Questão cultural é chave na comunicação interna

Assunto foi discutido no segundo dia do Fórum Melhor RH Innovation

O Fórum Melhor RH Innovation – inovar para todos, que discute gestão avançadas nos Recursos Humanos teve diversos painéis abordando assuntos que remetem a comunicação interna. O evento, online, aconteceu dias 14 e 15 de abril. A iniciativa é do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e da Plataformas Melhor RH, com algumas conexões temáticas que interessam à Plataforma Negócios da Comunicação, pois diversos painéis abordaram como a comunicação empresarial favorece os processos de inovação.

No segundo dia, o tema cultura organizacional surgiu no painel “Diversificando o foco Inclusão como estratégia para ampliar a inovação”. Aline Fernandes, gerente setorial de Diversidade na Transpetro, disse que pesquisas comprovam que quanto mais pessoas diversas, mais possibilidades de ter equipes inovadoras. “Inclusão é sim uma estratégia de inovação”, e complementou comentando que a inovação tecnológica envolve também mudança de mentalidade. “Temos grupos de afinidades onde as pessoas podem formar redes de apoio, de troca e de aprendizado”. Além disso, um bom indicador são as pesquisas de clima de cultura, que medem se as pessoas estão se sentindo bem, se é um ambiente livre de assédio e que promove a inovação.

Rochelli Kaminski, diretora de Recursos Humanos, recordou a fala de um consultor em um programa de treinamento interno que ela participou, e o qual citou uma metáfora a respeito da implantação de cultura: relacionando a cultura como lavar uma escada de cima para baixo. “Primeiro inicia-se com a liderança, com políticas e processos, para depois implementar essa cultura no dia a dia. E também o reconhecimento, celebrar alguns momentos ao longo do ano para mostrar como estão esses grupos de afinidades”.  Aline reforça com um relatório deste ano do Fórum Econômico Mundial, que corrobora com diversos outros estudos já publicados por outras organizações, que equidade, inclusão e pertencimento geram um aumento a mais de 35%  na inovação, 25% a mais na retenção de talentos e crescimento em receita 18% em comparação a empresas que não investem nisso. “Além de ser uma questão ética, de valor, gera lucro”, pontua Aline.

Comunicação interna estratégica

O painel 2 abordou explicitamente o tema comunicação:Nova conversa CI como estratégia para transformar a cultura”. Igor Gavazzi Vazzoler, CEO da Progic diz que ouviu de muitos profissionais de Comunicação Interna existir um certo desprestígio da área por parte de certas empresas, como se trabalhassem “numa pastelaria”, por conta da cobrança por produções e resultados imediatos. Por outro lado, Vazzoler ressalta o desejo do mercado de ter essa área cada vez mais estratégica. Falando desse papel mais estratégico, Mariá Menezes, diretora de Pessoas e Cultura da Sankhya – empresa que atua em Soluções Integradas de Gestão Corporativa (ERP) – percebe uma mudança da área desse papel reativo, de “pastelaria”, para uma atuação mais proativa e conectada com a estratégia. “Aqui na empresa trabalhamos a comunicação de forma intencional e como essa comunicação pode fluir numa organização sem depender de uma área”, ou seja, empoderando as lideranças e as equipes para lidar com a comunicação em suas rotinas. Já Elcio Trajano Junior, CHRO – diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação da Eldorado Brasil – uma agroindústria de fabricação de celulose – declarou que a Comunicação Interna tem uma grande importância para integrar as equipes no campo, nos escritórios, no Porto de Santos e em escritórios no Exterior, e a todo momento enfrente o desafio de se manter conectada e atualizada. “É muito importante a comunicação interna estar junto à estratégia, e exige um time com forte conhecimento do negócio, e o RH está muito conectada com essa área”. 

Vazzoler incluiu na discussão a parte da mensuração de resultados, sempre um ponto crítico na área. “Um objetivo de comunicação interna não pode ser apenas quantas pessoas estão assistindo a uma live, embora seja um dado importante”, reponde Mariá, que complementa: “O importante é saber se essa ação fez algum sentido e o que as pessoas vão fazer a partir disso e saber se entenderam a mensagem”. E explica que uma forma de mensuração rápida é rodar um quizz com perguntas valendo alguns prêmios, e outras pesquisas em outros momentos.

Elcio retoma o tema da importância da liderança e revela que sua empresa realizou recentemente uma capacitação sobre comunicação para mais de 285 líderes, que faz parte do plano estratégico de comunicação para estar capacitando, esclarecendo e preparando a liderança nesse papel de agente de comunicação, de influenciador dentro da empresa. Devido a complexidade a operação da empresa, em lugares diferentes, demandam canais diferentes de comunicação, por isso é importante que a liderança seja o elo mais comum com as pessoas chegando ao trabalho, quando o líder alinha posições e desenha diretrizes e ao final do dia fazer algum fechamento se necessário. E esclarecer dúvidas corporativas, ruídos externos, questionamento sobre o negócio”. E revela que um dos canais da comunicação interna mais comuns é a intranet, que roda apenas nos computadores de quem tem acesso a eles nos escritórios e para equipes com baixa conectividade a informação chega pelo celular e canais tradicionais de mural, emails, e com o colaborador como protagonista da informação, em podcasts, teans, redes sociais, compondo canais digitais e tradicionais. Quanto aos indicadores, Elcio lembra os indicadores de performance e resultados – como estão recebendo e entendendo a informação.  “É uma pauta desafiadora da área, sair dos indicadores de medição apenas, de acesso a canais, e começar a medir também a reação, o aprendizado, da compreensão daquilo que foi transmitido”.

Times autônomos e comunicativos

No painelMarca que fica O diferencial de fortalecer a confiança e a autonomia nos times“, Tatiana Romero, diretora de RH e Operações na Ticket, revelou o processo de mudança de cultura que a empresa está passando, onde a transformação interna é fundamental. “Temos falado muito de transparência e a confiança é um princípio básico nisso e a questão de autonomia pra fazer as coisas”. Para Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do CIEE, “confiança é quase o último pilar, porque confiança é conquistada, como em nossa vida”. Para Mônica Matias, head of Talent & Culture da Zurich, “o importante nas relações de confiança é se apropriar do seu propósito de vida e da profissão, para ter uma boa relação fluida”.

Comunicação inovadora

Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, no painel “Papo firme O discurso da liderança inovadora”, começou desafiando os speakers sobre o que é preciso para um ambiente inovador. E Fabiano Rangel, executivo de Desenvolvimento Organizacional e Institucional, respondeu objetivamente. “Para um ambiente inovador dois elementos são básicos: espaços e uma escuta ativa. E isso se desdobra em empatia, desenvolvimento de relações profissionais e pessoais lastreadas em confiança, e uma curiosidade pujante. E desenho organizacional mais colaborativo tende a ser mais inovador. Elizabeth Rodrigues, diretora de RH & CSR da Lesaffre do Brasil, complementa, ao falar de abertura de ambiente, coloca o contexto da liderança, que promove ou não a abertura, e a estratégia. Se inovação é um pilar estratégico, vetor de crescimento, se inovação é falada, elemento de cultura, e se tem isso, facilita. E lembra que se falava muito que as empresas tinham que se dedicar 20%, 30% de seu tempo para inovação. “Inovação tem a ver com solução de problemas reais”.

Comunicação empreendedora

No último painel, Ideia da hora Metodologias para inovar com direção”, Marcelo Caldeira Pedroso, Innovation & Entrepreneurship e professor na USP, ensinou que “inovação é um ambiente repleto de incertezas, então quando se fala em inovação empreendedora, em startups, precisamos trazer método, para reduzir incertezas. É um risco entrar numa aventura sem um método. E dentro de um método existe espaço para criatividade”. Sergio Amad, CEO da Fiter, falando de sinergia e potencial humano, disse que “precisamos ter a ciência de dados e reduzimos as incertezas criando novos padrões metodológicos. Gerson Ferreira, do consultor, facilitador e educador na Vozco, finaliza colocando o fato que é preciso atingir uma maturidade na gestão de dados.


Assista ao primeiro dia completo aqui.
E, aqui, ao segundo dia.


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