É possível ser feliz. Na vida pessoal e no trabalho. Pelo menos ensina a prestigiada Universidade de Harvard no maior estudo sobre felicidade e o bem-estar humano. Se você está interessado no assunto, não deve perder nosso 4º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, dias 24 e 25 de junho, um evento totalmente online das 14h às 20h. Realizado pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH.
O Estudo de Desenvolvimento Adulto da Universidade de Harvard, também conhecido como o Estudo de Grant, é uma das pesquisas longitudinais mais longas e abrangentes já realizadas sobre o desenvolvimento humano. Iniciado em 1938, o projeto acompanhou a vida de 724 homens durante cerca de 75 anos, com o objetivo de compreender os fatores que contribuem para uma vida longa e saudável, bem como os padrões de desenvolvimento ao longo da vida adulta. O estudo foi liderado por vários pesquisadores, incluindo os psiquiatras Arlie Bock e, mais recentemente, Robert J. Waldinger, que se tornou o quarto diretor do estudo em 2003. Os participantes foram recrutados da própria Universidade de Harvard e dos bairros mais pobres de Boston, incluindo homens de diferentes origens socioeconômicas. Ao longo das décadas, os pesquisadores coletaram uma variedade de dados, como exames médicos, questionários de saúde mental, entrevistas e informações sobre suas vidas pessoais e profissionais.
As descobertas do Estudo de Grant têm sido fascinantes e têm proporcionado insights importantes sobre vários aspectos do desenvolvimento humano. Por exemplo, ele destaca a importância das relações interpessoais e emocionais para a saúde e o bem-estar ao longo da vida, mostrando que ter relacionamentos satisfatórios e de apoio pode ser um fator crucial para uma vida longa e feliz. Além disso, o estudo também destaca a importância de fatores como estabilidade emocional, adaptabilidade, propósito no trabalho e resiliência para o bem-estar ao longo da vida.
Dados do Ministério da Previdência Social revelam que os afastamentos por transtornos de saúde mental cresceram 38% em 2023 em relação ao ano anterior, período em que foram concedidos 288.865 benefícios. Por isso, a saúde mental precisa mais do que nunca fazer parte da estratégia corporativa. Aquelas empresas que não se posicionam sobre essa questão estão apenas tapando o sol com a peneira. É questão de tempo: o desengajamento aumenta, as metas não são atingidas e problemas no clima organizacional impedem o crescimento do negócio.
Tecnologia afeta a saúde e a felicidade
Sergio Amad, CEO da Fiter faz um recorte importante no debate e enfatiza que a síndrome de Burnout, um problema que se tornou tema da saúde ocupacional, tem algumas ramificações. Quando se fala em Burnout Digital, por exemplo, o foco é o estresse crônico diante de telas, seja do computador, do celular, configurando um desafio extra para os gestores. Já entre os que apresentam níveis altos de bem-estar, ele destaca: “Não dá para ser feliz o tempo todo, mas as pessoas conseguem ter consistência e, dessas, 8 em cada 10 conseguem ter alta performance”, explica o CEO da Fiter.
Na perspectiva de Vera Bejatto, CEO do Avatar da Saúde, o trabalho em frente a tela do computador, intensificado ainda mais durante a pandemia, trouxe consequências para o organismo dos colaboradores. Ela defende que é fundamental que as equipes de RH busquem entender como estão esses colaboradores por meio de um mapeamento geral.
“Não precisamos ficar doentes para mudar hábitos e estilos de vida que não são saudáveis”, alerta Bejatto. Para ela, democratizar o acesso as informações relacionadas a saúde é essencial, além de possuir ferramentas de avaliação que possam auxiliar setores de recursos humanos e médicos com indicadores importantes.
O reconhecimento da felicidade no mundo coorporativo:
Nos últimos anos, houve um reconhecimento crescente da importância da felicidade no ambiente de trabalho e dentro das empresas. As organizações estão percebendo que funcionários felizes tendem a ser mais produtivos, criativos, engajados e leais, o que pode levar a melhores resultados financeiros e uma cultura empresarial mais positiva. Não à toa, Google, Chilli Beans e Reserva, por exemplo, criaram o “departamento da felicidade” com intuito de cuidar do bem-estar de seus funcionários. Para se ter uma ideia de como o tema vem ganhando importância, a remuneração do cargo de Chief Happiness Officer (CHO) – diretor de felicidade, pode chegar a R$ 40 mil, segundo o Instituto Feliciência.
O educador corporativo Rodrigo Lang, sócio-fundador da Human SA, instituição que promove programas de desenvolvimento focados em saúde, felicidade e bem-estar, destaca a importância da felicidade no ambiente corporativo. “A felicidade não é apenas um estado desejável, é um facilitador de competências humanas essenciais como criatividade, colaboração e resolução de problemas” diz. Lang reitera que alguns gestores e líderes podem até negligenciar a importância da felicidade no cotidiano de seus colaboradores, mas é essencial lembrar que a saúde mental dos funcionários é uma responsabilidade legal dos superiores. “A felicidade e o bem-estar não só geram um ambiente mais produtivo entre os colaboradores, mas também se estende por toda a rede que compreende as organizações, impactando fornecedores e clientes “, explica.
A felicidade nos relacionamentos :
Segundo especialista em psicanálise clínica e desenvolvimento humano, Gisele Hedler, existem algumas lições que podem ser tiradas do maior estudo já realizado sobre felicidade humana. Baseado na pesquisa, Gisele pontua as lições que podemos tirar do Estudo de Desenvolvimento Adulto para alcançar a felicidade e uma vida longa e saudável. Segundo Hedler, as relações tóxicas drenam nossa energia emocional e impactam negativamente a saúde mental. Para a expert, é preciso saber filtrar os relacionamentos, mas também se atente para não se isolar. “O estudo mostra que os relacionamentos saudáveis são um dos maiores preditores de felicidade e saúde a longo prazo e, por outro lado, o isolamento provoca solidão, representando um fator de risco para a saúde, principalmente a mental”, afirma Gisele. E por falar em saúde mental, ignorá-la também compromete a felicidade. É preciso abandonar o ressentimento, pois guardar mágoas pode levar a problemas de saúde mental e física. “Segundo o estudo, a capacidade de perdoar e soltar ressentimentos está associada a melhor saúde e maior felicidade”, diz a especialista.
O desenvolvimento pessoal e a felicidade:
A riqueza material não está diretamente ligada à felicidade. Por esse motivo, Lang reitera que não devemos trabalhar apenas visando juntar dinheiro e ser rico. “Muito pelo contrário, a alegria diz respeito às experiências e relações interpessoais. Elas são as responsáveis por enriquecerem a vida, promovendo satisfação verdadeira e duradoura”. Ainda de acordo com o estudo de Harvard, a resiliência é a chave para enfrentar os desafios da vida, contribuindo para a felicidade e saúde a longo prazo. Já as preocupações em excesso, seja com o passado ou com o futuro, pode aumentar os nossos níveis de ansiedade e insatisfação. Viver o presente melhora a qualidade de vida. Por último, Gisele diz que pode tirar como lição da grande pesquisa a importância da generosidade. “A falta de atos altruístas diminui a sensação de satisfação pessoal. O estudo evidencia que ser generoso aumenta a felicidade tanto de quem recebe quanto de quem pratica o ato, reforçando laços sociais e bem-estar emocional”, afirma Gisele.
Os níveis de comprometimento das empresas com a diversidade também estão intimamente correlacionados com a capacidade de seus líderes de criarem equipes confiáveis e de alta performance. Segundo estudos da McKinsey&Company, funcionários de empresas com uma boa reputação com a diversidade apresentaram probabilidade 80% maior de concordar que seus líderes promovem confiança e diálogo aberto, e probabilidade 73% maior em afirmar que a liderança trabalha em prol do trabalho em equipe. Ou seja, que afeta positivamente a forma como as pessoas se comportam.
Generosidade também traz felicidade, outro fator a ser considerado no tema. É o que indica uma pesquisa realizada pela Universidade de Lübeck, na Alemanha, que revelou que pessoas mais generosas são mais felizes. Os pesquisadores descobriram que os participantes que usaram seu dinheiro para beneficiar outras pessoas demonstraram maior contentamento consigo mesmos.
Cultura positiva
Uma cultura organizacional positiva e um senso de propósito são fundamentais para a felicidade no trabalho. Quando os colaboradores se identificam com os valores e objetivos da empresa, eles se sentem mais motivados e engajados. Criar uma cultura que promova a colaboração, a inclusão e o respeito mútuo é essencial para o bem-estar dos funcionários. Essa é a opinião de Bruna Fesneda é Chief Happiness Officer e Coordenadora de Bem-Estar da BASF para a América do Sul.
“O reconhecimento e as recompensas são poderosos impulsionadores da felicidade no trabalho. Sentir-se valorizado e recompensado por um trabalho bem-feito aumenta a motivação e o senso de realização. Programas de reconhecimento, como prêmios ou elogios públicos, são maneiras eficazes de demonstrar apreço e incentivar um ambiente de trabalho positivo”, destaca Bruna
A felicidade no trabalho, ainda segundo a gestora da Basf, não é apenas um luxo, mas sim um elemento essencial para o sucesso profissional e pessoal. Investir em um ambiente de trabalho positivo, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, desenvolvimento profissional, cultura organizacional e reconhecimento são medidas importantes para promover a felicidade no trabalho.
Ranking da felicidade
O Brasil subiu em 2023 cinco posições no ranking dos países mais felizes do mundo, segundo relatório anual da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Com esse resultado que coloca o país na 44ª posição, o Brasil é o terceiro mais feliz da América Latina, perdendo apenas para o Uruguai (26º) e o Chile (38º).
Esse estudo com medição da felicidade nos países é feito desde 2012. O trabalho se baseia na avaliação que as pessoas fazem da própria felicidade e em dados econômicos e sociais.
A primeira colocação coube à Finlândia. Os países nórdicos ocupam os primeiros lugares, com Dinamarca, Islândia e Suécia aparecendo logo após a Finlândia.
Em último lugar na lista de 143 países aparece o Afeganistão, afetado por uma catástrofe humanitária após o retorno do Talibã ao poder, em 2020.
Matérias de felicidade
Se você se interessa por felicidade corporativa e deseja conhecer melhor o assunto, acesse o conteúdo de nosso último Fórum de Felicidade corporativa. Algumas sugestões:
3º Fórum Felicidade Corporativa, 1º Dia:
3º Fórum Felicidade Corporativa, 2º Dia: