A pandemia do novo coronavírus obrigou a Fundação Bunge, braço social da Bunge no Brasil, a adiar seu principal evento do ano, uma premiação que homenageia personalidades em diferentes áreas, como Ciências Agrárias, Biológicas, da Saúde, Exatas e Tecnológicas. É a primeira vez que isso acontece em 65 anos – sinal dos tempos.
E o que poderia ser visto como um prejuízo para a fundação, tornou-se uma oportunidade de se reinventar e aprender novos caminhos de comunicação e formas de trabalhar em benefício da comunidade próxima à empresa de alimentos e bioenergia, em Gaspar, Santa Catarina.
“De forma geral, mudamos nossa maneira de atuar e comunicar, mas sem congelar as nossas ações, com exceção do Prêmio Fundação Bunge. Passamos a trabalhar virtualmente e a adaptar a nossa atuação para esta realidade”, conta Claudia Buzzette Calais, diretora executiva da Fundação.
O programa de voluntariado, Comunidade Educativa, passou a fazer ações à distância, com doações de cestas básicas e materiais de higiene, junto com cartas feitas pelos voluntários e desenhos feitos pelos filhos dos funcionários da Bunge. “Outros grupos gravaram vídeos contando histórias infantis, que foram enviados para espaços que atendem crianças ou ainda confeccionaram e doaram máscaras de tecidos e arrecadaram garrafas PETs que foram colocadas nas ruas com água e sabão para a população de rua fazer a higiene das mãos”, relata Claudia.
Uma das ações realizadas pela Fundação Bunge foi o “Comprando da Vizinhança Eu Fico em Casa”
Em entrevista exclusiva à plataforma Negócios da Comunicação, a executiva enumerou demais ações sociais impulsionadas pela necessidade diante da crise do coronavírus e falou sobre as novas práticas da entidade, como a criação de perfis nas redes sociais e a utilização de e-mail marketing e WhatsApp para fazer a comunicação externa. Confira.
De que forma a quarentena afetou a atuação da empresa nesses primeiros meses de isolamento social?
A Fundação Bunge potencializou sua frente de atuação de Desenvolvimento das socioeconomias das comunidades, criando uma campanha com o objetivo de minimizar os impactos econômicos dos micro e pequenos e empreendedores das comunidades do entorno da Bunge no Brasil. É a “Comprando da Vizinhança, eu fico em casa”, que incentiva o consumo local sem a necessidade de sair de casa. A ação identifica os micro e pequenos empreendedores e compartilha seus produtos e serviços com a população local por meio de aplicativo de mensagem instantânea e mídias sociais.
Quais as principais adequações feitas na comunicação nesse período, externa e internamente?
Passamos a utilizar mais as redes sociais, tanto para realizar os projetos sociais como para comunicá-los. Criamos um perfil da Fundação Bunge no Instagram e o número de publicações e interações na nossa página do Facebook aumentou. Agora trabalhamos bastante com os veículos locais para disseminar as atividades realizadas e compartilhar boas práticas.
Qual a novo hábito adquirido pela comunicação durante a crise que será benéfico no pós-pandemia?
Certamente, o uso das redes sociais e de ferramentas tecnológicas para a realização de reuniões e encontros deve ser mais frequente em nossos processos. A nossa experiência com os projetos sociais também tem sido enriquecedora e imagino que levaremos para os pós-pandemia, como as lives, que nunca tínhamos feito, mas que acredito que iremos realizar em outros momentos e até mesmo com outros temas.
Como tem sido o trabalho da Fundação Bunge com influenciadores digitais?
No início da quarentena, promovemos uma rede de leitura online, na qual escritores, contadores de histórias, artistas, mediadores de leitura do programa “Semear Leitores” e voluntários do programa Comunidade Educativa compartilham histórias por meio de transmissões online no Facebook. O sucesso foi tamanho que promovemos a segunda edição em menos de um mês. Ao todo foram 11 lives com influenciadores na área da literatura e das artes, como Kiara Terra, Rafael de Barros, Leandro Calado, Kiusam de Oliveira, Samara Rosa e Daniel Munduruku. Intitulada “Toda História é uma carta de amor”, a iniciativa tinha o objetivo de “aquecer os corações” das pessoas de uma maneira interativa e educativa durante o isolamento social e alcançou cerca de 100 mil pessoas.