O tema felicidade corporativa já faz parte do modelo de gestão de várias empresas. As
áreas de comunicação interna precisam ficar atentas para ajudar na proliferação do
tema em suas organizações para esse “contágio” positivo e adesão das lideranças.
Vera Bejatto, CEO do Avatar da Saúde, é uma entusiasta desse assunto porque sabe
dos impactos no cuidado da saúde corporativa. “Felicidade está ligada a saúde”,
defende, dizendo ainda que o que se busca “é a parceria dos stakeholders e o sistema
de saúde, promovendo a interoperabilidade das plataformas tecnológicas, com
integração de dados para ajudar a prevenção”.
É o que Soneli Angelini, diretora executiva da Assegurou Saúde chama de a
recompensa além das cifras, aliás, tema de outro painel do Fórum. O peso do salário
emocional das equipes é uma tendência no setor de benefícios corporativos, para
atrair e reter os melhores talentos. Na implantação de um programa desse tipo, “é
importante a cultura, preparação das lideranças e ferramentas implantadas nas
empresas para suportar com essas questões da saúde emocional”. Boa parte de
nosso tempo passamos no ambiente de trabalho é nesse contexto que os RH devem
ficar atentos a mudanças de humores. “Há 10 anos atrás não falávamos de suporte
psicológico, telemedicina”, lembra Angelini. “Hoje, com os indicadores, sabemos que
felicidade tem a ver com produtividade”. Por isso a mensuração dos resultados é
importante e a implantação um desafio, avalia Angelini.
Entre as doenças psicossomáticas, o burnout (tensão emocional diante do stress) é
um novo cenário da saúde mental das equipes. Líderes de RH tem procurado
estratégias para programas internos voltados par ao apoio à depressão, o cuidado
diário para o controle da ansiedade e, principalmente, estabelecer uma cultura de
bem-estar. Sergio Amad, co-fundador e CEO da Fiter, empresa de tecnologia em
neurociência que mede a felicidade das pessoas, explica que existem três pilares no
burnout: “Nossas partes fisiológica, psicológica, e uma questão efetiva do cérebro de
como aprendemos com o stress e como reagimos a ele”. Sergio lembra ainda que as
pessoas tinham burnout desde o início da revolução industrial, mas não se aplicava
ainda esse nome. Só em 1974, nos EUA, foi catalogada essa doença psíquica e agora
a OMS incluiu no rol das doenças profissionais. E entrou forte na pauta da prevenção
no ambiente corporativo.
A felicidade não se associa apenas com questões de saúde física ou mental. Outro
ponto tratado no Fórum, foi a saúde financeira. Pois a falta de dinheiro também pode
desestabilizar outros aspectos da vida. Estudo Tendências Globais de Talentos (GTT)
2022, apontou que 51% dos colaboradores afirmam sentir insegurança sobre o futuro
financeiro. Marcelo D’Alfonso, MD Consulting da Fiter, atesta que “depois da pandemia
se instalou no mundo uma profunda instabilidade econômica e esse impacto é sentido
dentro das equipes”. No Brasil o quadro é um pouco mais delicado, segundo Marcelo,
porque a educação financeira é pouco consolidada. Para amenizar esse problema,
algumas empresas tem apostado em programas de gestão de finanças e até crédito
facilitado.
Por outro lado, a satisfação no trabalho tem um impacto direto nos resultados da
empresa. O desenvolvimento pessoal, as realizações profissionais e carreira
apresenta uma relação positiva que se reflete na produtividade. Thais Lana,
especialista em parcerias da Sólides Tecnologia destacou estudo de Harvard aponta
que trabalhadores mais felizes são 31% mais produtivos. E 85% mais eficientes; 300%
mais inovadores; 50% menos demissões ocorrem; e probabilidade de 129% de ter
menos burnout. “Para o negócio tem um impacto muito grande; satisfação dos
trabalhadores, felicidade e lucratividade estão interligadas”, destaca Lana. E a geração
millenium, continua Lana, prefere qualidade de vida no trabalho do que outros
atrativos. “Não esperam o momento da aposentadoria para começar a ser feliz”. Ter
um bom gestor, um bom ambiente de trabalho, é o que essa geração valoriza. Esse
público é 30% da população mundial e até 2025 será 30% da força global de trabalho.
“Muitas empresas se preocupam muito com os clientes, mas esquecem que o primeiro
cliente é o colaborador”, compara.
Especialistas em comunicação interna (CI) e líderes de RH também debateram os
desafios de traduzir a cultura da empresa nas campanhas internas, os cases positivos
no uso das redes sociais corporativas, os modelos que funcionam no formato hibrido e
o impacto da CI na formação da felicidade corporativa. O assunto foi discutido por um
time da Polenghi (grupo francês Savencia), formado por Adriana Figueiredo, analista
de RH, Fernanda Tricerri, diretora de RH e Juliana Assumpção, gerente de
Desenvolvimento Organizacional. “Quando a gente pensa em felicidade corporativa
parece um pouco utópico”, opina Fernanda, “mas a empresa conseguiu colocar em
prática”. Adriana conta que se buscou programas “para gerar equilíbrio na vida
profissional e pessoal. É uma construção para se buscar qualidade de vida e conectar
aos nossos valores”. O Brasil é um dos piores países em problemas emocionais no
trabalho, consequência de um ambiente tóxico muitas vezes devido ao volume
excessivo de trabalho. Estudo recente de Harvard, segundo Juliana, aponta que
“antigamente o sucesso era atrelado a felicidade e hoje acontece uma inversão”. A
felicidade que traz o sucesso. Capacitar as lideranças foi o processo inicial. “Criamos
ferramentas para os gestores mas também para ouvir a voz dos colaboradores”,
complementa Fernanda. E os indicadores comprovam: pesquisas internas dizem que
85% dos colaboradores tem orgulho de trabalhar na empresa. Porque eles vem os
valores da companhia aplicados no dia-a-dia. Nos feeds das redes sociais, muitos
candidatos dizem que viram os testemunhos publicados que batem com o que eles
encontraram dentro da empresa.
O evento pode ser conferido por matérias no Portal da Melhor RH e no Portal
Negócios da Comunicação, além dos vídeos no Youtube, tudo gratuitamente.
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