Os ataques com depredações aos palácios sedes dos três Poderes em Brasília — Congresso, Presidecia da República e Supremo Tribunal Federal, neste último domingo — por grupos que se intitulam bolsonaristas, e que pregam o fim da democracia e a intervenção militar, além de teimar na fakenews que as eleições foram fraudadas, sem apresentar provas — , foram repudiados por diversas entidades do jornalismo, da sociedade civil e praticamente todas as lideranças políticas. Dezenas de jornalistas e policiais também foram agredidos pelos manifestantes.
ANER
A Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) “condena e repudia veementemente os atos de vandalismo que destruíram as instalações do Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e Palácio do Planalto neste domingo, 8 de janeiro de 2023. Em defesa da democracia, é essencial a identificação e punição de todos os responsáveis, assim como os possíveis atos omissos de instituições de segurança que deveriam manter a ordem. Condenamos ainda os atos abusivos contra os jornalistas que participam da cobertura destes eventos lastimáveis. Defendemos que a imprensa seja livre, respeitada como um elemento essencial para a informação apurada e disseminada de forma responsável para toda a população brasileira”
ANJ
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou “de forma mais veemente os crimes contra a democracia que se desenrolam em Brasília”. A entidade criticou atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram o Congresso Nacional, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal em atos de vandalismo. “A liberdade de imprensa é inerente ao Estado democrático de direito, que não pode tolerar ou conviver com a baderna e o vandalismo. A ANJ condena ainda os ataques a jornalistas que fazem a cobertura das invasões em Brasília e exige uma posição firme das forças de segurança contra essas agressões e os atentados à liberdade de imprensa e à democracia”, destacou a ANJ.
ABERT
“A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia, veementemente, a violência provocada por vândalos e terroristas que invadiram os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, neste domingo (8), e agrediram jornalistas que trabalhavam na cobertura dos atos antidemocráticos. É inconcebível a omissão do governo do Distrito Federal em proteger os Três Poderes da República e garantir a segurança da imprensa que está nas ruas da cidade em coberturas complexas. As invasões e atos de depredação a prédios públicos, assim como os ataques aos profissionais da comunicação são uma afronta à democracia e à Constituição Brasileira. A ABERT pede às autoridades responsáveis uma rigorosa apuração dos fatos, com a identificação e punição dos criminosos.”
ABI
“A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudia com veemência tais atos de terrorismo e vandalismo e lamenta que as forças policiais e de segurança não tenham agido para impedir tais violências contra o patrimônio público e a democracia. As autoridades do GDF foram ausentes, para não dizer coniventes. A ABI confia na firmeza do ministro da Justiça, Flávio Dino, e espera que a ordem seja restabelecida o mais rapidamente possível.”
SJPDF E FENAJ
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais (SJPDF) do Distrito Federal e a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) — em documento assinado também pelos demais sindicatos dos jornalistas estaduais — manifestam seu mais profundo repúdio aos atos golpistas e terroristas ocorridos neste domingo na Esplanada dos Ministérios e à violência contra profissionais da imprensa, impedidos de realizar seu trabalho com segurança. Ao mesmo tempo, o Sindicato e a Fenaj se solidarizam com os e as colegas feridos/das durante o exercício da profissão. Já temos informação de ao menos quinze colegas atacados, de diferentes veículos.”
ABRACOM
A Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação) e suas associadas condenaram os ataques contra a Democracia: “O respeito às urnas e às instituições é fundamental para que a sociedade brasileira tenha a tranquilidade necessária para avançar na solução das principais questões sociais e econômicas do País. Os fatos abomináveis ocorridos neste domingo devem ser apurados com rigor e os responsáveis, punidos de acordo com a lei”. Para o presidente da Abracom, o jornalista Daniel Bruin, “como uma entidade que nasceu e se desenvolveu sob um ambiente democrático e de estado de direito, a Abracom não poderia deixar de repudiar os atos impetrados contra os poderes da República. Como representante de 17 mil trabalhadores da indústria da Comunicação, a entidade condena qualquer tentativa de desestabilização ou ataque à Democracia brasileira, que vai resistir a esta dura prova e com certeza sairá ainda mais forte”.
ABERJE
A Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial declarou que “a prosperidade dos negócios e o diálogo entre instituições e sociedade só são possíveis em um país em que vigoram a democracia plena, o respeito às urnas e às instituições do Estado. Estas também são condições inegociáveis para o equilíbrio e bom funcionamento da força produtiva e o ambiente empresarial brasileiro. Não se pode confundir a liberdade de expressão e de manifestação com a incitação e a realização de crimes previstos em lei. É imprescindível que as instituições cumpram seu papel e que os responsáveis envolvidos nos ataques sejam punidos de acordo com a lei. Esperamos que a Democracia e o Estado de Direito saiam ainda mais fortalecidos após esses lamentáveis fatos e que o país possa voltar o foco para o desenvolvimento econômico e social”.
ABCPÚBLICA
A Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), representando os comunicadores da área pública-governamental e do terceiro setor, repudiou, em nota divulgada no site oficial, os ataques às sedes dos Três Poderes da República na capital federal: “A ABCPública reforça seu compromisso com a Democracia, o Estado de Direito e os princípios da Administração Pública. E se prontifica a participar de um esforço amplo pela pacificação do País, especialmente por meio do acesso à informação de qualidade, da transparência e da participação cidadã. A Associação também manifesta todo apoio aos profissionais de Comunicação vítimas de violência pelos criminosos que atuaram nestes lamentáveis eventos”.
Entidades do Direito também repudiam
Diversas entidades ligada ao Direito também se manifestaram contra os ataques em Brasília: A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep); a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp); a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB); o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF); a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e o Conselho Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos Gerais (CONDEGE).
Líderes políticos se manifestam
Praticamente todos os partidos políticos e lideranças no Senado e Câmara conderam os atos de vandalismo e exigiram punições dos responsáveis. Inclusive o O líder do PL, deputado Altineu Cortes (PL-RJ), — O PL é o partido do ex-presidente Bolsonaro — também repudiou os ataques. “Sempre lutaremos a favor da democracia, da liberdade de expressão e do pleno exercício da manifestação popular, mas também contra ataques às instituições e ao patrimônio público”, disse. O PL é o partido do ex-presidente Bolsonaro. O ex-presidente Bolsonaro também condenou em uma live o uso de violência em manifestações politicas, mas relativizou o caso alegando que no passado também aconteceram invasões em órgãos públicos em Brasília por “integrantes da esquerda e do MST” (atos de proporções bem menores e reprimidos drasticamente pelas forças e segurança, o que não aconteceu neste último domingo).