Nestes tempos de grandes mudanças disruptivas, que resultaram em uma transformação cultural e digital, cobranças por boas práticas em temas como meio ambiente, mudanças climáticas, diversidade e combate à desigualdade ficaram mais intensas e urgentes. E, nessa jornada, torna-se essencial que as lideranças empresariais estejam cada vez mais engajadas e que sejam verdadeiras protagonistas na resolução de problemas sociais. Esse é o contexto do lançamento do livro Reputação e Valor compartilhado – Conversas com CEOs das empresas Líderes em ESG (Aberje Editorial), das especialistas em comunicação corporativa Elisa Prado e Tatiana Lins. ESG é uma sigla em inglês traduzida como Ambiental, Social e Governança
Elas realizam entrevistas com 12 CEOs das empresas de melhor reputação no Brasil em cada área, uma contribuição para as lideranças corporativas no Brasil e na América Latina. Os nomes foram escolhidos entre empresas líderes de reputação nos Rankings Merco – As Empresas Mais Responsáveis ESG no Brasil, divulgados em 2021 e 2022. Além de Luiza Helena Trajano, por ser a executiva de melhor reputação no país de acordo com o Ranking Merco, participam nos depoimentos: Marcelo Oromendia (3M); Roberto Funari (Alpargatas), Jean Jereissati (Ambev); Malu Nachreiner (Bayer); Gustavo Werneck (Gerdau); Fábio Coelho (Google); Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco); João Paulo Ferreira (Natura); Marta Díez (Pfizer); Walter Schalka (Suzano); Rafael Chang (Toyota); e Christian Gebara (Vivo).
“Queríamos entender o nível de consciência dos CEOs de diversos setores da economia sobre as vantagens competitivas trazidas pela reputação para atrair talentos, consumidores e investidores”, destacam as autoras. Elisa Prado atua há mais de 30 anos como profissional de comunicação e é executiva de Comunicação Corporativa da Vivo. Tatiana Maia Lins é consultora de Reputação Corporativa, palestrante e mentora de lideranças C-Level e Board Members. Fundou a Makemake Reputação, em 2011, e a Revista da Reputação, em 2016. Ambas são professoras da ESPM.
A ideia das autoras é inspirar lideranças nacionais a respeito da importância do tema ESG em suas organizações. Um assunto fundamental para as companhias terem melhor reputação no mercado, conquistarem simpatia dos consumidores, atrair os melhores talentos e ainda conquistar investidores estratégicos. “Um CEO engajado ajuda a influenciar positivamente toda a empresa”, lembra Elisa. Outro destaque desse grupo de líderes, enfatiza Tatiana, é saber utilizar a comunicação corporativa para difundir novos valores no público interno, e ajudar na disseminação de estratégias de ESG: “É uma transformação cultural que precisa acontecer no ambiente empresarial”.
Para Elisa, existem CEOs hoje no Brasil muito engajados com as questões do ESG, alguns que são até palestrantes. Uma outra característica desses líderes, detectado pelas autoras, é a humildade para ouvir, entender a comunidade e todos os stakeholders, divulgando o que é essencial para os propósitos corporativos, alinhados as demandas da sociedade. “São todos líderes comunicadores”, destaca Elisa. Nem todos são brasileiros. Nesse grupo seleto estão executivos de outras nacionalidades, como Argentina, Espanha e Peru. “O sucesso depende do valor compartilhado com a sociedade e o planeta”, ressalta a autora Elisa Prado.
“Reputação e Valor Compartilhado hoje fazem parte da agenda dos CEOs das maiores empresas do Brasil e do mundo. O Capitalismo de Stakeholders veio para ficar e quanto mais rápido for adotado, maior serão as chances de sucesso da instituição”, complementa Tatiana. Ela ainda ressalta que “as marcas e empresas que se mantêm relevantes na sociedade são aquelas que conseguem compreender o espírito do tempo em que vivem e ter visão de longo prazo, de legado. Vivemos tempos em que o capitalismo tradicional vem dando espaço ao capitalismo de stakeholders, em que as empresas são cobradas a não apenas gerar lucro para seus acionistas”.
O conceito de valor compartilhado foi criado em 2011 pelos professores Michael Porter e Mark Kramer, da Harvard Business School
Elisa destaca também o papel da comunicação corporativa em todo esse processo, de construir e proteger a reputação da empresa e aproximar os polos, gerar entendimentos, parcerias e engajar pessoas, colaboradores e consumidores de modo relevante, coerente e que toque corações e mentes. mercado. O valor da comunicação
corporativa está ainda na construção de um “banco de embaixadores” da marca.
O livro foi lançado dia 1 de setembro em São Paulo, e está programado também outros lançamentos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.
“Nós temos um compromisso de longo prazo com o Brasil e temos como um de nossos valores em todo o mundo
a geração de impacto positivo nas comunidades em que estamos inseridos”, Fabio Coelho, presidente da Google Brasil“O valor compartilhado veio para o nosso propósito. É o jeito de fazer as coisas que a gente quer para a nossa cultura”. Jean Jereissati, CEO da Ambev.
“Temos que abandonar o modelo mental ‘ganha X perde’ nas relações de negócios e entrar em uma nova discussão de valores compartilhados para que todos ganhemos”. Roberto Funari, CEO da Alpargatas
“A Bayer é signatária da Rede Brasil do Pacto Global e contribui com o alcance das metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela ONU para 2030″. Malu Nachreiner, CEO da Bayer do Brasil
“Em 2021 foram mais de 2,7 milhões de pessoas impactadas pela Fundação Telefônica Vivo, que conta também com o voluntariado corporativo para engajar os colaboradores da própria Vivo a participar desse impacto bem de perto”. Christian Gebara, CEO da Vivo
“Nós não começamos a falar de ESG no ano passado, cinco anos atrás ou 15 anos atrás. Temos programas de valor compartilhado com mais de 50 anos que foram evoluindo. Para ter inovação é preciso ter diversidade”. Marcelo Oromendia, CEO da 3M Brasil
“Bom, você é do tamanho daquilo que você compartilha. Quanto mais você faz, maior você fica. E isso (geração
de valor compartilhado) a gente tem. A gente tem muito”. Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu“A comunicação é uma área fundamental da empresa. A gente começou a perceber que a área tem uma
responsabilidade enorme, porque fala com todos os públicos de relacionamento da empresa”. Walter Schalka,
CEO da Suzano“Na estrutura da Gerdau, a Comunicação se reporta diretamente a mim, e tenho muita admiração pelo trabalho
de vocês”. Gustavo Werneck, CEO da Gerdau“Temos uma área de Comunicação Corporativa muito sólida. Acredito que é uma área estratégica para a companhia, pois tem a responsabilidade de manter e facilitar o diálogo constante com governos, imprensa e os
diversos stakeholders.” Marta Díez, CEO da Pfizer