A economia de apps e o papel da comunicação

Em palestra na Fundação Getúlio Vargas, o Prof. Dr. Michael Mandel, membro do Progressive Policy Institute de Washington, D.C., apresentou um paper desenvolvido pelo think tank americano sobre a Economia de Apps no Brasil

Em palestra na Fundação Getúlio Vargas, o Prof. Dr. Michael Mandel, membro do Progressive Policy Institute de Washington, D.C., apresentou um paper desenvolvido pelo think tank americano sobre a Economia de Apps no Brasil. O documento aponta que “é provável que a oferta de empregos tradicionais continue diminuindo, enquanto a necessidade de trabalhadores para a Economia de Apps (todo o ecossistema de empregos, empresas e renda conectado com aplicativos móveis) continue crescendo”. Em sua apresentação, Mandel destacou que a Economia de Apps, que surgiu em 2007, com o lançamento do iPhone e subsequente estreia da AppStore e do Google Play, tem crescido vertiginosa e rapidamente. Ressaltou que o setor cresceu nos Estados Unidos graças à baixa regulação, e que em outros países, de forma geral, tem dificuldade de encontrar o ponto de equilíbrio entre muita e pouca regulação.
“Devemos regular carros como cavalos?”, perguntou Mandel à plateia. Em seu argumento, se automóveis tivessem sido regulados como cavalos, a indústria automobilística não teria se desenvolvido como tal. Para ele, a atual regulação sobre Apps limita seu crescimento e barra a inovação. A regulação, não obstante, contribui para o bom funcionamento dos mercados e é necessária para o estabelecimento de um ambiente competitivo sadio que leve em conta os interesses de todos os players.
A importância da coalisão
É fundamental que empresas – sejam elas startups, de pequeno porte ou grandes conglomerados –, se posicionem perante às questões que afetam sua operação, e enderecem, apropriadamente, seus pleitos à sociedade e aos governos, sejam eles municipais, estaduais ou federais. Como profissionais de comunicação, sabemos que a conversa, ou a regulação, irá acontecer independentemente da marca participar ou não do diálogo. Portanto, é melhor que sua participação nas esferas de discussão de temas de seu interesse seja ativa e articulada, garantindo a exposição de seus pontos de vista.
Concordamos, no entanto, que há diferenças cruciais entre empreendedores individuais e grandes empresas na capacidade de se expressar e de participar das discussões. Também cremos que a presença de muitas vozes, difusas e isoladas, pode levar à babel e não ao consenso. Assim sendo, a construção de estruturas de coalisão, como entidades de classe, é fundamental para que os empreendedores possam construir uma voz única e se posicionarem frente a discussões regulatórias e iniciativas governamentais.
Ação compartilhada
Estratégias de comunicação integrada, que consideram tanto os públicos que influenciam diretamente na regulamentação quanto aqueles que contribuem para a favorabilidade do cenário são chave para que os pleitos sejam efetivamente endereçados. O impacto na esfera regulatória governamental, dessa forma, será maior quando, ao se unirem em associações, engajarem decisores, imprensa e influenciadores por meio de múltiplos canais. Também serão mais eficazes quando estiverem sustentadas em atitudes, comportamentos e posicionamentos assumidos tanto pelo conglomerado quanto pelas empresas individuais que o compõe. Aqui, três pontos de atenção.

  1. Histórias Memoráveis

Narrativas engajadoras são aquelas que conseguem somar aos interesses corporativos as questões socialmente relevantes. Elas têm algo potencial de compartilhamento e ganharão uma dimensão além da voz da marca. Esta será a base para definição das táticas, das conversas a participar e a serem estimuladas.

  1. Disseminação Inteligente

A abordagem é multicanal. Canais proprietários das empresas e/ou da associação são uma fonte cada vez mais crível de informação e de interação para construir uma audiência engajada – eles serão cada vez mais importantes no relacionamento com estes públicos. A imprensa, com sua independência, oferece credibilidade à história. E quanto mais memorável, mais espaço será conquistado. Por fim, os canais de influenciadores – sejam eles tomadores de decisão ou formadores de opinião individuais ou outras associações, instituições de classe e universidades, devem ser considerados também. Para selecionar os mais adequados, o foco deve ser a qualidade de suas redes, não necessariamente o tamanho delas.

  1. Amplificação Eficiente

Não há uma equação única. Achar a melhor fórmula dependerá das estratégias e táticas escolhidas, do efeito que se deseja causar. O que se deve ter em mente, entretanto, é que em um cenário onde plataformas como Google, Facebook, YouTube e LinkedIn são responsáveis por julgar se um dado é relevante ou não, entender o mecanismo de entrega delas é tão importante quanto o conteúdo em si e investir em mídia pode contribuir para que as mensagens cheguem aos públicos certos de forma mais eficiente.
A Economia de Apps passa por um momento economicamente favorável. Apesar de positivo, as empresas deste segmento devem unir esforços para se posicionar e endereçar seus pleitos para, assim, garantir regulações positivas para o crescimento dos negócios e salubridade do mercado como um todo. Nesse processo, seus públicos são seus maiores aliados desde que a Comunicação esteja no cerne de suas estratégias de negócio.

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