Ele conhecia tudo sobre armamentos, hierarquia militar, e todos os assuntos ligados a defesa e à guerra, auxiliando a todos na redação, inclusive de outros veículos, quando se tinha dúvidas a respeito desses temas em outras editorias. Esse foi o Roberto Godoy, um veterano, vencedor do Esso e diversos outros prêmios. Começou carreira no Correio Popular de Campinas (seus pais eram sócios do veículo) em 1949, cidade em que nasceu e também findou carreira como chefe da sucursal do Estadão.
Ao receber o Prêmio Esso, em 1971, com o título “O micro-laser vai mudar tudo nas telecomunicações, publicada no Estadão. Época da ditadura e censura, ao receber o prêmio declarou: “A liberdade de imprensa é, ainda, o maior dos prêmios que o jornalista pode ganhar”.
Seu interesse sobre assuntos de guerra e armamentos começou com uma determinação de Miguel Jorge, então editor-chefe do Estadão, que pediu ao jornalista pesquisar sobre a segurança brasileira, tema tabu, sempre escondido pela burocracia e má-vontade das forças armadas em abrir informações. Acabou se aprofundando e se apaixonando pelo tema, conquistando ainda a confiança de diversas fontes dentro das forças armadas e nas indústria bélica.
Estive com Roberto Godoy duas vezes, em coletiva a imprensa da indústria bélica em São Paulo. Almoçamos juntos, com outros jornalistas e fontes. Fiquei impressionado com sua simplicidade, inteligência, espírito crítico e profundo saber sobre o tema que vai de armamentos até guerras internacionais. Ele cobria outros assuntos, evidentemente, mas era fonte obrigatória de consultas, até por parte de colegas de outros veículos.
Godoy faleceu de parada cardíaca e lutou bravamente contra um câncer nos últimos meses. Deixou três filhos e três netos.