Já ouvimos muitas vezes que é comum uma organização ter problemas de gestão e não de comunicação. Se não for acertada a forma como as pessoas lidam uma com as outras no ambiente do trabalho, e também no momento de compartilhar projetos internamente, ou até externamente com fornecedores e a comunidade, será difícil criar uma sinergia capaz de alavancar a cultura organizacional. Projetos não andam se isso não for feito, e muitas vezes o que é anunciado como trunfo de imagem corporativa, via comunicação interna ou externa, não vai para a frente pela dificuldade de articulação entre os stakeholders. Vale a pena uma conversa entre gestores de comunicação interna e de RH para alinhar essa mudança comportamental.
Processos que envolvem uma liderança compartilhada exigem ajustes na cultura organizacional para que façam sentido e tragam impactos positivos, inclusive, na capacidade criativa da equipe. Esses ajustes foram tema de painel do 3º Fórum Melhor RH Confiança, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataforma Melhor RH em janeiro, com a participação de Edna Rocha, diretora de Recursos Humanos da Sonepar; Paola Klee, diretora Executiva de Pessoas do GT7 – Grupo Todos Empreendimentos, e Ana Leticia Feller, diretora de Gestão Empresarial da Copel.
De acordo com Paola, mudar a maneira como a gestão é feita nas empresas requer ousadia e alinhamento de expectativas e receios entre todos os envolvidos — o que só aconteceu na GT7 depois de um momento turbulento. “Tínhamos um problema com um cliente, que passava por alto turnover. Sugeri uma reunião com todos os C-Levels para analisarmos o caso, inclusive com o cliente. Ao compartilhar problemas e dificuldades, fortalecemos as relações com importantes stakeholders e permitiu o surgimento de uma proposta tão disruptiva que o próprio cliente teve de financiá-la”, recorda a executiva. “Além da gestão compartilhada, introduzimos metodologias ágeis, do Lean, do Design Thinking, que também trazem transparência e autonomia aos times e à alta gestão. O resultado disso foi que todos os envolvidos se sentiram integrantes da solução, o que aumentou o grau de satisfação do cliente, que se manteve conosco por muito tempo.”
Para Edna, a gestão compartilhada não se restringe a uma maneira de conduzir os trabalhos. Para que ocorra de maneira eficiente, deve ser percebida na estrutura da empresa — e isso também serve para quem está em home office. “Nossos escritórios, hoje, são espaços compartilhados de trabalho, com sistema de reserva dos espaços e até dos fretados por meio de QR Code. As mesas não possuem gavetas e temos armário com lockers: tudo pensado para promover a circulação da equipe, não sobrecarregar a estrutura corporativa e tornar o ambiente ainda mais agradável e inclusivo”, afirma. “Desde essa reformulação, percebemos que as equipes se tornaram ainda mais criativas e integradas.”
Além disso, a Sonepar criou o Agiliza, um grupo focado em simplificar tudo o que é realizado na empresa: de processos a espaços. “Ao todo, são seis grupos de trabalho com líderes e especialistas, e entre os resultados já alcançados, conseguimos reduzir significativamente o número de horas que perdíamos em procedimentos.”
Já para Ana Leticia, um dos pontos mais importantes da gestão compartilhada, especialmente para quem trabalha em grande empresa, com clientes de diferentes perfis, é conseguir unicidade na implantação de ferramentas. “Para que isso acontecesse sem retrabalhos, fizemos uma transformação no mindset de RH que extrapolou para outras áreas, incluindo o cliente. Isso culminou na remodelagem do programa de avaliação de desempenho dos colaboradores, inclusive líderes, de modo que fosse trazido um senso de pertencimento que possibilitou a construção conjunta da ferramenta”, informa. “Sem contar que a gestão compartilhada também dá voz à diversidade, um tema tão importante para as organizações.”
Veja o conteúdo completo do Forum Melhor RH Confiança, cujo conteúdo também interessa ao gestores de comunicação interna:
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