Palmirinha influenciou uma geração de creators

Ela começou na TV e nas mídias sociais antes da consolidação do trabalho de influenciadores e ajudou muita gente a empreender no ramo de alimentação

Palmira Nery da Silva Onofre (1923-2023), eternizada nas mídias como Palmirinha, uma culinarista que formou uma geração de empreendedoras e influenciadoras digitais, faleceu domingo (7), aos 91 anos. Sua biografia é uma lição de vida, de superação e de inspiração. Tinha um dos principais canais de culinária na internet e durante muitos anos, um programa de sucesso na TV. Começou a se projetar na terceira idade. Apareceu pela primeira vez na telona em 1994, aos 63 anos, numa matéria no programa a Silvia Popovic, na TV Bandeirantes.

Ana Maria Braga e Vovó Palmirinha Onofre se reencontram no ‘Mais Você’, na Globo

Ana Maria Braga viu e gostou. Chamou a senhora para fazer dueto e ensinar receitas no programa Note e Anote, na época na TV Record, entre 1993 e 1998. Não tinha remuneração. Ganhava uma espécie de jabá, projeção para vender cursos de culinária e conseguir encomendas. Depois, ganhou um programa próprio na TV Gazeta, em 1999, o TV Culinária. E ainda apresentou o Programa da Palmirinha no canal fechado da Fox Life, até 2015.

Sua sobrinha-neta, a influenciadora digital Bruna Vieira ajudou a senhora, com 78 anos, em suas performances nas mídias sociais. Palmirinha era um apelido dado por Ana Maria Braga.

Superação

Não foi só a superação profissional após os 60 anos que conta em sua  história, apesar de isso ter sido um exemplo sim.  Ela superou uma vivência de violência e humilhações e tentativas de tirar sua auto estima. Seu pai a entregou para trabalhar como pajem de uma mulher francesa — que adorava cozinhar — na capital paulista, quando tinha entre seis e sete anos.

Aos 16 anos, sua mãe a vendeu para um fazendeiro, mas ela conseguiu fugir com a ajuda de um parente.

Casada aos 19 anos, e para sair de casa, foi maltratada pelo marido, que tinha inúmeras amantes e era violento. Em uma entrevista a Marilia Gabriela, anos depois e já famosa (2012), admitiu que tolerou tudo com medo de criticas de sua família.

Criou suas três filhas praticamente sozinha, depois da separação do marido, cozinhando para fora e fazendo doces. Mas não só isso, seu talento inato. Vendia sonhos nas ruas de São Paulo, foi engraxate, trabalhou numa fábrica, fazia faxina na região da Praça da Sé até a meia noite.

Nesse período duro já foi descoberta por marcas. Fez degustações em supermercados para a Nestlé, receitas de micro-ondas para a Brastemp, e preparou cardápios para os voos da Vasp.

Seu último trabalho na TV foi em 2019, como jurada no reality “Chef ao Pé do Ouvido”, no canal por assinatura GNT. Durante a pandemia, participou de casa de uma reportagem do Bom Dia SP na qual ensinava a fazer pão caseiro.

Ana Maria Braga comentou emocionada o falecimento: “Minha grande amiga Palmirinha. Mãe, amiga e irmã que a vida me deu. Hoje o céu tá mais doce com a tua chegada! Sorte de quem teve o privilégio de tê-la por perto. Meus sinceros sentimentos para toda família”, escreveu Ana.

Muitas influenciadores digitais que atuam no ramo da culinária começaram no ramo inspirada na jovem senhora, que dizia que nunca iria morrer, mas sofria de uma doença renal crônica, que a levou para o Olimpo. Está eternizada por seu carinho, sua história e sua influência. E vive dentro do talento empreendedor de muita gente.

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