Por Cristiane Santos Blanch
A pandemia da Covid-19 entra para a história não apenas como a maior crise sanitária do mundo moderno, mas também como um importante divisor de águas no âmbito da Comunicação em Saúde. Estamos falando de uma nova era em que a busca pela informação confiável está no centro da narrativa, impulsionando o interesse por plataformas científicas e ferramentas anteriormente restritas a publicações e pesquisadores especializados.
O fortalecimento da pauta de saúde é um movimento que transparece em um levantamento recente que realizamos junto ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), em meio aos 70 anos da Pfizer no Brasil, para entender como o brasileiro está construindo a saúde das próximas sete décadas. A forma de consumir e compartilhar informação sobre o assunto representa, sem dúvida, um pilar importante dentro desse percurso.
Quando mais de um a cada três entrevistados pelo Ipec indica que começou a acompanhar mais as notícias sobre saúde a partir da pandemia, passando a buscar fontes confiáveis para se informar melhor sobre o assunto, eu vejo um horizonte cheio de perspectivas e oportunidades de valorização da ciência. Um dos desafios, agora, é canalizar esse interesse despertado pela pauta de Covid-19 para outros temas de saúde também essenciais para garantir uma vida melhor e mais longa para a nossa população, como o enfrentamento do câncer.
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) indicam que, somando o represamento de cuidados do primeiro semestre de 2022 com aquele experimentado nos anos 2020 e 2021, já contabilizamos 53.815 cirurgias oncológicas que deixaram de ser realizadas na rede pública. O que isso significa? Se considerarmos que, para um paciente com câncer, cada minuto faz diferença, podemos dizer que estamos diante de um dos grandes desafios de saúde desse pós-pandemia.
Na Pfizer, a manutenção do cuidado oncológico é uma questão sobre a qual temos trabalhado desde os primeiros meses da emergência sanitária global, seja por meio de campanhas de conscientização, parcerias com associações de pacientes ou investimentos na nossa ciência a favor da oncologia: hoje, quase um terço dos nossos estudos clínicos estão voltados para esse segmento.
Além de articular a comunicação responsável sobre temáticas de saúde essenciais que perderam força durante a pandemia, também temos o desafio de lidar com um forte paradoxo da era Covid-19: se de um lado a saúde se tornou a pauta do momento e projetou a voz de grandes comunicadores da área, de outro também ampliou o espaço para a disseminação de informações falsas sobre o assunto, que representam um enorme desserviço à população.
Nesse contexto preocupante, mais do que desenvolver vacinas e medicamentos inovadores, na Pfizer atuamos em outras frentes para fazer com que essas inovações cheguem, de fato, aos brasileiros. Para isso, além de eliminar as barreiras de acesso, entendemos que o combate às fake news também é prioritário. Já no começo da pandemia, além de colaborar com as agências de checagem e veículos de imprensa na elucidação de dúvidas sobre temas ligados à Covid-19, criamos uma página específica em nosso site para desmistificar as notícias falsas em torno do assunto. Foi quando lançamos o movimento Fake News, não!, do qual também participam influenciadores digitais de diferentes perfis. Formamos, assim, um esquadrão diverso, que une a credibilidade de nomes respeitados na ciência à popularidade de perfis que dialogam com diferentes nichos populacionais.
Unindo esforços e cooperando com todos aqueles que buscam a verdade dos fatos como protagonista dos diálogos, a Pfizer acredita na força da informação qualificada como forma de empoderar as pessoas nos cuidados com sua própria saúde, beneficiando toda a sociedade.
Agora, depois de celebrar a vitória da ciência na luta contra a Covid-9, estamos prontos para a próxima batalha: derrotar a epidemia de desinformação que coloca em risco as conquistas que levamos tanto tempo para alcançar, como a proteção das nossas crianças contra doenças que podem ser prevenidas por meio da vacinação. Vamos juntos?
Cristiane Santos Blanch, é diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer Brasil
