Imprensa: aliada fundamental na agenda da Diversidade, Equidade e Inclusão

O papel da imprensa como forte parceira não apenas para disseminar mensagens e influenciar a opinião pública, como também para fortalecer valores de diversidade, equidade e inclusão

Por Kléber Carvalho

Diversidade, equidade e inclusão são valores fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos se sintam incluídos e valorizados por ser quem são. Os desafios são muitos, mas, felizmente, a iniciativa privada tem cada vez mais percebido o seu papel diante das transformações que precisamos enfrentar, com coragem e consistência. Temos observado crescentes movimentações para promover a igualdade de oportunidades, combater preconceitos e valorizar a pluralidade. Por outro lado, temos plena consciência de este ainda é o início de uma longa jornada e que há uma necessidade urgente em acelerarmos, principalmente quando observamos as demandas dos Objetivos Sustentáveis da ONU e a chegada da agenda ESG

Entendo, porém, que este caminho não precisamos e nem devemos percorrer sozinhos. Afinal, estamos falando de alicerces importantes para o desenvolvimento social e só move de maneira coletiva. Quanto mais olharmos para os lados e formarmos alianças, mais avançaremos como sociedade. É como diz aquele famoso provérbio: “Se você quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá acompanhado”. 

Para essa caminhada, tenho a certeza do papel da imprensa como forte parceira não apenas para disseminar mensagens e influenciar a opinião pública, como também para fortalecer valores de diversidade, equidade e inclusão, compartilhando, estimulando, provocando novas ações em busca de um mercado que represente a diversidade de sua sociedade. 

A imprensa possui um papel ético transformador e, muitas vezes, inspirador. Isso porque, a partir de suas reportagens, entrevistas e artigos, os meios de comunicação têm o poder — e a responsabilidade — de promover reflexões necessárias em relação as barreiras do preconceito e as reparações históricas que o Brasil ainda segue em dívida. Por isso, ao destacar experiências de discriminação, expor as expectativas de acionistas para que as organizações sejam cada vez mais centradas na sociedade, e dar visibilidade para narrativas de vida que tiveram pouco espaço, se torna fundamental.

Um exemplo foi a grande repercussão, em 2020, do lançamento do Programa de Trainee Liderança Negra da Bayer, pela primeira vez no Brasil exclusivo para profissionais negros e negras, contando com vagas focadas no marcador étnico-racial. A iniciativa teve o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de carreira para posições de liderança e foi idealizada porque reconhecemos que, mesmo com uma população com 56% de pessoas que se autodeclaram negras, uma gigantesca parcela delas não faz parte do mercado formal de trabalho, sobretudo em cargos de liderança. 

Ao amplificar esta ação no mercado, provocando discussões acerca do tema, a imprensa estimulou, por consequência, educação e iniciativas inclusivas em outras empresas e fomentou um debate importante para a sociedade sobre racismo estrutural e a importância de ações afirmativas para romper barreiras históricas e promover a real mudança. Na época, foi o nosso maior programa de trainee em número de vagas e, na edição seguinte, de 2022, conseguimos dobrar o número de vagas, reflexo esse do entendimento da nossa liderança de que a transformação deve ser intencional e depende de cada um de nós.

Esse tipo de iniciativa é uma oportunidade de contribuirmos dentro de um contexto de herança estrutural histórica de desigualdade social e, também, de trazermos para a nossa organização novas perspectivas, vivências e perfis que certamente construirão soluções ainda mais completas, decisões mais assertivas e alinhadas com nossos clientes, colaborando, portanto, para a nossa missão de “saúdo para todos, fome para ninguém”.

Importante destacar que este foi apenas um exemplo das várias ações voltadas a profissionais negros e negras, uma vez que diversidade, equidade e inclusão são valores que permeiam toda a nossa organização e atravessam também iniciativas para inclusão de mulheres, pessoas com deficiência, diferentes gerações e comunidade LGBTQIAP+. Buscamos a interseccionalidade entre esses grupos e realizamos programas de mentoria e letramento, aceleração de carreira e mobilização das lideranças para considerar questões de diversidade, equidade e inclusão em todas as tomadas de decisão internas e em nosso ecossistema.

Sabemos que o desafio é enorme, mas a imprensa certamente tem sido peça-chave ao amplificar iniciativas que buscam a mudança, assim como as mensagens de grupos minorizados, compartilhando suas histórias e permitindo que elas ganhem visibilidade e alcancem um público mais amplo. Juntos, podemos provocar reflexões, educar, informar e envolver a sociedade em uma transformação que não tem volta, ela veio para ficar e é um imperativo de negócio para todas as organizações que pretendem sobreviver em um futuro cada vez mais centrado nas demandas da sociedade onde estão inseridas.

23.11.2021 Kleber/ Bayer
Foto Reinaldo Canato

*Kleber Carvalho é Gerente Sênior de Diversidade, Equidade & Inclusão da Bayer para América Latina

 

 

 

 

 

 

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