O Dia Nacional da Imprensa foi instituído na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a lei 9831/99. E é alusivo a circulação do primeiro jornal no Brasil, o Correio Braziliense, em 1º de junho de 1808. O periódico, mensal, foi fundado por Hipólito José da Costa (1774-2823). Estávamos no período monárquico, época do imperador português D. João, que proibia a existência de uma imprensa livre na colônia, além de publicações oficiais. Por esse motivo, e porque também fazia críticas ao regime monárquico, e divulgava ideias liberais, o jornal, editado em Londres justamente para fugir da censura, foi proibido de circular no País e em Portugal, em 1809. Entretanto, continuava sendo encontrado por aqui de maneira clandestina. Existiu de 1º de junho de 1808 a 1823, com 29 edições.
Pelo fato de ter sido criado e editado em Londres, e em português, sempre existiu uma polêmica se esse teria sido o primeiro jornal brasileiro. Por isso, antes do governo de Fernando Henrique, a data era comemorada em 10 de setembro, fazendo referência a fundação do Jornal Gazeta do Rio de Janeiro, também em 1808 e editado na capital brasileira da época. Entretanto, era um jornal burocrático, oficial, que trazia apenas atos do governo e um breve resumo da conjuntura internacional, sempre do ponto de vista do império português. O primeiro editor foi o Frei Tibúrcio José da Rocha, e o primeiro redator foi Manuel Ferreira de Araújo Guimarães. A partir de 29 de dezembro de 1821 passou a se denominar simplesmente Gazeta do Rio. e deixou de circular em dezembro de 1822.
Importância da data
“A imprensa continua a desempenhar um papel fundamental na nossa sociedade”, opina Renan Magalhães, gerente de Comunicação para a divisão agrícola da Bayer. “Ela é uma das principais fontes de informação para o público em geral e crucial para o fortalecimento da democracia. Mesmo com o contexto de multimídias, o jornal impresso ainda tem um lugar de referência de pautar o noticiário, trazer análises mais aprofundadas e pluralidade de opiniões”, complementa.
Depois dos pioneiros Correio Braziliense de Hipólito da Costa e do Gazeta do Rio de Janeiro, passaram-se muitos anos para a consolidação de uma imprensa. Inicialmente jornais, e depois revistas, rádios, TVs e os portais na internet. A imprensa nacional cresceu e se fortificou.
Modernização das revistas
“Quando falamos em revistas, hoje, na verdade estamos falando de produção de conteúdo em várias plataformas, impressas e digitais”, ressalta Regina Bucco, diretora executiva da Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER). “As revistas estão se modernizando, buscando novas formas de monetização, de aproximação com o que os leitores e consumidores desejam. Tudo isso sem perder o foco em informação bem apurada, concisa, checada e com fontes sérias, que efetivamente têm conhecimento sobre as suas áreas de atuação”.
As revistas, defende a diretora, “são o segundo meio mais confiável para branding, depois dos jornais, com 63% dos consumidores confiando nos anúncios impressos, de acordo com uma pesquisa publicada pela Sappi Graphic Papers”.
“Esse empenho dos publishers em seguir investindo em informação de qualidade e qualificada, ouvindo profissionais com autoridade e levando a informação ao público em plataformas que tornam a experiência de leitura e informação mais agradável é essencial, e vem sendo bem desenvolvido. A Aner acredita na imprensa, em suas diversas formas de distribuição, impressas ou online, como a melhor forma de informar a sociedade.”
Financiamento e programas de educação
Para Samira de Castro, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), “o grande desafio dos veículos de imprensa é retomar a sua credibilidade e o seu papel de mediador entre os fatos e a população”. E sobre os novos meios, digitais, ela avalia que “as novas tecnologias comunicacionais ampliaram a produção e o acesso a conteúdos nas redes sociais e nos aplicativos de mensageria. Nem sempre o que ali circula é notícia (informação de interesse público baseada na realidade factual, coletada, tratada, verificada e distribuída). Mas as pessoas não sabem a diferença entre informação e opinião e todo esse processo, de certa forma vez o jornalismo perder relevância. Mas a essa crise se soma a do modelo de negócios: hoje as grandes plataformas digitais abocanham a maior parte da verba publicitária que era direcionada aos veículos jornalísticos (impressos e até digitais). Então, o futuro do jornalismo, em qualquer plataforma, passa pela criação de novas formas de financiamento e distribuição da produção de notícias, além da criação de programas de educação”.
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