Publicar um livro é possível

Publicar livro nunca foi tão difícil e, ao mesmo tempo, tão fácil

Publicar livro nunca foi tão difícil e, ao mesmo tempo, tão fácil. Parece estranha esta frase, certo? Mas é exatamente isso. Se novos autores buscam colocar suas obras nas principais livrarias do país, ter verbas de marketing e divulgação e levar aos leitores um produto impecavelmente produzido, o caminho é complicado. Editoras sempre foram extremamente exigentes e, em época de corte de custos, optar pelos grandes autores é o que a maioria faz. Ou seja, ser um novo autor significa ser um autor sem espaço editorial.

Mas existe o outro caminho, não tão novo assim, mas com cada vez mais plataformas e ferramentas que possibilitem que um futuro escritor tenha, finalmente, seu trabalho na mão de outras pessoas. É a autopublicação. Uma série de plataformas gratuitas oferecidas por Amazon, Apple, entre outras, estão criando oportunidades para esses profissionais.

Sim, você pode
“A autopublicação veio como uma oportunidade para os profissionais se recolocarem em meio à crise no setor e, sobretudo, para autores novos e/ou sem nome conhecido mundo afora”, diz Nathalia Ferrarezi, responsável pelo departamento editorial da Amélie, editora que atua no segmento de autopublicação. Para a empresária, muitos escritores têm excelentes histórias, mas não conseguem adentrar grandes editoras, uma vez que tem sido cada dia mais difícil elas investirem em possíveis novos talentos.

Além disso, a autopublicação também é uma chance para empresários, palestrantes, professores e afins agregarem valor ao seu serviço. “Por exemplo, um coach – em qualquer área – pode oferecer seus serviços e incluir no pacote um livro – com produção editorial e trabalho com o texto adequados – em vez de uma apostila – muitas vezes impressa com baixa qualidade e com muitos erros referentes à língua”, explica Nathalia.

De acordo com ela, a autopublicação é uma vantagem não apenas para o mercado editorial, que já é tão vasto, mas também para o mundo dos negócios em geral, e veio para facilitar o acesso desses escritores ao seu público leitor.

Autopublicação x Editoras
Para Nathalia, especialista no segmento, a autopublicação torna mais fácil às editoras tradicionais encontrar talentos nos quais elas julguem que vale a pena investir, percebendo e mensurando o sucesso de determinado autor entre seu público leitor. “Se não houvesse esse meio, elas teriam um trabalho demasiadamente longo de análise de novas obras, além de evitar que apostem seu investimento – muitas vezes bastante alto – em um retorno incerto, como é o caso de autores desconhecidos”, conta.

Como entrar no mercado
Na autopublicação, é necessário que o autor se planeje financeiramente, pois é ele quem fará o investimento na produção editorial. “Quanto à divulgação, ele pode – e deve – usar e abusar dos recursos oferecidos pelas redes sociais, que têm crescido bastante”, explica a especialista.

É fundamental que o escritor pesquise e se informe sobre a qualidade dos serviços oferecidos por editoras de autopublicação e, assim, opte por uma empresa séria, que se preocupe, sobremaneira, com a qualidade editorial e gráfica do produto que entregará. Nathalia explica que, muitas delas, para baratear a produção, cortam etapas, prejudicando o resultado final.

Mas, e a divulgação?
De acordo com a Nathalia, é possível criar páginas profissionais no Facebook e no Instagram, por exemplo, e, com pouco dinheiro, patrociná-las e impulsionar as publicações de acordo com o público que se pretende atingir. Além de blogs e do próprio YouTube, uma vez que a projeção para os próximos anos é que a maioria da divulgação de qualquer serviço ou produto se dê em forma de vídeos e de marketing de conteúdo.
“Também indicamos um parceiro para assessoria de imprensa que atua, em particular, com divulgação de autores e livros”, conta.

Ferramentas
Uma das vantagens da autopublicação é a possibilidade de o autor ter contato mais próximo e direto com seu público leitor, uma vez que, em princípio, é ele quem executará a venda de sua obra. Isso também possibilita agilidade no feedback.

“Outra característica positiva – e talvez a que mais atraia autores a essa modalidade de publicação – é o retorno financeiro. É praxe em editoras tradicionais o autor receber 10% das vendas de direitos autorais; valores mais altos dificilmente são praticados”, explica. Com a autopublicação, embora o escritor invista um valor inicial, o retorno financeiro é 100% dele.

“Na Amélie, quando elaboramos um projeto editorial para uma obra, sugerimos a produção considerando lucro garantido com a venda já da primeira tiragem; o cliente venderá todos os seus livros e não terá prejuízo, ao contrário, terá lucro”, conclui.

Futuro
Para Nathalia, parece consenso entre os profissionais da área que o mercado editorial tem passado por inúmeras e rápidas transformações, e que previsões sobre seu futuro são incertas.

“Há alguns anos, por exemplo, esperava-se que os livros digitais detonassem os físicos em pouquíssimo tempo. Não é o que vemos por aí. Houve, sim, ascensão dos e-books, mas muito menor que o previsto, ao menos no Brasil”, explica.

Hoje, sabe-se que os maiores concorrentes das obras literárias nem sempre são outras obras literárias, mas a internet, o celular, os games, a televisão etc. Precisamos pensar em como concorrer com esses meios.
“Quanto à autopublicação em si, tendo como base o aumento da quantidade de editoras nesse segmento, acreditamos que a tendência seja seu crescimento, oferecendo cada vez mais recursos e possibilidades aos novos e possivelmente talentosíssimos autores”, conclui.

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