De acordo com dados da Neotrust/Compre&Confie, em 2020 as vendas da Black Friday ultrapassaram R$ 5,1 bilhões no país, 31% a mais que no ano anterior, com aumento de 5,1% no valor do ticket médio, chegando a R$ 668,70. Observando os indicadores, apesar da situação financeira dos brasileiros, a Black Friday será ainda maior este ano.
Para se preparar para a data, que acontece na última sexta-feira do mês (26), diversas empresas aumentaram a sua operação. De acordo com a Confederação Nacional de do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a capacidade de atendimento das empresas de varejo cresceu cerca de 25% este ano. A pesquisa também indicou a expectativa de um aumento de 22% até o final deste ano nas interações com o cliente, via chat, e-mail, mídias sociais e atendimento telefônico para atender as solicitações de compra feitas durante a Black Friday.
A Estrela10, loja de departamentos virtual especializada em vendas por marketplaces, prevê 40% de crescimento na Black Friday deste ano em relação a 2020. Segundo Marcelo Dantas, CEO da companhia, a empresa se prepara desde julho para conseguir atender a demanda de novembro.
A data é motivo de ânimo também para os pequenos negócios, principalmente aqueles que atuam nos meios digitais. 62% dos pequenos e médios lojistas que atuam no comércio eletrônico estão otimistas para a data, enquanto apenas 4% se dizem pessimistas, segundo levantamento da plataforma Loja Integrada, que entrevistou 3 mil lojistas em junho deste ano.
Ainda segundo a pesquisa, a Black Friday é considerada a data mais importante para o varejo nacional, com 36% dos entrevistados reportando que utilizam a data para fidelizar usuários com ações de marketing
Comunicação e Black Friday
Uma boa estratégia de comunicação é essencial para as empresas que desejam aproveitar melhor a Black Friday. “Lembre-se de realizar ações de marketing, inclusive pelo WhatsApp, pois elas irão expandir seus projetos e alcançar mais pessoas. A Black Friday pode ser a melhor amiga do empreendedor, basta saber aproveitá-la de forma correta e se preparar da melhor maneira possível” alerta Willian Oliveira, COO e Co-founder da Huggy, plataforma de atendimento digital.
De acordo com Bernardo Borzone, diretor de receitas da Pontaltech, a tecnologia pode proporcionar uma comunicação mais próxima e efetiva com os consumidores, por meio de diversos canais que garantem uma comunicação instantânea entre a organização e seus clientes.
Ele acredita que essas plataformas possuem recursos que enriquecem o processo de comunicação e proporcionam um maior engajamento, além de aumentar a credibilidade da companhia.
Para Stephanie Goes, Head de Marketing de Performance da Liv Up, as estratégias de comunicação precisam antecipar a Black Friday, para que seja possível ter o desenvolvimento do usuário como foco – principalmente quando ele não conhece a marca – dando a ele mais tempo para tomada de decisão, podendo assim pesquisar e confiar na empresa.
“Quando as ações estão concentradas apenas na data, você perde a oportunidade de criar esse histórico e a ação perde força e engajamento. Além disso, aproveitar o mês todo para criar este relacionamento, evita que o usuário entre em contato com diversas marcas em um único dia, o que faria a sua estratégia cair no esquecimento das pessoas”, destaca Sthephanie Goes.
Goes também reforça a importância de ter objetivos e estratégias com um direcionamento claro, onde o objetivo final, seja ele aquisição, retenção ou margem, deve ser o norte para desenvolver cada ação. “Iniciar e trabalhar nessas campanhas antes da Black Friday é mais eficaz para atingir os objetivos durante a data”, alerta.
Além disso, Sthephanie Goes acredita que a confiança, segurança e respeito, mesmo que essenciais durante o ano inteiro, são ainda mais importantes durante esse período. “Criar falsas promoções apenas para aproveitar o buzz da data enfraquece a relação com o cliente, que já entende do seu negócio e sabe que o valor não está sendo verdadeiro. É muito importante só criar promessas que sua marca ou empresa possam cumprir e entregar”, conclui.
Black Friday 2021
No Twitter, os usuários já estão comentando suas expectativas com a Black Friday esse ano. De acordo com levantamento realizado pela Decode, 91,9% das pessoas que comentaram sobre o assunto estão demonstrando um sentimento positivo em relação a data, enquanto 8,9% acreditam que a queda de preços é ilusória. Os produtos mais mencionados na rede social foram: celular (25%), livros físicos (18%), games (11%), cosméticos (7%), laptops (5%), Kindle (5%), roupas e calçados (5%), bens para a casa (4%), eletrônicos (4%) e, por fim, camisas de time (3%).
Os hábitos de consumo dos brasileiros também mudaram durante o último ano, onde 40% dos brasileiros aumentaram o uso de seus smartphones durante o pico da pandemia, de acordo com pesquisa da Digital Turbine realizada em agosto deste ano. O levantamento revela também que 59% acreditam que continuarão a usá-lo na mesma medida que usam hoje, mesmo após o período de pandemia.
Além disso, o tempo de uso dos smartphones aumentou bastante, com 20% dos brasileiros relatando que não passam mais de 30 minutos longe do celular e 19% admitem ficar no máximo 1 hora longe do celular.
O levantamento revela também a preferência pelas compras através dos aplicativos, com 92% dos brasileiros comprando pelo aparelho. Destes, 30% passaram a comprar ainda mais pelo celular após o início da pandemia e 18% só adquiriram o hábito na pandemia.
“A pandemia ainda não acabou. E mesmo depois que ela acabar, entendo que muitos comportamentos vieram para ficar. Um deles, com certeza, é a preferência pela compra digital em detrimento da loja física, principalmente devido à comodidade que o meio traz, para pesquisar e comparar preços. Muitas pessoas que nunca haviam comprado online, descobriram estas facilidades e adotaram o novo hábito também em função da necessidade de encontrar preços mais baixos para seu cotidiano”, analisa Leila Borges Guimarães, Country Manager da Adsmovil Brasil.