O Dia Internacional do Profissional de Marketing, 8 de junho, foi criado pela Associação Americana de Marketing (AMA – American Marketing Association). E tem o objetivo de homenagear os responsáveis por criar e vender ideias, sejam produtos ou serviços. É uma área multidisciplinar, apesar de ter ganhado status de graduação e pós-graduação. Eles ajudam a pesquisar mercados, prever tendência, antecipar e atender as necessidades dos clientes, vender produtos e fortalecer a marca corporativa.
A origem do Marketing não tem uma data definida. Alguns dizem que é uma ciência praticada a séculos. Mas existem pistas modernas. A palavra “marketing” surgiu como o título de um livro em 1922 e que tratava do setor de alimentos. O nome do autor se perdeu. Em 1940 o tema foi apresentado de forma quase inédita pelo americano Walter Scott, com um estudo da influência da psicologia na propaganda. O termo “marketing mix” apareceu em 1949, criação de Neil H. Borden.
Entretanto, é reconhecido internacionalmente que o pai do marketing moderno é Philip Kotler, o qual, em 1966 lançou o revolucionário livro Administração de Marketing, a “bíblia” do assunto e de leitura obrigatória até hoje em todas as faculdades de Administração e de Marketing. O próprio Kotler atualizou sua obra várias vezes para incluir novas modalidades da disciplina, como o marketing digital e o marketing de serviços, entre outras variações.
O maior aprendizado que pode ser colhido do Dia do Marketing, comemorado em 08 de maio, é que o consumidor não está mais no centro dos negócios: ele está em toda parte. Gerar valor é a premissa da profissão e, com o mundo interconectado e os indivíduos sendo parte de uma grande ‘aldeia global’ (conforme descrito pelo filósofo canadense Marshall McLuhan), empoderar as pessoas com informações a respeito de um produto, serviço, mercado ou tema relevante é a maior forma de criar uma conexão genuína e verdadeiramente estratégica para os negócios.
Perspectivas
Quais são os principais aprendizados colhidos pela área de marketing no último ano? E as perspectivas propostas pelos executivos? Confira alguns depoimentos:
1.Empresas como parte do repertório brasileiro
Caio Machado, diretor executivo da Curious, explica que uma das maiores formas de alavancar as estratégias de comunicação propostas pelas empresas é saber dosar o olhar analítico e o criativo. “O marketing e a publicidade não podem ser apenas técnicos e nos últimos anos passaram a precisar de uma perspectiva mais inovadora na proposição de soluções e estratégias para gerar conexão com os públicos. Em 2022, desempenharam a função de agregar valor com ações ligadas à sustentabilidade, principalmente, reflexo do pós-pandemia. Neste ano, o desafio está em entender as novas dinâmicas das plataformas e explorar o conteúdo para tornar as empresas parte do repertório brasileiro, potencializando negócios”, explica o executivo.
2. Profissionais polivalentes
Gustavo Franco, country manager da Labelium no Brasil, entende que os profissionais de marketing precisam ser mais polivalentes do que nunca. Além dos conhecimentos generalistas, que são chave para a área, as capacidade técnicas também agora também são indispensáveis. É necessário que as empresas construam estratégias específicas para cada plataforma. “O conhecimento do profissional de marketing, publicidade ou propaganda nunca esteve tão em cheque: a velocidade da tecnologia tem assumido níveis sem precedentes e a união entre conhecimentos conceituais com os práticos é indispensável”, pontua o especialista.
3. A importância do storytelling para impulsionar os resultados
Maurício Castro, CMO da Paketá, fintech que oferece saúde financeira por meio da gestão e concessão de empréstimo consignado e outros produtos para funcionários em regime CLT, afirma que o storytelling deve ser o elo que conecta o propósito da marca com os públicos de forma clara e coesa para cada um deles.
“Mas o que isso significa para o dono da empresa? Que diferença faz para o time de RH? E o que move o colaborador? Ao dizer que melhoramos os indicadores de performance da empresa, levando saúde financeira através de produtos de crédito que cabem no orçamento dos colaboradores, estamos endereçando os anseios dos três públicos, por exemplo. E esta história deve sempre ser contada a cada um deles pelos canais e com a linguagem mais adequada para criar a conexão que gera resultados. É assim que o storytelling bem utilizado vem gerando resultados para nós“, explica Maurício.
4. Investir em comunicação interna e endomarketing
Lana Wigand, chief marketing officer no Comunica.In, startup que promove soluções para gestão de processos de comunicação interna nas empresas, reforça a importância de investir na área de CI. “É necessário alinhar todas as missões, valores e estratégias de negócio com seus colaboradores. Se o time está organizado, os profissionais terão mais condições de fazer uma boa propaganda sobre a empresa, vender melhor seus produtos e serviços e, assim, aumentar a satisfação dos consumidores finais. Só é possível construir marcas realmente consistentes se o que você leva pra fora for verdadeiro dentro. Existe uma necessidade muito clara de manter esses ambientes equilibrados e em sinergia para gerar o valor real do marketing sem que ele seja artificial no longo prazo”, completa a profissional.
5, Investir em estratégias de trade marketing digital para ampliar awareness
Para Andrea Miranda, CEO e cofundadora da STANDOUT, martech referência em inteligência em trade marketing digital, uma forma de fazer isso é as marcas e os varejos digitais mostrarem como os produtos e serviços podem agregar valor à vida dos consumidores e para isso o shopper precisa ter acesso a informação. “O uso de vitrines digitais é uma estratégia para a aplicação do trade marketing digital. A partir dessa solução é possível gerar mais interesse e engajamento durante a navegação no e-commerce e resultando em um aumento médio de 60% na conversão em vendas”, explica a executiva.
Além disso, há outras possibilidades de uso que percorrem toda a jornada de consumo. “Seja na gôndola física, com um QR Code, seja nas landing pages de marca nas quais o shopper conhece e escolhe o melhor produto no comércio digital, entre outras formas, mas o consumidor é impactado em diversos pontos (inclusive podendo estender para campanhas de remarketing nas redes sociais) sempre com a mesma comunicação, adaptada ao contexto, entregando exatamente a informação que o shopper precisa encontrar em cada um desses pontos”, finaliza Andrea.
6. Adotar uma cultura de testes
Vitor Filipe, CEO e cofundador da Faster, startup de design por assinatura, ressalta que se o mercado digital está mais maduro, fazer as pessoas pararem para te ouvir é cada vez mais difícil. Para ele não existe fórmula mágica. É preciso aplicar sua marca com consistência no máximo de canais possíveis, para que o seu consumidor te reconheça e escute o que você tem a dizer.
“No TikTok, Instagram ou qualquer outra rede a meta é a mesma: atenção. Se destaca quem faz o consumidor parar de rolar o feed. Mas não é com um só post que você vai conquistar seu público, faça testes. Sem perder o fôlego experimente criativos, formatos e conteúdos. Mais de 80% dos testes falham, mas são nos raros acertos que você ganha o jogo”, completa ele.