A comunicação se tornou essencial para o bom funcionamento de toda empresa e são esses profissionais os responsáveis por, através de um bom planejamento, fortalecer a marca e a reputação, utilizando estratégias efetivas para cada stakeholder. Mas qual é a percepção dos CEOs em relação ao trabalho da comunicação?
“A comunicação faz parte da nossa vida diária e quanto mais clara e efetiva ela for, mais bem sucedidas são as relações. Numa empresa não é diferente e, por isso, a área de comunicação é essencial para estabelecermos o propósito e a missão de uma companhia, seja internamente ou externamente”, destaca Marta Díez, Presidente da Pfizer Brasil.
Para ela, as equipes de comunicação são essenciais no propósito de conseguir levar a público as inovações criadas pela empresa e como elas afetam a vida da população.
“O grande valor que a Pfizer tem é seu potencial de trazer um impacto significativo para a vida das pessoas e falar abertamente sobre como fazemos isso é essencial para que as pessoas entendam o impacto de uma indústria farmacêutica como a nossa.
Walter Schalka, presidente da Suzano, também reforça a importância da comunicação para o bom funcionamento de uma organização.
“Nós entendemos que temos que falar com a sociedade, não só sobre o que evoluímos como empresa, mas também como avançamos em temas relevantes para a sociedade, como mudanças climáticas, desigualdade, diversidade e inclusão, entre outros. Nós precisamos fazer isso de uma forma que tenhamos uma agenda colaborativa e construtiva para deixarmos um legado de transformação para a sociedade”, complementa.
Eduardo Fischer e Rafael Menin, CEOs da MRV, defendem que a geração de valor de uma marca se dá justamente a partir do seu reconhecimento por parte da população – o que obrigatoriamente exige um amplo trabalho de comunicação, seja em âmbito externo ou interno – e que esteja em sintonia com os valores e atuais anseios da sociedade.
Para eles, além de promover a marca, é preciso fazer com que ela dialogue com o público e crie uma relação de identidade e empatia que se traduz em confiança. Nesse sentido, os profissionais de comunicação são considerados indispensáveis para entender o contexto social e ajudar a alinhar os propósitos das empresas com o da sociedade.
“Na Gerdau, entendemos tanto a comunicação interna quanto a externa necessária para compartilharmos nossa história, mostrando nossos diferenciais sociais, produtivos, financeiros e econômicos. A narrativa deve ser simples, integrada e consistente no compartilhamento de nossos princípios, nas redes sociais, na comunicação com colaboradores, relacionamento com a comunidade, nas relações com investidores, interações com o público em geral, entre outros”, conta Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.
Ele também considera que a comunicação é um dos principais meios para manter e estreitar o relacionamento com os diferentes públicos de interesse. “Um de seus desafios é ouvir e conciliar as demandas entre empresa e públicos, de modo que se incorpore à gestão, auxiliando na identificação de riscos e oportunidades de negócio”, complementa.
Comunicação Interna
O CEO da Suzano considera que a pandemia reforçou a atuação das equipes de comunicação interna, que se tornaram o principal canal de informação dos colaboradores.
“Quando há uma dispersão de partes interessadas de um lado, e de outro lado você tem uma dispersão geográfica – como nós temos, com 11 fábricas no Brasil e escritórios em três continentes do mundo – é necessário ter ainda mais foco e atenção para a comunicação. Nós aprendemos e discutimos na diretoria que nosso papel é comunicar, pois a empresa se comunicar com transparência é fundamental no mundo de hoje para mostrar como ela age e pensa”, relata Schalka.
De acordo com ele, a pandemia criou a necessidade ainda maior da empresa criar uma relação de confiança e transmitir segurança para as pessoas. Nesse processo, a comunicação foi responsável por manter os canais abertos para que houvesse transparência e empatia nas decisões tomadas.
Para Werneck, o trabalho de comunicação interna é essencial no esforço de consolidar o propósito de uma empresa. “Faz parte da comunicação interna reforçar a cultura organizacional e proporcionar o diálogo entre colaborador e organização. Na Gerdau, compreendemos que são as pessoas que constroem o dia a dia e o futuro da empresa, por isso, buscamos empoderá-las em nossas iniciativas”, exemplifica.
Dialogando com a sociedade
Díez acredita que o modo como uma empresa se comunica com seus públicos impacta diretamente na gestão da marca. Na experiência da Pfizer, uma atuação transparente e multicanal também contribui para consolidar a reputação da marca.
“Acreditamos que disseminar, de forma leve e didática, informações sobre as nossas áreas de atuação pode ajudar as pessoas na tomada de decisão sobre cuidados com a saúde. Ações de comunicação que geram o conhecimento, o empoderamento, a participação e o protagonismo dos nossos pacientes formam o nosso legado e nos fazem avançar a cada dia em novas possibilidades de tratamento para os mais variados tipos de doenças”, reforça a presidente.
Para Fischer e Menin, o trabalho da comunicação precisa ir além dos meios tradicionais e alcançar o público de maneira estratégica, oferecendo também um valor sentimental e não apenas uma propaganda. De acordo com eles, é necessário atuar de maneira segmentada, dialogando de forma mais assertiva com os diferentes perfis e demandas presentes na sociedade.
Para Werneck, a forma que a empresa se comunica e se posiciona influência na sua vantagem competitiva, com a conquista de novos clientes e até mesmo no fechamento de parcerias.
“A comunicação externa faz parte da construção e da gestão de uma marca perante a imprensa, as comunidades, os consumidores, os fornecedores, os concorrentes e a sociedade em geral. É capaz de reforçar um nome, melhorar a reputação e tornar a organização uma referência, para que clientes e consumidores lembrem da marca no momento da busca por um produto ou serviço”, reforça.