WhatsApp é ótimo para o marketing, mas exige planejamento

Pesquisa ActiveCampaign e AnaMid mostra adesão massiva ao WhatsApp, e evidencia lacunas em automação, governança, mensuração e estratégias omnicanal

Uma nova pesquisa mostra que o WhatsApp já é parte essencial do marketing brasileiro, mas automação ainda não acompanha o mesmo ritmo. Segundo o levantamento, conduzido pela ActiveCampaign e a AnaMid, Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital, quatro em cada dez empresas adotam campanhas automatizadas na plataforma.

Rodrigo Bidinoto

O dado contrasta com a forte presença: quase 80% já utilizam o canal nos negócios e o consideram indispensável. Apesar disso, a maioria ainda emprega o aplicativo de forma funcional, focando no atendimento ao cliente e suporte pós-venda.

Rodrigo Bidinoto, diretor global de vendas da ActiveCampaign, observa que o desafio é avançar em automação e governança confiável. “O estudo evidencia quatro passos fundamentais: planejamento orçamentário, mensuração profissional, expansão de canais e automação inteligente com IA”, afirma o executivo.

“Quatro em cada dez empresas adotam campanhas automatizadas na plataforma”

Na visão de Bidinoto, simplificar integrações e reduzir fricções operacionais pode destravar resultados mais consistentes em campanhas escaláveis de marketing.

Automação no WhatsApp ainda é desafio para empresas

A pesquisa revela ainda que 64,3% das empresas acreditam que as plataformas entregam apenas parcialmente o prometido. Mais da metade dos entrevistados apontou falhas de rastreabilidade, além de dificuldades para aprovar templates, reforçando fragilidades de governança e compliance. Essas barreiras expõem um dilema: o WhatsApp é ao mesmo tempo indispensável e limitado, exigindo equilíbrio entre pragmatismo e inovação.

Segundo, o diretor de vendas da ActiveCampaign, a automação exige maturidade além da adoção massiva do WhatsApp; empresas precisam estruturar métricas confiáveis, integrações nativas e governança consistente para escalar resultados.

Rodrigo Neves

De acordo com Rodrigo Neves, presidente da AnaMid, há subutilização do potencial conversacional do canal, com foco excessivo em atendimento, em detrimento de aquisição e vendas.

Para superar esse cenário, especialistas sugerem maior investimento em atribuição robusta, integração com CRM e campanhas escaláveis voltadas à conversão sustentável.

Bidinoto ressalta que a dependência de soluções não oficiais representa risco. “A API oficial é mais segura e escalável”, garante. Ele também destaca que opt-in e opt-out precisam ser respeitados: “O WhatsApp não pode virar um canal invasivo”.

Outro dado da pesquisa mostra que 41,2% das empresas ainda usam soluções não oficiais, desconhecendo as implicações dessa escolha. “Isso aumenta riscos de bloqueio, instabilidade regulatória e até perda de reputação junto a consumidores mais exigentes em privacidade e transparência”, adverte Bidinoto. Rodrigo Neves lembra que o canal precisa ser visto como engrenagem central, e não apenas suporte.

“O WhatsApp não pode virar um canal invasivo”

O duopólio Google e Meta ainda domina o investimento em mídia, deixando o WhatsApp como terceiro canal mais relevante. De acordo com Neves, “essa hierarquia reforça a necessidade de ampliar a diversificação, evitando concentração excessiva em plataformas de leilão com custos crescentes”.

Custos, integrações e suporte humano lideram reclamações do mercado

O estudo ainda aponta que custos transparentes e suporte humano próximo são prioridades destacadas por empresas pesquisadas, especialmente pequenas e médias. Entre as sugestões mais citadas estão integração simplificada, clareza de preços, dashboards avançados e regras mais flexíveis para aprovação de templates.

Bidinoto reforça que a experiência deve ser coerente. “É necessário alinhar jornadas entre e-mail, WhatsApp e sites corporativos”, recomenda. Na opinião do executivo, ao adotar a omnicanalidade, evitam-se mensagens conflitantes, aumenta a confiança do consumidor e melhora a taxa de conversão em diferentes etapas.

As empresas também pedem suporte técnico mais próximo. “Acompanhamento humano faz diferença, especialmente no início da jornada”, acrescenta Bidinoto.

Segundo o diretor global de vendas, “o onboarding personalizado da ActiveCampaign é citado como diferencial para encurtar curva de aprendizado e acelerar resultados de automação bem estruturada”. Bidinoto ainda destaca que quando a empresa estrutura métricas adequadas, até mesmo negócios com tickets mais baixos alcançam retorno sobre investimento consistente.

“Acompanhamento humano faz diferença, especialmente no início da jornada”

Ele ressalta ainda que a disciplina em medir resultados e corrigir rotas permite capturar valor incremental em campanhas sucessivas.

IA e personalização despontam como tendências estratégicas

Group of friends shopping in a mall

O estudo aponta IA, social commerce e dados integrados como eixos que devem guiar o futuro do WhatsApp corporativo. Ao projetar o futuro, Bidinoto é categórico: “O WhatsApp tende a se consolidar como hub central de marketing e vendas”.

Essa centralidade virá acompanhada de funcionalidades ampliadas, incluindo pagamentos, social commerce e novas formas de engajamento direto com consumidores.

Além de campanhas promocionais, o canal deve concentrar atendimento, relacionamento e até processos de compra completos em jornadas conversacionais integradas.

O executivo defende que a verdadeira revolução está em humanizar a experiência. “Bots não devem afastar, mas aproximar consumidores das marcas”. Bidinoto reforça que com IA aplicada, a personalização pode ir além do nome, alcançando contexto, preferências e necessidades em tempo real.

A pesquisa mostra que esse movimento ainda está em estágio inicial, mas já desponta como tendência clara entre empresas inovadoras. Comunidades digitais, transmissões ao vivo e integração com influenciadores aparecem como territórios de experimentação, ainda periféricos no cenário brasileiro.

“O WhatsApp tende a se consolidar como hub central de marketing e vendas”

Para Bidinoto, a diferença será entre quem apenas usa o aplicativo e quem transforma o canal em ativo estratégico. “O WhatsApp pode separar empresas que sobrevivem daquelas que crescem com estratégia consistente”, afirma o diretor da ActiveCampaign.

O desafio, segundo ele, é equilibrar imediatismo com visão de longo prazo, sem renunciar a governança estruturada, que segue como ponto sensível, com empresas relatando instabilidade regulatória, custos restritivos e insegurança diante de banimentos ou bloqueios inesperados.

Governança e API oficial tornam-se pilares de confiança

Para enfrentar esses riscos, Bidinoto sugere padronização de processos, clareza nas regras e comunicação transparente com parceiros tecnológicos e autoridades.

As empresas entrevistadas na pesquisa também destacam que falta documentação acessível, o que dificulta adoção consistente da API oficial em larga escala. Segundo o levantamento, 45% já utilizam a API oficial, enquanto outros 13,9% sequer conhecem a diferença entre versões.

O diretor da ActiveCampaign esclarece que esse desconhecimento reforça a necessidade de educação de mercado, seja por meio de treinamentos, workshops ou parcerias com provedores especializados.

Para Bidinoto, investir em capacitação técnica é essencial para destravar o potencial do marketing conversacional no WhatsApp. “Empresas que conseguem superar barreiras técnicas relatam ganhos diretos em engajamento, satisfação dos clientes e eficiência operacional no dia a dia”, argumenta.

WhatsApp caminha para se consolidar como hub de marketing e vendas

Rodrigo Neves, da AnaMid, lembra que o canal ainda precisa ampliar transparência, garantindo métricas nativas confiáveis e flexíveis para decisões rápidas.

Segundo ele, a evolução desse ecossistema será determinante para diferenciar negócios de sobrevivência daqueles que transformam relacionamento em vantagem competitiva. “O equilíbrio entre pragmatismo operacional e inovação tecnológica guiará a próxima fase da adoção do WhatsApp no Brasil”, aponta.

A pesquisa é finalizada apontando que o futuro dependerá da disciplina em medir, testar e aprimorar continuamente estratégias baseadas em evidências. Bidinoto resume o momento: “Não basta estar no WhatsApp, é preciso transformá-lo em motor de relacionamento, vendas e marketing”.

 

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