Outro dia me deparei olhando minha agenda de compromissos e fiquei surpresa com assuntos tão diversos disputando tempo e atenção durante uma mesma semana. Tinha desde uma reunião com um alto executivo para repassar o conteúdo de uma entrevista com a imprensa, passando pelo comitê de gerenciamento da pandemia, até a participação do CEO global para falar dos negócios da região, além de uma conversa para acompanhar o andamento dos projetos de sustentabilidade e, por fim, um bate-papo sobre os resultados de uma pesquisa relacionada à gestão de pessoas. Quem sabe o que estou falando também deve compartilhar a sensação de que estamos sempre “virando a chavinha”, ou seja, saindo de um assunto para mergulhar em outro de forma quase automática.
Isso nos mostra o quanto precisamos ser multifacetados, multicanais e multinegócios, e como estamos presentes em todas as áreas para colocar a comunicação a serviço das necessidades da companhia, gerando multirresultados, sejam em reputação, em relacionamento com stakeholders, em negócios ou em engajamento interno.
É por isso que nosso segmento exige a constante atualização de seus profissionais e um vasto conhecimento em diversas áreas da companhia, incluindo particularidades do setor em que atua. Além desse olhar para dentro da empresa, precisamos também nos voltar para quem consome os conteúdos, estando atentos às mudanças no modo como as informações são buscadas. Isso implica em tantas outras variáveis – conteúdo, formato, tom, posicionamento e timing da comunicação, para citar algumas delas. Tudo isso de acordo com o tema da vez.
Inevitável não falar de como a pandemia trouxe uma outra dinâmica para a nossa área, principalmente considerando a tecnologia, ampliando o campo de jogo, mas também distanciando fisicamente seus participantes. Um dos novos termos vindos com a pandemia – o isolamento social – fez a função mostrar novamente o seu valor, especialmente em um aspecto: a comunicação como forma de engajamento dos colaboradores com a empresa e seu propósito. Para muitos, a tela do computador tornou-se a janela que os conectam à companhia, ao time e aos colegas.
Faz parte da nossa capacidade como profissionais da comunicação usar as ferramentas sem deixar de pensar no ser humano que está do outro lado, recebendo nossas mensagens. E como essa empatia corporativa é essencial, quando pensamos no público interno! Seja literalmente nos colocando na posição dos clientes, para entender suas inquietações e necessidades, seja para contribuir com os objetivos organizacionais e de negócios da empresa, identificando narrativas e propondo estratégias que se destacarão além dos nossos muros, construindo reputação e engajamento.
Intrinsicamente tão necessária, mas, por vezes, tão subestimada, assim é a comunicação corporativa. Cabe a nós, profissionais da área, aproveitarmos cada oportunidade para posicionar nossas organizações aos diversos públicos. Para isso, é fundamental explorarmos conhecimentos variados e desenvolvermos competências para além do que nossa profissão nos exige. Isso é vantagem competitiva para nossas organizações, é nos colocarmos em posição estratégica e sermos visto como geradores de valor e multirresultados para os negócios.