Stakeholders: soluções e desafios

Colaboradores internos e externos engajados fazem toda a diferença para o sucesso de implementação de políticas de ESG

O ESG permeia toda a empresa e seu entorno de influência e relacionamento. Conhecer esse fato e colocar os stakeholders na linha de frente do ESG garante a credibilidade de tais ações. Esse assunto foi discutido em dois painéis durante o 2º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação: “Cocriando o futuro – colaboração de stakeholders internos e externos nas soluções de desafios ESG”; e “Empresa consciente é mais atraente – ESG se tornou vantagem competitiva e fator decisório para o candidato”.

O futuro, hoje

O primeiro encontro, “Cocriando o futuro”, teve a participação de Denise Machado Horato, diretora de Recursos Humanos do Grupo Roche; Gabriel Clementeespecialista em Sustentabilidade Corporativa da Vale; e Juliana Barretogerente de Comunicação e Marca Corporativa da SuperVia.

Denise Horato

Todos mostraram cases de engajamento de funcionários e stakeholders. e ainda destacaram a  importância da comunicação e do engajamento na jornada de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas empresas. Para Denise, engajamento tem a ver com clareza, engajamento, transparência na comunicação. “O propósito antecede a ação”, filosofou, informando que sua empresa trabalha há muitos anos nesse conceito. E para quem está começando agora ou quer aperfeiçoar, ela recomenda “ter clareza estratégica, que é muito importante. Comunicar e divulgar. Criar planos de ação e fazer as métricas”. E a velha e boa escuta ativa: “Não tem criação de valor se a gente não conversar, escutar, entender o outro lado”. O Grupo Roche tem hoje seis grupos de afinidade bastante ativos.

Juliana Barreto

Juliana concorda com a afirmação que não adianta ter pauta de ESG, DI, divulgando ações para o mercado,  se não se consegue engajar realmente o pessoal de dentro da companhia. “Primeiro trouxemos esse debate para dentro da companhia. E agenda tem que ser comprada por todos, não é de uma área”, afirma. Ela revela, agora indo para o campo externo, fazer mapeamento de stakeholders. “O passageiro é nosso principal alvo, pois transportamos diariamente 320 mil pessoas”. Claro que existem problemas, ela admite. Mas ela não esconde nada para debaixo do tapete e convida os usuários mais ativos nas redes sociais, inclusive os que reclamam, para conhecer a companhia, um processo que ela vê como altamente transformador e positivo. “Quando eles conhecem nosso centro de operações se deparam com nossa complexidade e admitem o esforço de melhoria da empresa”.

Gabriel Clemente

Na Vale, Gabriel diz também mapear seus principais stakeholders, e mesmo admitindo que não tem receita de bolo, procura desenvolver ações personalizadas. “Engajamento externo é como um relacionamento”, propõe. “É uma construção continua, vamos fazendo, testando e refazendo o tempo todo”. Gabriel diz também trazer os stakeholders para conhecer a operação dentro da empresa, para “tangibilizar as nossas práticas e ações descritas em nossos canais internos”. E as pessoas entendam um pouco mais a complexidade da operação de uma mineração também, segundo ele.

 

Fazer, medir, replicar

Em outro painel, “Empresa consciente é mais atraente”, participaram Danielly MartinLatin America ESG Senior Manager da Bayer; Marcelo Moreira,  jornalista e sócio-diretor da DiversaCom; e Maurício Chiesa CarvalhoHead de Recursos Humanos & Responsabilidade Social / ESG da Tamarana Tecnologia.

Maurício Chiesa

Chiesa, que também é conselheiro da Associação Brasileira de ESG, explica o conceito, que de certa forma, critica, ainda está banalizado. Ele diz que ESG não é MBA, nem pós-graduação. “É cultura e propósito”, resume. Mais: “Não basta ser economicamente viável, tem que ser economicamente correto“, complementa. Portanto, o líder da Tamarana, uma pequena empresa com 90 funcionários, diz ainda que ninguém se relaciona ou se engaja com quem não conhece. “É hipocrisia tratar de ESG porta fora se não for tratada porta dentro”. As empresas, diz, tem a ganhar ou perder com essa nova maneira de ser corporativa. Quem não adere, certamente terá problemas de crédito no mercado financeiro, principalmente no mercado de capitais, e o custo financeiro ficará mais caro. Além disso, ressalta, hoje o consumidor está mais consciente e pode comprar ou não de uma marca de acordo com sua política de ESG. E come ter sucesso internamente para desencadear o processo? Chiesa lembra o papel importante das lideranças ,que devem estar engajadas. “Um líder sozinho não fará nada nesse conceito”. Porque, “ESG não é um destino, e sim uma jornada, não termina nunca”.

Danielly Martin

Danielly destaca que a Bayer olha o funcionário de forma integral e acolhedora. “Acreditamos que a diversidade trás inovação”, sentencia. E concorda que o líder é importante no processo, pois “tem um papel importante na vida do subordinado, ao ouvir e dar suporte às suas demandas”. E nada e mero sentimentalismo. “Por mais que uma pessoa tenha boa intenção [referindo-se também às lideranças, mas não apenas], se não estiver alinhada com as estratégias da empresa, do negócio, nada vai acontecer”. Por isso Danielly explica que o CEO global de sua empresa está pessoalmente envolvido nesse projeto e é parte do contexto da sustentabilidade.  A Bayer, ainda segundo a gestora, tem 5 pilares no ESG, envolvendo mulheres, negros, PCDs, gerações e LGBT. “Temos altas lideranças da empresa e líderes locais envolvidos de forma voluntária em cada um desses pilares”. E gerando eventos, comunicação, atividades.

Marcelo Moreira

Moreira, por sua vez, lembra que o período da pandemia do coronavírus transformou a forma das empresas se relacionarem com seus empregados. Processo que continua presente hoje, no pós-pandemia. “Hoje, se exige muito mais dos candidatos do que se exigia antes, e eles também estão mais seletivos”. E justifica com a onda de demissões de empregados mesmo com bons cargos e salários, mas que não se afinam mais com os propósitos da organização. “A causa da empresa deve estar conectada com a causa do trabalhador”, define. E o ESG não é algo recente continua o sócio da DiversaCom, lembrando que é falada desde o começo de 2020 e ainda temos o pano de fundo das mudanças tecnológicas. Portanto, finaliza, “o ESG tem que estar a frente da cultura, da comunicação e dos relacionamentos com comunidades e marcas”.

 


Assista ao 2° Fórum Melhor RH ESG e Comunicação nos links abaixo:

Primeiro dia (25/09): https://bit.ly/2ºFMRHESGDIA01MRH

Segundo dia (26/09): https://bit.ly/2ºFMRHESGDIA02MRH


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