Consciência e empatia são fundamentais para promover a inclusão e garantir que todas as pessoas, independentemente das suas origens e características, sejam respeitadas e tenham oportunidades iguais. Um dos aspectos mais relevantes nesse processo é o peso da atenção às diferenças culturais.
Em uma sociedade cada vez mais diversa, composta por indivíduos com origens étnicas, religiosas e sociais diversas, é essencial estar consciente das particularidades de cada grupo e agir com empatia diante delas. Esses assuntos foram abordados em dois painéis do 3º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, no final de julho e início de agosto.
No painel “Liderança com verdade: Consciência e empatia como chave para a inclusão”, Leandro Figueira Neto, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo Marista; Esteban Blanco Ziegler, diretor de Recursos Humanos da Boehringer Ingelheim; e Carolina Ferreira, superintendente de Gente da Alelo compartilharam insights sobre as melhores práticas para promover o respeito e a diversidade. Foram abordados temas como a criação de políticas inclusivas, o aprimoramento das habilidades de comunicação empática e treinamentos para conscientização dos vieses inconscientes. Também foi destacada a importância do monitoramento dos indicadores de satisfação, retenção e diversidade. Estratégias para fomentar o respeito e valorização, bem como a criação de espaços seguros para compartilhar histórias e conhecimentos, foram debatidas.
Significado na rotina
No painel “A felicidade pode ser treinada?”, foi possível verificar que auxiliar equipes a encontrar significado na rotina faz parte de uma cultura humanizada. Participaram deste momento Simone Barbieri, VP de RH para América Latina da Engie Brasil; Darlan Oliveira Rocha, diretor Educacional do Senac São Paulo, e Edna Rocha, diretora de Recursos Humanos da Sonepar.
Rocha, Diretor Educacional do Senac São Paulo, coloca a tecnologia no centro da reflexão e joga para as colegas de painel a seguinte pergunta: “partido da ideia de que o trabalho nos confere uma identidade profissional, como relacioná-lo à Felicidade dentro dessa revolução tecnológica, revolução 4.0 que a gente vive hoje?”.
Simone acredita que, apesar de todas as mudanças vividas, ainda há preconceito com o termo felicidade corporativa. Para a executiva, ainda hoje há uma certa confusão do que é felicidade, já que ela é em geral associada ao divertimento, ao período pós trabalho no horário do Happy Hour, mas ela pode sim estar presente durante o chamado “horário comercial”. “É possível promover o bem-estar em que as pessoas tenham a segurança psicológica justamente de poder expressar como se sentem, expressar como elas são, suas ideias e todo o seu ser inteiro e de fato poder estar bem. Sentir-se bem”, avalia a executiva.
E ainda coloca em pauta que o papel da organização é saber como abrir esses espaços. “Hoje a gente ainda identifica muito o ambiente corporativo como um local em que as pessoas saem estressadas, em que as pessoas adoecem”, questiona ela e conta algumas estratégias que pratica com a sua equipe. “Dentro das nossas reuniões periódicas, uns 5 minutos antes do início, faço uma pergunta simples… de zero a dez, como vocês estão?”. Abre-se a partir daí um espaço de escuta para a melhor e pior nota para relatarem o que está acontecendo. Além disso, há o incentivo de momentos de conexão entre as pessoas em que elas relatam momentos de lazer com dicas para os colegas e isso estreita afinidades entre a equipe.
Edna compartilha da mesma opinião de que há ainda ressalvas sobre a felicidade corporativa. “Às vezes dá a impressão de que felicidade e produtividade não combinam e é exatamente o oposto. Quando a gente está feliz com o que faz, quando a gente está se sentindo realizado, quando a gente tem um ambiente onde a gente se sente acolhido, até na tristeza, a gente é feliz”, comenta Edna. Para ela, felicidade é você ter um lugar onde queira estar, com pessoas que você gosta de estar e que te ajudam no dia a dia nessa construção.
Rocha aproveita esse gancho e afirma que para ele o ambiente feliz é construído de modo coletivo, considerando também as dificuldades que a gente precisa enfrentar. Não há como dar vazão para a utopia que a felicidade é ausência de tristeza. Ele faz parte e em algum momento é importante também falar sobre ela. Ou sobre o conflito que é presente e inerente às relações. E aí entra uma habilidade essencial que é saber lidar com essas questões e enfatizar os momentos felizes.
“De fato, eu acredito que cultura, clima e escuta ativa são ingredientes perfeitos para que a gente tenha um ambiente saudável onde as pessoas sejam de fato felizes”, completa, por sua vez, Edna.
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Os dois dias do 3º Fórum Felicidade Corporativa estão disponíveis no You Tube da Melhor RH, totalmente gratuito, acesse