O fim da comunicação interna: um novo olhar sobre as conexões corporativas

Ricardo Castellani, da Novo Nordisk, reflete sobre como a comunicação evoluiu para integrar diálogo, escuta ativa e cocriação

Calma, ela não deixou de existir, mas já não é da forma que acreditávamos ser. A comunicação corporativa sempre foi uma aliada poderosa para garantir a coesão e a vivência da cultura organizacional. Porém, nos últimos anos, especialmente após as profundas transformações que passamos, a forma como entendemos e aplicamos a comunicação foi radicalmente modificada.

Aqui na Novo Nordisk, decidimos decretar o fim da “comunicação interna” e passamos a adotar uma abordagem mais relacionada a “comunicação com funcionários”. Pode parecer apenas uma mudança de nome, mas vai muito além disso.Nós entendemos que o termo tradicional, de dizer que uma comunicação é interna, já não reflete mais a dinâmica da relação entre as organizações e seus empregados.

Essa mudança exige mais do que apenas um novo nome dentro da estrutura de comunicação corporativa. Requer repensar a maneira como nos relacionamos com as pessoas e seu protagonismo como embaixadores e multiplicadores da narrativa corporativa. Isso envolve não apenas o envio top down de informação, mas a criação de uma verdadeira rede, onde a escuta ativa, o diálogo e a cocriação são extremamente relevantes.

Funcionários hoje são mais que funcionários. No caso da Novo, podem ser também pacientes, cuidadores, influenciadores, ativistas, profissionais de saúde, voluntários…. e uma infinidade de outros papeis que possam exercer em sua vida. Então porque pensar que existe uma divisão da vida dentro e fora do trabalho quando, na verdade, somos seres únicos? Ainda estamos bem longe do que a série “Ruptura”, da Apple TV+, apresenta (aliás, recomendo muito que assistam, uma ótima reflexão para os dias atuais).

Sem muros: o impacto do digital e do trabalho híbrido

Não existem muros que separam a comunicação feita dentro ou fora da organização. Se antes acreditávamos que havia a ideia de um espaço protegido e restrito à empresa para as informações institucionais, que permaneciam apenas dentro das paredes corporativas, sabemos que isso não é mais possível e, muitas vezes, não é sequer desejável. As fronteiras entre os ambientes internos e externos de uma organização foram desfeitas com a ascensão das redes sociais, a multiplicação das plataformas digitais de comunicação e a adoção dos modelos híbridos de trabalho, incluindo o trabalho remoto.

Uma pesquisa recente da Gallup, que analisou o impacto do trabalho híbrido nas empresas, revelou que 54% dos trabalhadores valorizam uma comunicação interativa e acessível, com o uso de ferramentas de colaboração digital. Para o setor de saúde, no qual colaboradores estão distribuídos em diversos locais, como escritório, clínicas médicas, centros de pesquisa e unidades de produção, a comunicação híbrida e, na maioria das vezes assíncrona, deve ser ainda mais estratégica e direta. É ela que vai garantir que todos se mantenham atualizados sobre mudanças, notícias de interesse, atualizações, direcionamentos e alinhamentos gerais.

Comunicação que flui
Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

Confiança e reputação

Acreditamos que, ao adaptar nosso olhar para a comunicação com funcionários de forma mais abrangente, passamos a garantir um ambiente mais transparente e genuíno, onde todas as pessoas, dentro e fora da organização, têm uma percepção real e, oxalá, positiva da companhia.

Ao considerar a comunicação como uma só, criamos um ciclo virtuoso de confiança. Os funcionários, bem-informados, sabem o que podem compartilhar, ampliam o alcance das mensagens. A boa comunicação, por meio do já conhecido e eficiente “boca a boca”, contribui diretamente para a construção de uma imagem sólida e transparente da organização no mercado. Com isso, a comunicação se torna, cada vez mais, um verdadeiro catalisador da reputação da empresa.

Conteúdo RelacionadoArtigos

Portal da Comunicação

FAÇA LOGIN ABAIXO

Recupere sua Senha

Por favor, insira seu usuário ou email