Para mostrar ao público que os meios de comunicação profissional são importantes para quem deseja se informar com precisão e não ser enganado por fake news, ao mesmo tempo que promove a pluralidade de ideias, e fortalecer a cidadania e a democracia, redações de todo o mundo comemoram hoje, sábado, o World News Day (Dia Mundial da Notícia). Trata-se de uma campanha da indústria de notícias, conduzida pelo Fórum Mundial de Editores (WEF, na sigla em inglês), entidade ligada à World Association of News Publishers (WAN-IFRA), e pela Canadian Journalism Foundation (CJF), em um esforço para melhorar a compreensão global do papel da mídia jornalística nas sociedades modernas. Neste ano, a mensagem central da campanha é: Escolha a verdade.
O Dia Mundial da Notícia foi idealizado pelo editor-chefe do Globe and Mail, David Walmsley, e lançado em 2018. A data é proposital: 28 de setembro foi designado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação – o que é de igual importância tanto para jornalistas quanto para a sociedade civil, assim como notícias baseadas em fatos.
A campanha Escolha a Verdade foi desenvolvida pelo Project Kontinuum, uma incubadora de inovação liderada por Branko Brkic, fundador do jornal sul-africano Daily Maverick e coautor de um artigo com a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Maria Ressa, CEO da Rappler, o principal site de notícias — exclusivamente digital — e que lidera a luta pela liberdade de imprensa nas Filipinas.
“Em um mundo sobrecarregado com informações e eventos, muitos deles desafiadores, os cidadãos precisam de fatos, certeza e perspectiva. O jornalismo de qualidade oferece isso e muito mais. No Dia Mundial da Notícia, nos reunimos como cidadãos para lembrar por que esse jornalismo importa e por que vale a pena apoiar uma mídia de notícias ética, confiável e que busca a verdade”, diz Martha Ramos, presidente do WEF.
“O jornalismo importa. Os fatos importam. A verdade importa. Sem os fatos verificados que podem revelar a verdade, a liberdade e a democracia podem fracassar. O jornalismo de qualidade que busca a verdade pode — e faz — a diferença para os cidadãos do mundo. Este ano pedimos que você escolha a verdade e apoie seu canal de notícias favorito”, afirma Kathy English, presidente da CJF.
Para Marcelo Rech, presidente executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), opina que “a imprensa não é a solução para todos os dilemas de nossos tempos”, e sugere: “Tente imaginar um mundo sem ela. Quem faria a depuração entre fatos e rumores? Como confiar em algo ou alguma instituição se não houvesse um certificado de credibilidade conferido por uma cobertura jornalística séria e independente? Quem noticiaria o surgimento de um novo golpe cibernético nos quais pessoas perdem suas economias? Quem investigaria corrupção e outros delitos quando os
órgãos governamentais se mostram lentos ou negligentes? Quem trataria das mazelas das big techs e dos riscos que as redes sociais impõem para a estabilidade emocional, política e econômica?
Finalmente, quem exporia o poder de corruptos e autocratas e as ameaças às democracias?