internet dá sinais de crescimento intenso

No campo de conteúdo e publicidade, o meio digital tem se mostrado cada vez mais competitivo. Muitas marcas tem investido apenas no online

A Copa do Mundo, do ano passado, chamou a atenção do público, não apenas pelas grandes partidas, mas pela nova forma de se consumir o conteúdo. O maior evento esportivo do mundo deixou claro as mudanças de mercado, quando o influenciador é agora também um comentarista esportivo. Casimiro Miguel, por exemplo, fui um dos creators que transmitiu os jogos do mundial pelo seu canal no Youtube. 

Segundo a produção do canal, foram mais de 210 milhões de visualizações durante o período da partida. Na estreia, 3,4 milhões de pessoas acompanharam a live no Youtube e 400 mil no Twitch (plataforma de transmissão de games em tempo real). 

A live, diferente das transmissões convencionais, contou com a participação de outros influenciadores, entre eles: Isabella Pagliari, Diogo Defante, Ítalo Sena, André Hernan, Luis Felipe Freitas, Guilherme Beltrão, Allan ‘Estagiário’, Juninho Pernambucano.

O que antes parecia impossível, agora é real, os streamings estão conseguindo competir em igualdade com os meios de comunicação tradicionais e ultrapassando as bolhas de audiência. O novo modelo de transmissões de conteúdo foi tema do painel: “O mainstream tá diferente, no 12º Fórum sobre Marketing de Influência, realizado em 25 de março, com a participação de Carolina Gutierrez Prado, Head de comunicação para latinoamérica da Intel; Bruno Shigemura, gerente de marketing de Intel Brasil e Especialista em Novas Tecnologias da Intel e Mariana Mirrha, sócia da Planin Comunicação.

Os speakers ressaltam que houve mudanças na forma de como o público consome informação. Até pouco tempo a televisão tinha o monopólio das  narrativas e dos grandes eventos, mas com o advento das redes sociais, esta lógica mudou. “Acabou o monopólio das mídias tradicionais, mas não significa que chegou ao fim estas mídias”, lembra Mariana. 

Mariana Mirrha, da Planin

No entanto, a televisão continua sendo o principal meio de informação, segundo pesquisa realizada em outubro de 2021, durante a pandemia, pelo instituto de pesquisa PoderData: das 2.500 pessoas ouvidas, 40% ainda preferem se informar pela televisão, seguido de 22% por redes sociais. Caroline Prado afirma que as mídias tradicionais ainda têm papel fundamental no cotidiano dos brasileiros, mas vem perdendo força: “As mídias tradicionais possuem muita importância porque elas combatem as fake news. Grande parte da população recorreu às mídias tradicionais para receber informação, pela credibilidade e pela checagem de fatos, e  isso fez com que as pessoas se sentissem mais seguras”, observa a especialista.

Mariana complementa que a internet tem trazido para o centro do debate a pluralidade de vozes que dificilmente em um meio de comunicação convencional teria, seja pelo tempo ou pela linha editorial. “A pluralidade de canais é positivo pois começamos a trazer mais pessoas para o centro do debate, achamos vendo maior democratização dos conteúdos de informação”.

Bruno Shigemura, da Intel

Outra mudança abordada pelos painelistas foi o impacto da publicidade na receita publicitária das mídias. Por mais que ainda os meios de comunicação tradicionais obtenham a maior fatia da publicidade, o meio digital tem avançado em passos largos nas cotas publicitárias. Segundo o Cenp-Meios (Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário), dos R $19,7 bilhões gastos por marcas e empresas em publicidade no país, 45,4% foram para a TV e 33,5% foram para a internet. Em 2019, 52,8% das verbas publicitárias iam para TV, enquanto que para Internet apenas 21%. Os valores mostram que a cada ano os meios digitais vêm recebendo mais verbas de divulgação e a TV, menos. 

Bruno Shigemura ressalta que a Intel tem investido cada vez mais nas publicidades digitais, pelo retorno e por perceber que o público alvo está online: “Na Intel, o investimento é quase todo online. Naquele marketing tradicional não participamos tanto, porque o nosso público está no digital”, justifica.

influenciadores podem ajudar a combater fake news

Carolina Prado, da Intel

Durante o painel, os especialistas debateram também o papel dos influenciadores no combate à disseminação de notícias falsas na Internet. Caroline aponta que o Brasil é o país que mais usa redes sociais, e o segundo que mais consome vídeos no Youtube. Para a Head de Comunicação, os influenciadores têm peso importante na conscientização do seu público. “A palavra influenciador vem porque influenciam. Na pandemia eles foram importantes pela conscientização em usar máscara, não aglomerar; aquilo te conecta de uma maneira muito bacana e o oposto acontece também”.

Mariana concorda e acrescenta que o creator tem o dever de conscientizar seu público para causas sem medo do cancelamento. “É obrigação de todos combater notícias falsas, mas o criador de conteúdo tem o dever social, que vai além do que vai ganhar ou perder. Alguns já combatem, outros se mantêm neutros pelo medo do cancelamento”.

Bruno lembra que as opiniões nas redes não podem ser confundidas com discurso de ódio, sendo dever do criador de conteúdo se posicionar contra:  “Transmitir uma opinião é muito diferente de um discurso de ódio e as marcas estão atentas. O influenciador tem que saber quais os valores que ele está transmitido”, conclui o especialista.

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Assista ao painel completo, no tempo 5:14′, por este link

 

 

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