Com a popularização das redes sociais, como TikTok, Instagram e o YouTube, o mercado de influência se expandiu impulsionado pelos influenciadores digitais. Com milhares de seguidores e inscritos, esses perfis têm o poder de ditar tendências e influenciar as pessoas que acompanham seu trabalho a consumir ou conhecer diversas marcas. Essa foi a discussão central do painel “A coreografia do engajamento”, do 11º Fórum sobre Marketing de Influência com a participação de Dany Martines, influenciadora; Gerson Penha, sócio-diretor da Kubix Estratégia e Comunicação e Angélica Consiglio, CEO da Planin. O evento foi promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataforma Negócios da Comunicação, nos dias 24 e 25 de outubro.
A influenciadora e youtuber Dany Martines afirma que seus canais fazem sucesso pois colocam a produção de conteúdo à frente de determinações de patrocinadores ou das lógicas e trends das redes sociais: “Fui começando apenas com o YouTube. Depois de um tempo fui entrando em todas as redes sociais, e percebi que cada rede que tem o seu público. Nós acabamos distribuindo o nosso conteúdo por várias redes, gravamos uma semana inteira, e essa é nossa forma de atuar, vamos enchendo cada vez mais as redes sociais e trazendo mais seguidores para nós”. Para a influencer é preciso estar em sintonia com as marcas que anunciam nas redes e nos canais dos influenciadores
Para a CEO da Planin, “nessa jornada é muito importante que as marcas escolham influenciadores que tenham afinidade nos produtos que apresentam e também na conduta pessoal fora dos canais. O que está acontecendo algumas vezes é que o influenciador toma uma medida em sua vida pessoal que acaba conflitando com as marcas. É importante que a empresa escolha um influenciador que tem a ver com o produto e não alguém aleatório só porque tem muitos seguidores; é preciso ter uma jornada de sintonia”.
Gerson Penha, por sua vez, ressalta que o conteúdo é o que torna um influenciador relevante nas redes: “Conteúdo relevante é a base do trabalho, cria engajamento, constrói relacionamentos, passa informações e tem efetividade naquilo que procuramos fazer. A comunicação corporativa tem uma relação com o marketing de influência bastante antiga, e estamos falando de uma comunicação que não pode ser de cima para baixo como acontecia antes”.
Angélica insiste que “cada vez mais os consumidores estão conectados na transparência e sinceridade das marcas e dos influenciadores. Canais que são verdadeiros fazem muito sucesso”.
O influenciador, obviamente, influencia
Dany Martines lembra que o influenciador muitas vezes serve de inspiração para o público que o acompanha. Para a influencer é preciso cuidar do conteúdo divulgado em suas plataformas: “O influenciador tem que tomar muito cuidado no que fala. Acabamos atraindo mais marcas porque elas percebem que cuidamos do nosso conteúdo e do que vamos levar para as marcas”.
“O maior interesse não são os likes nem os números de visualizações, é o que o conteúdo quer transmitir”, destaca Dany. “Eu vejo muitos influenciadores tendo crises por não ter muitos likes e acabam desistindo. Já entrou na onda das musiquinha, das trends; mil pessoas já fizeram isso e acabaram não entregando conteúdo relevante. Tem que tomar cuidado para não copiar só por que está fazendo sucesso, mas dá para pensar um pouco e fazer um conteúdo diferente com a música que está bombando no momento”.
Podcasts e videocasts – em busca de marcas
Apesar de novidade nas plataformas digitais, os podcasts e videocasts se tornaram sucesso entre o público. Segundo dados da Plataforma Cupom Válido, com dados da Statista e do IBOPE, o Brasil é o terceiro lugar no mundo com mais ouvintes de podcast: são 30 milhões de brasileiros que são atingidos pelos programas. O relatório aponta que 40% dos brasileiros escutaram algum podcast nos últimos 12 meses, e o sucesso desse segmento chamou atenção de grandes marcas, sendo tema do painel “Corte de milhões”, com a participação de Carol Rocha, creator e podcaster; Victor Assis, CEO do Podpah e Carolina Prado, head de Comunicação da Intel e Líder Comitê de D&I.
Para a creator Carol Rocha, o início do podcast comandado por ela foi difícil, conseguindo patrocinadores apenas no segundo ano. A podcaster afirma que preferiu seguir o caminho inverso de alguns produtores de conteúdo e não vender conteúdo para nenhuma empresa: “O Imagina Juntas está há quatro anos no ar e nós conseguimos monetizar a partir do segundo ano. Nós não vendemos para nenhuma empresa que estava comprando podcasts, decidimos continuar trabalhando com patrocínio”.
A experiência de sucesso do Podpah também foi tema da conversa. O CEO da empresa, Victor Assis, lembra que o podcast foi criado para um público nichado que se expandiu e se tornou um dos maiores no segmento: são mais de 635 milhões de visualizações no YouTube.
“O Podpah começou em 2020, no mundo dos videocasts, as pessoas encontraram nos podcasts informações”, lembra Assis. “E surgiu a partir daí, da busca por uma conversa informal. Começamos a trilhar um caminho diferente de outros podcasts, em termos mercadológicos; começamos tentando falar com o pessoal da periferia, nenhum veículo tinha espaço para um MC falar e mostrar seus pensamentos; e assim começamos abrir espaços para funkeiros, rappers, trappers. Furamos bolhas e falamos com gamers, jogadores de futebol e estamos em um tamanho grande, diferente da proposta inicial que era mais nichado”.
Victor ressalta que o podcast no último ano começou a chamar a atenção de grandes marcas que começaram a lançar produtos exclusivos no Canal, porém não interferem no conteúdo apresentado ao usuários: “Se uma marca chega querendo pautar a conversa no Podpah, nós não vamos fazer porque não aceitamos que pautem as nossas conversas. As marcas que estão conosco construíram uma relação, usam o que o Podpah representa para o público, para trabalhar com ela. Nós construímos uma relação tão grande com o Habib’s, por exemplo, que fizemos uma companhia com eles onde teve copos do Podpah nas lojas”
Outro exemplo apontado por Victor: “Nós temos uma relação com uma marca de whisky que nunca imaginamos, e agora vamos estrear um estúdio novo onde vai ter um bar patrocinado por essa marca e pela Brahma, que construiu uma relação conosco super legal, viu nossas relações com jogadores de futebol e patrocinou a gente. Vamos estar na Copa do Mundo com ela”.
Carol Rocha, por sua vez, lembra que quando uma marca procura um creator é pelas relações de confiança que tanto as marcas e o público colocam nele. O endosso das marcas e dos influenciadores é muito importante, “principalmente nesses tempos políticos. As marcas que tinham discursos que não condizem com a democracia foram atacadas. É preciso ter a troca, nós que produzimos conteúdo, e as marcas querem o nosso endosso. Teve muitas marcas que nos procuraram, mas não tinham nada a ver com o que falávamos”.
VIctor visualiza que os podcasts têm muito a crescer no país. Para o CEO, 2022 foi um ano que as marcas começaram a conhecer e trabalhar com podcasts, “2023 vai ser uma linha “digital podcasts off-line” vai entrar uma linha de investimento dentro do marketing. As marcas estão vendo o que funciona, é um mercado que está crescendo. Ano passado eu perguntei para o Spotify sobre o mercado de podcast no país e me responderam que mercado de podcast no brasil não é nem embrionário, então tem muito lugar para desbravar”.
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