Investir em saúde é garantir felicidade

Investimentos e estratégias em saúde como solução de bem-estar corporativo são tema do 3º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa

Promover bem-estar passa por investimentos em cuidados com a saúde do colaborador de forma geral, o que se reflete no clima organizacional, assim como cuidar do clima é forma de contribuir com o bem-estar do colaborador, com reflexos em sua saúde. O assunto foi discutido no 3º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH, em julho, com diversos painéis a respeito.

Em “Colheita positiva – Quais benefícios de saúde e bem-estar que valem a pena investir”Claudia Duarte Vergara, gerente de Desenvolvimento de Pessoas da Irani Papel e Embalagem; Giseli Bezson, supervisora de Saúde e Bem-Estar da Cargill, Helio Souza, VP, Head of Brazil Rewards doBNP Paribas, foram discutidas soluções e benefícios de saúde.

Claudia avalia, em primeiro lugar, que a saúde física e a mental não podem mais ser tratadas de forma dissociada. Para ela, essa é uma evolução no mundo corporativo que tem passado por uma grande expansão de consciência. Ela conta que na Irani Papel e Embalagem, o Programa intitulado “Cuida” nasceu com foco em saúde e segurança do trabalho, mas ao longo dos anos foi passando por uma atualização de saúde integral dos colaboradores. “Um dos nossos valores é em primeiro lugar a vida, então esse conceito fica cada vez mais amplo. Portanto, não é só evitar acidentes, mas sim também promover saúde”, explica a executiva.

Ao longo do painel, Claudia reflete que a grande virada da Irani Papel e Embalagem foi uma plataforma de atendimento chamado Psicologia Viva, inicialmente voltada apenas para os colaboradores, mas que acabou sendo estendida aos dependentes e que foi um grande sucesso na companhia. E apesar do projeto ainda não ter completado ainda um ano de existência, foi a ação mais citada na pesquisa de satisfação dos colaboradores.

Pegando esse gancho, Giseli vai na mesma linha e comenta também sobre a plataforma que a Cargill tem para o desenvolvimento de bem-estar. Após um projeto piloto desafiador que pudesse atender toda a expansão geográfica da empresa, a plataforma oficial foi implantada e com poucos meses alcançou quase 21% de adesão, um número expressivo pelo pouco tempo de implantação. Além da terapia, a plataforma oferece outras interações diversas como conteúdos gerais de interesse, poscasts, música, práticas de meditação e uma série de ferramentas para que o colaborador cuide da saúde mental.
Como mensurar as métricas e a efetividade de um programa implantado foi um assunto colocado em pauta para reflexão no debate

Souza, então, levanta a importância da implantação de pesquisas ao longo de toda a jornada do trabalho e não apenas em períodos específicos, como o final do ano. Ele enfatiza que a empresa adota essa estratégia e considera um sucesso poder identificar as questões com bastante rapidez e ouvir o que a força de trabalho sente e pede para melhorar sobre o bem-estar e o ambiente corporativo. “Do ponto de vista de inovação, a gente acaba pensando em inovação apenas como uma questão tecnológica, mas a gente está falando de testar rápido, de testar pequeno dentro da parte de benefícios para a gente conseguir ser bem responsivo”, avalia o executivo do BNP Paribas.

Ele destacou a importância de colher dados para as melhores tomadas de decisões. Como um defensor de sua boa interpretação, ele entende que as métricas podem oferecer informações relevantes para que as mudanças de rota possam ser feitas e atingir resultados efetivos e mais satisfatórios.
Claudia e Giseli também enfatizam que as métricas ajudam a enfrentar os desafios e alinhar os resultados. A retenção de talentos, por exemplo, é um indicador de grande relevância para a avaliação da empresa como marca empregadora e que gere um ambiente saudável para seus colaboradores. A partir dessa avaliação, é possível mensurar a qualidade dos programas de bem-estar da organização.

Os executivos concordam que a saúde e a geração de bem-estar precisam estar na estratégia da empresa.

Caixa enxuto

No painel “Engajar tem seu preço – O desafio de programas de saúde mental para empresas com orçamentos limitados”, Charmoniks da Graça Heuer, gerente de Capital Humano do Grupo Condor; Bruna Reis, gerente de Pessoas e Performance da Primavera Máquinas John Deere, e Renato Acciarto, profissional de Comunicação Corporativa, Interna e Digital, Relações Governamentais e Sustentabilidade, discutiram estratégias para promoção de bem-estar sob restrições orçamentárias. Muitas vezes, segundo os participantes, pequenas mudanças na cultura organizacional, na comunicação e na oferta de recursos podem fazer uma diferença significativa.

Renato Acciarto, convida a falar sobre os desafios enfrentados no momento da pandemia e como esse período potencializou a importância de Programas de Saúde Mental nas empresas.

Bruna Reis, conta que foi uma virada de chave. Na época, a executiva estava em uma indústria da área de saúde, ou seja, um setor considerado essencial naquele momento. E foi um grande aprendizado que ficou marcado para sempre. A mesma sensação é compartilhada por Charmoniks da Graça Heuer, setor do varejo no segmento supermercadista, que também não parou as operações no momento da pandemia.

Ambas citaram práticas adquiridas em tempo recorde para atender demandas urgentes da ocasião e que contaram com parcerias importantes, tais como, atendimento psicológico para os colaboradores a valores acessíveis. As empresas também perceberam naquele momento que a colaboração corporativa poderia fazer a diferença. E esse movimento se consolidou construindo parcerias bem sólidas no período pós pandemia para a melhor execução e oferta de programas de saúde mental e bem-estar para os colaboradores.

Bruna comenta que costuma dizer que a área de RH se tornou uma verdadeira malabarista. “Tudo o que você puder imaginar de criatividade e possibilidade de inovação, a nossa área buscou e inclusive tem se replicado para outras empresas também”, avalia ela.

Além das parcerias, Bruna comenta que iniciaram ciclos de palestras com temas diversos com o objetivo de promover a conscientização da importância do cuidado da saúde mental. Charmoniks, por sua vez, explica que essa conscientização é feita também por meio do endomarketing e da participação ativa da liderança. Elas também levantam o alerta de comoisso tem ajudado a mudar o preconceito em torno da saúde mental.

Renato Acciarto comenta esse preconceito dando o exemplo de como ainda é difícil abordar um colaborador e perguntar sobre sua saúde mental. E o debate se aprofunda em avaliar a questão essencial da liderança e de seu treinamento para abordar temas de saúde mental com suas equipes.

Bruna enfatiza: “Para além das tratativas cobrando o líder sobre isso, a gente pode utilizar a tecnologia a nosso favor nesse sentido e no processo de liderança começar a trabalhar também o autoconhecimento. O líder inclusive conhecendo as suas emoções, ele vai poder ajudar o time de gestão de pessoas a lidar e a tratar os liderados”, exemplifica a executiva.

Charmoniks contribui com essa linha de raciocínio e avalia que “sim, as empresas estão mudando, temos ainda o ESG, que é algo que está vindo muito forte, portanto será necessário falar em saúde mental”, declara.

Esgotamento

Em “Burnout: a lição já foi aprendida? O caminho para as companhias evitarem recorrências”, a discussão girou em torno do impacto da promoção de bem-estar no fenômeno da Síndrome de Burnout nas empresas. Caracterizada como doença de causas ocupacionais, é marcada pelo esgotamento físico e mental e nunca foi tão diagnosticada – o Brasil se tornou o segundo país do mundo com mais casos segundo a International Stress Management Association (Isma).

Participaram desse momento Sergio Amad, CEO da Fiter; Beatriz Sairafi, diretora Executiva de RH da Accenture; Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa.

Fernanda mostra dados de um estudo da Universidade de São Paulo (USP), que revela que um em cada quatro brasileiros sofre com a síndrome. Sergio Amad, CEO da Fiter complementa lembrando que o Brasil é também o país que mais faz busca pela palavra Burnout na internet no mundo.

Para Beatriz, esse esgotamento não é coisa tão recente, mas a diferença é que hoje é possível se falar mais sobre o assunto – é o momento de desconstruir o tema como um tabu.

Sergio faz um recorte importante no debate e enfatiza que a síndrome tem algumas ramificações. Quando se fala em Burnout Digital, por exemplo, o foco é o estresse crônico diante de telas, seja do computador, do celular, configurando um desafio extra para os gestores. Já entre os que apresentam níveis altos de bem-estar, ele destaca: “não dá para ser feliz o tempo todo, mas as pessoas conseguem ter consistência e, dessas, 8 em cada 10 conseguem ter alta performance”, explica o CEO da Fiter.

No sentido de evitar o surgimento da Síndrome de Burnout, Beatriz, por sua vez, afirma que o engajamento dos funcionários com o propósito da empresa é fundamental para o sucesso e a sustentabilidade de uma organização. Para a executiva, para promover o engajamento com o propósito da companhia, é importante que a liderança comunique de maneira clara e eficaz a missão e os valores corporativos e que a cultura da empresa esteja alinhada com esses princípios.

Além disso, proporcionar inclusão e diversidade faz toda a diferença na promoção de um ambiente de trabalho saudável e com segurança psicológica, combatendo, assim, a geração de problemas de saúde mental. Afinal, quando os funcionários se sentem parte de algo maior e veem o impacto positivo de seu trabalho, estão mais inclinados a se envolver plenamente e contribuir para o sucesso da organização.

O importante é o todo

Em “De olho no todo – O diferencial de uma abordagem holística à saúde dos colaboradores”, a visão de bem-estar integral do colaborador foi assunto de debate entre Christiane Berlinck, CHRO da OLX, Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas e Segurança do UnitedHealth Group Brasil, Dioneia Canci, diretora de Gestão de Pessoas da Fiagril. Independentemente da estratégia, benefício ou orçamento adotados, ou problema enfrentado, o importante seria essa visão holística, que não dissocia saúde física da mental e nem o bem-estar do colaborador dentro da empresa de seu estado fora ela.

Dioneia destacou os diversos papéis vivenciados pelos profissionais em sua vida, na mira da gestão desde a pandemia. O momento de afastamento social criou condições para esse olhar integral sobre os indivíduos.

Não é só a conexão com o trabalho, cada vez mais as empresas têm focado na jornada de vida, como concorda Christiane. Quanto mais automação e digitalização, mais é preciso colocar pessoas no centro da estratégia. “Organizações que têm esse olhar mais holístico têm maior retorno de negócio. As métricas falam por si só”, ressalta a executiva.

É preciso que a liderança seja cada vez mais humanizada, enfatiza, por sua vez, Burgos. “É importante saber quem são as pessoas que estão trabalhando comigo”, destaca o executivo, sobre uma mais que necessária humanização das relações.

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Os dois dias do 3º Fórum Felicidade Corporativa estão disponíveis no You Tube da Melhor RH, totalmente gratuito, acesse

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