Saber ouvir e saber comunicar: a arte do engajamento

Assunto foi discutido no 4º Fórum Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores

Para comunicar bem com o público interno, é preciso antes, saber ouvi-lo, entender suas demandas, seus anseios e suas necessidades de informação. Depois disso começam ações de endomarketing que engajam as pessoas e no final as métricas e o feedback. Essa proposta de sequência de um projeto de comunicação bem-sucedido discutido em três painéis do 4º Fórum Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores: Eco do caos – A escuta ativa na era do discurso”, com  Camila Pavan, diretora de Recursos Humanos da Alstom; Carolina Ferreira, CHRO da Alelo; e Marcio Cavalieri, sócio-fundador do Grupo RPMA; “Discurso que converge
O diferencial de co-criar com colaboradores”, com Danila Cardoso, diretora de Pessoas da Motiva; Larissa Santos Battistini, gerente executiva de Comunicação, Cultura e Eventos na RD Saúde; e Leila Gasparindo, CEO do Grupo Trama Reputale; e finalmente, “Conteúdo de centavos, Como engajar o público interno cada vez mais disperso”, com Cleide Cavalcante, gerente executiva de Comunicação Corporativa na Progic; Elizeo Karkoski, sócio-diretor da P3K; e Marcelo Cosentino, gerente de Comunicação Interna e Externa na Toyota.

Uma iniciativa do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataformas Negócio da Comunicação e Melhor RH.

Marcio Cavalieri

O primeiro painel foi Ecos do caos – A escuta ativa na era do discurso, com Camila Pavan, diretora de Recursos Humanos da Alstom Carolina FerreiraCHRO da Alelo; e Marcio Cavalieri, sócio-fundador do Grupo RPMA. Cavalieri, que conduziu o painel, falou da dificuldade de comunicação hoje, “com as fake news, guerras de narrativas, superficialidades,  com tantos ruídos e sobrecargas de informações na vida pessoal e na empresa. E a escuta ativa, tema desse painel, é desafiadora, que transforma um potencial conflito em conexão e ruídos em entendimentos. Comunicação é vital para o sucesso das organizações e das relações”, definiu, enfatizando que nestes tempos de sobrecarga de informações na vida pessoal e nas organizações, “saber ouvir é um ao de resistência”. E só com isso é possível obter entendimento. A falta da escuta ativa custa dinheiro para as organizações e ainda afeta nossa saúde emocional, segundo ele. Também citou a pesquisa da Aberje, sobre tendências da comunicação para este ano: dificuldade de engajar lideranças como comunicadores foi apontado por 60% apontado dos respondentes. O impacto vai até uma desinformação até conflitos, com queda de produtividade e impacto na nossa saúde mental e emocional”.

Camila Ferreira

Camila, da Alstom, que, apesar de hoje liderar uma área de RH, veio da comunicação interna, onde trabalhou durante 14 anos em empresas de vários países, disse que quando chegou nessa área teve a preocupação do que a empresa quer falara para seus colaboradores, e na empresa onde está agora, que tem mais de 1.500 mil colaboradores diretos e indiretos, pois em públicos bem diferentes, incluindo trabalhadores na fábrica de trens da companhia. Ela  recomendou cuidar da comunicação, ouvir os colaboradores de forma calma, para entende-lo no meio do caos que vivemos. E diz que toda comunicação interna é feita por emails, que também são publicadas nos jornais de parede da empresa. “Adaptamos toda a comunicação aos nossos canais”. Além disso, existe a TV corporativa instalada em espaços de café, áreas de descanso da fábrica. Não enviam nenhum comunicado por WhatsApp, que é uma política da empresa internacionalmente.

Sobre a escuta, na área de fábrica tem caixas de sugestões, onde os funcionários podem falar de qualquer tema, e o RH que cuida disso, “temos reuniões mensais de 15 funcionários com os líderes, chamadas de cafezinhos, e eles podem tratar de qualquer assunto com funcionários que querem participar. A cada três meses fazemos edições especiais, com o líder da fábrica falando com toda a unidade, sobre projetos, situação atual, reforça temas de qualidade e segurança. e temos pesquisa de engajamento cujos resultados são trabalhados individualmente pela áreas Tudo para evitar esse caos de informação”.

Carolina Ferreira

Carolina, da Alelo, empresa de benefícios corporativos, com quase 1.000 colaboradores, “alelovers” como chamamos por aqui”,  afirmou que estratégias de comunicação está relacionada com a cultura da empresa. “A Comunicação faz parte do time de pessoas desde 2014. Saiu da área de marketing e veio para Pessoas, e também faz parte da área de Engajamento.  E cultura para ela, não é o que está escrito na parede, e sim a junção de várias histórias de como as pessoas se relacionam entre si. “Cultura é um jeito de ser”. E lembra a característica de sua empresa, que atua em benefícios corporativos e por isso tem mais de 150 RHs como clientes, e troca informações com elas. “Temos uma pesquisa interna que abordamos os três principais pilares: tudo o que fazemos de engajamento, todos os eventos, como dia do reconhecimento das pessoas (Dia do Baldinho), família na firma, aniversário de tempo de casa; outra frente todos os benefícios para entendermos o que tem percepção de valor para as pessoas; e ações no escritório, como café da manhã”.

Fala que eu te escuto

No Painel “Discurso que converge – O diferencial de cocriar com colaboradores” teve a presença de Danila Cardoso, diretora de Pessoas da Motiva Larissa Santos Battistini, gerente executiva de Comunicação, Cultura e Eventos na RD Saúde; e Leila Gasparindo, CEO do Grupo Trama Reputale.

Leira Gasparindo

Leila citou seu mestrado da USP, e nele estudou a cultura da inovação. Para esse trabalho, entre 2013 e 2014, a CEO da Trama e conversou com as 10 empresas mais inovadoras do Brasil ranqueada pelo Valor Econômico, e identifiquei padrões do que estava sendo feito em termos de comunicação. “Ficou claro o uso da cocriação como uma solução. Temos um desafio cultural muito grande, pois a cultura brasileira tem traços não compatíveis com a cultura da inovação. Isso porque, por aqui a gestão é mais centralizadora, diferente de outros países onde se dá mais autonomia para os colaboradores. Outro dado é que os países que estão entre os 10 mais inovadores, principalmente os nórdicos, como Finlândia, têm uma distância hierárquica menor, ou seja, o gestor concentra menos poder e a gestão é mais participativa. E dá mais autonomia e voz ao colaborador e este é participativo de forma mais natural. A cocriação aparece como método de solucionar esse problema. Se o colaborador tem mais medo de se posicionar, ao entrar numa atividade de cocriação, ele entende que naquele meio ambiente não tem problema de confrontar o presidente, ou divergir de seu gerente. Faz parte da cocriação”.

Danila Cardoso

Danila chamou a atenção que o primeiro ponto é saber o que se quer comunicar, por que, como e para quem. E assim trazer a agenda de cocriação com base nessa agenda. “Isso não acontece naturalmente, precisa ter método. Ouvimos, nesse trabalho mais de 8 mil colaboradores, em rodas de conversas, algumas presenciais, e muitas online. Com todos os níveis hierárquicas. Cada um traz sua linguagem. Trazíamos como ponto a estratégia da empresa. E a área de Comunicação trabalha muito próxima da área de Pessoas, trabalhando conectado nessa agenda”.

Larissa também admitiu que a cocriação sempre foi uma evolução natural na comunicação interna. “Antes a gente comunicava olhando o colaborador como público-alvo e agora a comunicação interna precisa entender que a melhor maneira é trazer as pessoas para a conversa, através de suas histórias”. E lembra que as melhores campanhas que vivenciou ao longo de sua carreira nasceu das conversas com as pessoas e não em salas de decisões. Campanhas construídas com as pessoas e não para as pessoas.

E finalmente o painel “Conteúdo de centavos – Como engajar o público interno cada vez mais disperso”, teve a presença de Cleide Cavalcante, gerente executiva de Comunicação Corporativa na Progic; Elizeo Karkoski, sócio-diretor da P3K; e Marcelo Cosentino, gerente de Comunicação Interna e Externa na Edenred (saiu esta semana da Toyota).

Marcelo Consentino

Falando de sua estrutura atual da Edenred, empresa que Cosentino começou a trabalhar na data do evento, ele informou que a estrutura de comunicação responde por um diretor executivo que tem outras atribuições, não apenas a Comunicação – RH e outras frentes – e uma equipe de Comunicação bem reconhecido internamente. E a respeito da Toyota disse que tinha um diretor de comunicação interna e externa e um time de comunicação com alguns analistas. Atuando em multinacionais  Cosentino analisou que as dificuldades e as dores são as mesmas independentemente de suas culturas.” Depois da pandemia e o boom de informações, se gerou a necessidade que a informação chegue às pessoas”.

comunicação interna e senso de pertencimento
Cleide Cavalcante

Cleide, citou uma pesquisa da Progic, que acontece anualmente e é uma das maiores pesquisas de comunicação interna no país, com quase 300 respondentes. E aponta os principais desafios da comunicação interna das empresas. Onde 53,9 das empresas diz que a principal dificuldade é comunicar efetivamente com todos os colaboradores, principalmente no ambiente operacional. “Mais da metade das empresas não conseguem chegar aos colaboradores com efetividade. E outros dois aspectos problemático: uma liderança pouco engajada (51%), um tema recorrente; e em terceiro lugar, o relacionado a dados – 40% das empresas não mensuram a comunicação interna”.

Karkoski justificou, olhando para o mercado, que muitas vezes a empresa quer comunicar tudo literalmente, as vezes só informacional. “Mas as pessoas não precisam saber de todas as etapas, de todo o tipo de informação. É uma questão de segmentação da cultura e mensuração que nos dá o direcionamento como que de fato as pessoas estão consumindo as informações”.


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