Um estudo recente da National Science Foundation mostra que apenas 38% das formandas em Tecnologia
estão atuando efetivamente em cargos da profissão. Outro levantamento, agora da ONU Mulheres de 2018,
aponta que somente 18% dos programadores de todo o mundo são do sexo feminino. Já em 2021, dados da Boston Consulting Group mostram que representamos apenas 25% da força de trabalho em tech e, pasmem, somente 9% dos CEOs de empresas de tecnologia são mulheres.
Em outra mão, quase que diariamente, vemos pelo LinkedIn que a procura por profissionais de tecnologia da informação segue latente e parece estar cada vez maior. E esse fato é excelente para o mercado de trabalho e para a evolução da tech no país. No entanto, essa realidade me estimula a questionar por que as mulheres ainda são minoria no segmento, o que também me leva a debater as origens da desigualdade de gênero na tecnologia.
O que me surpreende é saber que tecnologia sempre foi coisa de menina, mas como assim, “sempre foi coisa de
menina”? Algumas claras evidências são as histórias de inúmeras mulheres brilhantes em tech como Frances Allen reconhecida pelo pioneirismo ao tornar softwares de computadores mais rápido e que, ainda na década
de 50, foi a primeira cientista de computadores contratada pela IBM. Em 2006, ela mais uma vez fez história sendo a primeira mulher a vencer o Touring Awards. Outro grande nome marcado por sua contribuição no setor
é Carol Shaw, a primeira mulher a trabalhar na indústria de games na década de 70. E tem também Radia Perlman, cientista da computação estadunidense, conhecida como a “mãe da Internet” por sua invenção do protocolo Spanning Tree (STP), fundamental para a operação de pontes de rede mais conhecida por bridge ou redes de computadores.
Conseguir construir um caminho que inspire ainda mais mulheres, é algo que me motiva todos os dias a continuar o meu caminho, a vencer os meus medos e acreditar que estamos no lugar certo. Aqui na NZN, tenho muito orgulho de ver que somos referência nacional nas práticas de igualdade de gênero em tecnologia. Atualmente, somos 57% da força de, 38% estão nas áreas de tecnologia e 52% ocupam cargos de liderança (da CEO/CTO às líderes de núcleos).
E você, como tem feito isso na sua empresa? E além: como você tem estimulado também sua filha, sobrinha,
amiga, namorada, esposa a ser uma mulher empoderada? Isso não será mudado se formos sozinhas. Os pré- conceitos que precisamos quebrar para estar em uma “cadeira não feminina tradicionalmente” é cruel e pode
sim desanimar ao longo do caminho. Mas com pequenas coisas, cada um pode impulsionar e fazer diferente.