas para as famílias que dependem da empresa viverem, saúde social, qual é a qualidade de suas conexões dentro da empresa e a parte de saúde e segurança, que são as condições de trabalho, o suporte da liderança para você atingir o seu equilíbrio entre vida e trabalho”, explica a executiva e avalia que esse é o início de uma jornada que tem muito a frutificar ainda.

Responsabilidade individual?

No painel “Minha felicidade, minha responsabilidade – O autoconhecimento (e outros instrumentos) para encontrar a satisfação”, com Wellington Silvério, diretor de Recursos Humanos para a América Latina da John Deere, Ana Leticia Feller, diretora de Gestão Empresarial da Companhia Paranaense de Energia – Copel, e Vivian de Souza Vieira Machado, head de Cultura e Engajamento da DIA Brasil, fica claro o papel da automotivação e a responsabilidade própria nesse cenário.

Para Ana Leticia, “é sempre muito perigoso a gente definir a um único ator a questão da felicidade. Seja a minha felicidade individual ou a que a gente fala muito que é a felicidade corporativa. Que é aquilo a gente busca internamente definir como algo importante para a organização”, diz a executiva. E completa que na visão dela, cabe à organização como um todo garantir e dar ferramentas para que seja possível oferecer um ambiente sadio e que traga felicidade para as pessoas. Para ela, a liderança tem um papel muito importante no processo para que as pessoas possam se sentir seguras na busca por essa felicidade individual e interna, mas também é uma responsabilidade da própria pessoa que precisam conectar os seus princípios com o propósito da organização.

Ou seja, a executiva coloca os 3 olhares como pilares para a busca da felicidade corporativa, o olhar do indivíduo, do colaborador que precisa ter a autorresponsabilidade pela sua felicidade, em conexão com o olhar da organização que proporcione ambiente favorável à busca da felicidade e uma terceira visão que é a do líder, que entrelaça as outras duas.

Silvério contribui com essas visões e levanta a importância de zelar por um ambiente saudável, combatendo o ambiente tóxico, falando do ponto de vista da corporação. Ao falar do papel do líder, ele enfatiza como a liderança precisa ser cada vez mais colaborativa. Para ele, aquela mentalidade comando versus controle não cabe mais no universo atual do trabalho. “Hoje o papel do líder é servidor e para ser um líder servidor, nós precisamos relembrar aqui um tema importante que é o da empatia. Um líder com a capacidade de colocar-se no lugar do outro e com isso também contribuir para um ambiente de trabalho sano, do ponto de vista emocional, um ambiente onde a segurança psicológica seja o que direciona as relações”, avalia o executivo.

E ele ainda complementa o raciocínio, também menciona que a auto responsabilidade do colaborador pela própria felicidade é essencial e com isso, assumir o protagonismo pela própria carreira, pela vida e por consequência, na promoção de momentos felizes. “Na minha crença, felicidade não é um estado. Você não vai viver eternamente na felicidade. A felicidade são momentos e a nossa responsabilidade como seres humanos, como organização e como líderes é promover a maior quantidade possível de momentos felizes no ambiente organizacional”, comenta Silvério.

“Felizes e inspiradores, se possível também. Acho que isso muda muita coisa. A gente sai do patamar comando e controle e a gente passa a de fato criar a nossa felicidade, isso é a parte de nosso protagonismo”, contribui Vivian e ainda convida os participantes do painel a falar um pouco sobre as ações que suas companhias fazem para promover a felicidade corporativa.

Ana Leticia Feller conta que na Copel há incentivo para que a liderança exerça a escuta ativa de sua equipe, de empatia e de construção de confiança entre líder e liderado. A empresa enfatiza que o líder tem que ser um agente de desenvolvimento dos colaboradores. Além disso, ela conta que revisitaram o Programa de Qualidade de Vida trabalhando um ponto essencial que cresceu muito no pós pandemia, mas que a empresa já tinha no radar que é a questão da saúde psico emocional.

Silvério também conta sobre os projetos da John Deere com muitas ações integradas, desde Yoga tanto no trabalho quanto de forma virtual, até psicólogos dentro de cada uma das unidades por toda a América Latina para um acolhimento no trato do dia a dia. “Como organização, uma ação que temos feito é reconhecer as emoções no ambiente de trabalho”, enfatiza ele. E isso faz toda a diferença.


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