Integrar a comunicação – sair da teoria e ir para a prática

Diante de uma sociedade cada vez mais analítica, ativista e polarizada, como obter essa confiança de todos os nossos públicos de interesse? 

Por Priscilla Barone

Recentemente me deparei com um estudo muito interessante, publicado neste ano pela Delloite, e que ouviu 30 líderes de Corporate Affairs de algumas das maiores empresas do mundo, com o objetivo de melhor entender suas estratégias, desafios e percepções em torno da área. 

Dentre alguns achados interessantes, gostaria de fazer um recorte especial que mostra, de maneira unânime, que o atributo número 1 da área de Corporate Affairs é a capacidade de inspirar confiança. Logo me veio a questão: diante de uma sociedade cada vez mais analítica, ativista e polarizada, como obter essa confiança de todos os nossos públicos de interesse? 

Se não há mais espaço para meias-verdades, também não há mais espaço para uma comunicação não integrada. E estou falando de prática, não apenas de teoria. Neste ponto, vale dizer que o estudo da Delloite mostra que as próprias lideranças reconhecem que nossa área, frequentemente, está mais ocupada com os públicos externos. No entanto, os colaboradores e a comunicação interna é uma das prioridades em 2023 e uma importante competência para fortalecer.

Ou seja, é necessário fazer uma integração e valorizar ambas as áreas da mesma forma, gerando planejamentos que sejam de fato 360º. O primeiro passo é reconhecer a Comunicação como uma área capaz de contribuir com as organizações por meio da estratégia, garantindo integração, uma clara visão sobre onde estamos e para onde vamos, protegendo a reputação e contribuindo de maneira direta para o crescimento e criação de valor.

Como muitos devem saber, na Johnson & Johnson Consumer Health, estamos passando por nossa maior transformação desde que a empresa chegou no Brasil, há mais de 85 anos. Agora somos Kenvue, a planejada nova Consumer Health, uma nova empresa de bens de consumo que já nasce com marcas icônicas como Band-AID, Cotonetes, Johnson’s, dentre tantas outras!

Imaginem vocês o tamanho do desafio de nossos times para inspirar confiança interna e externa durante uma mudança deste tamanho. Estamos falando de uma enorme expectativa por parte dos consumidores, clientes, fornecedores, parceiros e, claro, de nossos colaboradores. 

Então, integração é a palavra-chave! Precisamos eliminar de vez as barreiras entre o externo e o interno para alcançar uma linearidade em nossas mensagens. Sabemos, como ninguém, da importância de contarmos com uma narrativa transparente e consistente.

Imaginem uma situação de que a empresa participa de uma grande reportagem destacando algum projeto especial, porém, internamente, a situação é bem diferente e os colaboradores não reconhecem e não se sentem parte dessa iniciativa. Infelizmente vemos essa situação cada vez mais recorrente, mas o resultado é uma distopia de valores. É cada vez mais claro e evidente a importância do Walk the talk, ou seja, o que você propõe como valores de forma externa, internamente precisa ser reforçado .

Integrar a comunicação é uma das principais garantias do sucesso de uma empresa e a validação de suas ações como parte de sua cultura. Sem verdade, linearidade e consistência, as narrativas mais “lindas” caem por terra, levando com ela a reputação e a confiança, valores essenciais para qualquer negócio.

Priscilla Barone é head de Comunicação e Public Affairs da Johnson & Johnson Consumer Health Brasil

 

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