O painel Os Analíticos da Comunicação versou exatamente sobre como transformar dados em inteligência de comunicação e gestão de pessoas, com a participação de Anne Tsumori Maezuka, gerente de Comunicação do Grupo Marista; Paula Silvino, Head Global de Planejamento, Experiências e Comunicação Interna da Vale, e Sergio Amad, CEO da Fiter.
Para Paula, “a comunicação interna é um paralelo da vida pessoal”, o que ilustra a complexidade de se produzir, tabular e fazer uso de dados para satisfazer as demandas da empresa e dos colaboradores, que têm diferentes interesses e hábitos de consumo de informações. Para priorizar os canais corretos “é preciso perguntar para as pessoas como elas estão acessando as informações”, entende a executiva.
A Vale seria um bom exemplo para ilustrar a dificuldade mencionada, com um público de aproximadamente 120 mil colaboradores de grande diversidade em preferências na comunicação, dispersos entre 19 países.
Assim, para que a mensagem da companhia seja bem direcionada, sob objetivos claros do RH, a inteligência de dados da empresa está estruturada com o apoio de uma equipe especializada, que centraliza a produção de conteúdo em formatos on e off-line nos canais definidos como prioritários.
Sob esse modelo de gestão, a nova Intranet da Vale, por exemplo, possibilitou a escuta do colaborador e métricas precisas sobre o que funcionava para ele no desenho anterior do canal. “Reduzimos o tempo dele na Intranet, mas isso é positivo, pois foi possível, por meio dos dados, otimizar a sua busca pelos assuntos de interesse na plataforma”, comemora Paula.
Já Anne mencionou que a inteligência de dados “ajudou a aproximar pessoas” no Grupo Marista, que possui cerca de 13 mil colaboradores em diversos pontos do país. “Manter o esforço no que funciona, ou no que funciona para cada grupo, pelo menos, ajudou muito”, lembrou a executiva sobre como as métricas contribuíram para tornar a comunicação da empresa mais estratégica, menos dispersa em inúmeros veículos de comunicação.
Amad, por sua vez, provocou a audiência a repensar a política de comunicação vigente em suas empresas, argumentando sobre a diferença entre o modelo reativo e o preditivo de comunicação interna, que antecipa demandas como feedbacks, treinamento & desenvolvimento, além de soluções de engajamento possíveis sob responsabilidade da Comunicação Interna. Também lembrou a importância de um olhar especializado, uma vez que correlacionar dados obtidos nas medições nem sempre é algo simples, as conexões nem sempre surgem à primeira vista.
Treinando canais
O painel Comunicação que facilita, por outro lado, mostrou como programas de comunicação bem estruturados, por meio de canais ágeis e abrangentes, contribuem para a evolução e consolidação de treinamentos, rotinas e escalas. Edna Rocha, diretora de Recursos Humanos da Sonepar; Andressa Borba, Positive Impact and Coporative Communication Director da Leroy Merlin, e Milena Fiori, Chief Experience Officer da OLIVIA Global conduziram as discussões nesse momento.
Milena direcionou a abordagem do assunto, que encaminhou para o destaque do líder como sendo peça-chave na comunicação das organizações.
Edna, por sua vez, entende que nenhuma diversidade ou velocidade de canais de comunicação vai chegar no mesmo nível de proximidade e confiança que existe entre os colaboradores e a liderança. Em acordo com ambas, Andressa lembrou que, por essa razão, a liderança necessita precisa de capacitação, com trilhas educativas e media training, entre outras alternativas que facilitam essa formação.
Justamente para alinhar a liderança nessas ações, os programas se fazem necessários. Em especial na Sonepar, com seus 2000 colaboradores em 80 filiais pelo país, Edna lembrou a necessidade de canais ágeis e abrangentes de comunicação. “A comunicação é um meio de sobrevivência das organizações”, entende a executiva, destacando a audiência de sua empresa.
Andressa lembrou, por sua vez, o público de 10 mil colaboradores da Leroy Merlin, e, ainda, a necessidade de alinhar a mensagem a ser disseminada pelos líderes. “Independentemente de estar em um evento para um grande público, o líder está à frente do grande público de colaboradores, ele representa a marca. É a persona que significa a cultura da companhia”, ressaltou.
Andressa também projetou um limiar existente entre uma liderança transparente e a que expõe informações confidenciais e estratégicas nas empresas. “É preciso estar preparado para não cometer esse erro”, finaliza. Milena, por outro lado, lembrou a dificuldade dessa preparação de tornar-se uma liderança comunicadora, inspiradora e com as competências necessárias para engajar o time: “São pessoas. Cada um vai ter uma curva de aprendizado diferente”.
Foco em objetivos
No painel Como calcular o ROI da Comunicação Interna discutiu-se um dos principais gargalos do setor: mensurar a relação investimento versus resultados das ações nas empresas. O debate contou com a presença de Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, da executiva Adevani Rotter, diretora-Presidente da Ação Integrada, e Suzel Figueiredo, Founder e CEO da Indicafix. Leia mais sobre este painel aqui.
Reportagem: Revista Melhor RH
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