ESG e Comunicação: como conectar propósito, pessoas e performance

Combinação entre RH e Comunicação pode ampliar o impacto social das empresas. Como a colaboração entre essas áreas pode catalisar transformações é tema deste artigo, discutindo as principais tendências, desafios e oportunidades no cenário atual

O conceito de ESG (Environmental, Social, Governance) tem se consolidado como um pilar essencial para a sustentabilidade das organizações globalmente. Embora os aspectos “Ambiental” e “Governança” (E e G) tenham recebido grande atenção, é o “Social” (S) que está emergindo como um elemento fundamental para o sucesso organizacional, no Brasil e no mundo. Nesse contexto, as áreas de Comunicação e RH possuem um papel estratégico para alinhar propósito, pessoas e performance, ampliando o impacto social das empresas. Mas como a colaboração entre essas áreas pode catalisar essa transformação? Nesse artigo, vamos explorar essas questões e discutir as principais tendências, desafios e oportunidades no cenário atual.

Tendências Globais e Desafios Locais: O que Está em Jogo?

No ambiente corporativo global, as empresas enfrentam uma pressão crescente para demonstrar não apenas resultados financeiros, mas também um compromisso autêntico com questões sociais, como direitos humanos, diversidade, inclusão e justiça social. Consumidores, investidores e colaboradores estão cada vez mais atentos às práticas das organizações e exigem que as empresas contribuam positivamente para a sociedade. Segundo uma pesquisa da Deloitte, 77% dos consumidores acreditam que as empresas têm mais responsabilidade em causar um impacto social positivo do que há cinco anos. Além disso, 86% dos millennials considerariam mudar de marca se soubessem que uma empresa tem práticas sociais irresponsáveis. Essas expectativas moldam as tendências de comunicação no contexto ESG, levando as organizações a serem mais transparentes, autênticas e responsáveis.

No Brasil, os desafios são ainda mais complexos. O país enfrenta questões estruturais como a desigualdade social e dificuldades de acesso a direitos básicos, exigindo das empresas uma abordagem mais sensível e adaptada às realidades locais. Uma pesquisa da PwC revela que 81% dos CEOs brasileiros reconhecem a importância do ESG, mas apenas 31% acreditam que suas organizações estão preparadas para atender às expectativas sociais globais. Nesse cenário, a integração entre RH e comunicação se torna vital para transformar compromissos em ações concretas que gerem valor real para todas as partes interessadas.

Desafios da Comunicação no ESG: Como Superá-los?

Um dos maiores desafios para as empresas que desejam comunicar suas iniciativas ESG é evitar o “social washing” – a prática de divulgar ações superficiais sem impacto real. Isso pode minar a confiança dos stakeholders e prejudicar a reputação da empresa. Para superar esse desafio, é essencial que as iniciativas sociais estejam profundamente integradas à cultura organizacional, com o RH liderando o processo de evolução e alinhamento das camadas culturais com as estratégias ESG. Além disso, a comunicação deve ser consistente, contínua e embasada em resultados concretos. De acordo com um estudo da Edelman, 81% dos consumidores afirmam que precisam confiar que uma empresa fará a coisa certa. Assim, a transparência na comunicação é fundamental para construir confiança e os stakeholders precisam ver e sentir que as ações da empresa refletem um compromisso genuíno com a mudança social.

Oportunidades: Como Empresas Podem Liderar pelo Exemplo

No âmbito social do ESG, as empresas têm uma oportunidade única de liderar pelo exemplo. Isso começa internamente, promovendo um ambiente de trabalho saudável e inclusivo, com a área de RH desempenhando um papel crucial no diagnóstico e apoio à liderança na promoção de segurança psicológica e bem-estar. Quando os colaboradores se sentem valorizados e seguros, eles se tornam embaixadores naturais da cultura da empresa, fortalecendo a mensagem que é comunicada externamente. A pesquisa “Global Human Capital Trends” da Deloitte mostra que 80% dos líderes empresariais consideram o bem-estar dos colaboradores uma prioridade estratégica.

Para o aumento do seu impacto social interno e consequente fortalecimento da sua cultura, sugerimos que os seguintes aspectos sejam observados:

  • Segurança Psicológica: O quanto se pratica a liderança segura na organização? Os colaboradores se sentem seguros para expressarem suas ideias e preocupações? Isso não só melhora o bem-estar, mas também estimula a inovação. Um estudo da Google revela que a segurança psicológica é o fator mais importante para o sucesso das equipes de alto desempenho. Acreditamos que essa segurança se constrói a partir do núcleo cultural da organização, ou seja, de seus valores. Para que a segurança psicológica exista, esses valores precisam não só ser compartilhados e alinhados com a estratégia e práticas organizacionais, mas também vivenciados de forma autêntica no cotidiano, refletindo-se nas atitudes e ações consistentes da liderança.
  • Bem-Estar: Investir em programas que promovam a saúde física, mental, social e financeira dos colaboradores é fundamental, mas também é imprescindível conhecer e eliminar os fatores estressores para que se tenha de fato um ambiente de trabalho saudável. Uma pesquisa da Gallup aponta que empresas com altos índices de bem-estar têm 41% menos absenteísmo e 17% mais produtividade.
  • Cultura Inclusiva: A diversidade e a inclusão devem ser pilares centrais da cultura organizacional que se compromete com impacto social. Empresas que promovem a diversidade e a inclusão são 70% mais propensas a capturar novos mercados, segundo um estudo da Harvard Business Review.
  • Lideranças: Entendemos a liderança como uma camada cultural fundamental que molda a identidade de uma empresa. Por isso, é imprescindível investir continuamente no desenvolvimento de lideranças alinhadas com os valores ESG, especialmente em relação a: Consciência de Si, que abrange temas como inteligência emocional e resiliência; e Consciência do Outro, com foco em comunicação empática, gerenciamento de estresse e inclusão.

Para que as empresas tenham um impacto social significativo, é primordial que esse impacto comece internamente, com o RH atuando como facilitador e impulsionador. A construção de uma cultura organizacional baseada em confiança, integridade e colaboração é o primeiro passo para transformar ações sociais em resultados reais. Ao reforçar os aspectos de segurança psicológica, bem-estar e desenvolvimento de lideranças, as empresas não apenas criam um ambiente de trabalho mais saudável, mas também fortalecem sua reputação e capacidade de gerar mudanças positivas na sociedade.

Conclusão: Impacto Social Começa de Dentro para Fora

Para qualquer organização verdadeiramente sustentável se torna crítico conectar as práticas internas com o mundo externo, garantindo que o compromisso social seja visível, compreendido e valorizado por todos as partes envolvidas. Investir nesses aspectos não é apenas uma iniciativa das áreas de Comunicação e RH, mas uma prioridade estratégica para empresas que desejam prosperar em um mundo cada vez mais consciente e exigente. Portanto, se você deseja que sua empresa se destaque no cenário ESG, comece olhando para dentro. Somente assim será possível fortalecer a sua cultura organizacional e ir além do discurso, transformando o compromisso social em uma prática organizacional diária e genuína.

Conte conosco na sua jornada rumo a uma cultura organizacional mais sustentável e conectada aos valores ESG. Fale conosco e descubra como podemos apoiar na sua construção de Futuros.

Paola Klee é fundadora e CEO da YC – Your Career Future

 

 

 

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